Mostrando postagens com marcador meteorologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador meteorologia. Mostrar todas as postagens

Tecnologia tenta proteger os aviões contra os raios

Em média, cada avião é atingido por um raio uma vez por ano


Feitos de metal, os aviões escapam, mas as aeronaves mais modernas estão sendo feitas de fibra de carbono, que podem sofrer danos se atingidas por um raio.

Mas cientistas em Cardiff encontraram uma forma de manter os níveis de segurança nas novas aeronaves.

E a BBC teve acesso exclusivo a estes testes.

 
            
    
            
    
            
    
            
    
            
    
            
            
            
    
        



Fontes: O ESTADO DE S PAULO - BBC

Passageiros dormem em aeroporto em SP, por causa de nevoeiro

 Passageiros dormem no aeroporto de Congonhas (SP) durante a madrugada; nevoeiro cancelou ontem 30% dos voos/Eduardo Anizelli/Folhapress 

Dezenas de passageiros passaram a madrugada desta quarta-feira no aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, devido ao forte nevoeiro que atrapalhava a visibilidade na região. O aeroporto permaneceu fechado para pousos das 18h46 até o encerramento das suas operações, às 23h de terça-feira (12).

Segundo a Infraero (estatal que administra os aeroportos), Congonhas encerrou as operações com 140 voos (56,2%) atrasados e 73 (29,3%) cancelados.

 Eduardo Anizelli/Folhapress 

Fonte: FOLHA DE S PAULO/Martha Alves

Avião provoca chuva e nevasca ao redor de aeroporto, diz estudo

Um estudo publicado nesta quinta-feira na revista "Science" chama a atenção para um fenômeno, até agora desconhecido, provocado pela passagem de aviões na climatologia do entorno dos aeroportos.

Segundo a pesquisa, os aviões que atravessam as nuvens sobre os aeroportos causam a precipitação da água concentrada nelas, às vezes em forma líquida, apesar de estar sob temperatura de congelamento, o que provoca chuvas e nevascas.

O efeito descrito no relatório é facilitado pela expansão e esfriamento do ar atrás das turbinas de propulsão do avião e sobre as asas quando as temperaturas das nuvens estão a dez graus abaixo de zero ou menos.

A queda de temperatura pode ser suficiente para congelar espontaneamente as finas gotas nas nuvens, formando cristais de gelo.

O processo avança até produzir um canal na camada das nuvens, que pode seguir se expandindo durante horas, o que aumenta a precipitação da nuvem, segundo o artigo.

Os cientistas acreditam que não é provável que este fenômeno afete o clima global, mas dado que muitos dos grandes aeroportos possuem uma camada de nuvens baixas durante o inverno, isto poderia aumentar a necessidade de retirar o gelo dos aviões com mais frequência no futuro.

TIPO DE MOTOR

Andrew Heymsfield, do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica em Boulder, no Colorado, e seus colegas em outras partes dos Estados Unidos estudaram imagens registradas por satélites destes canais nas nuvens.

Depois usaram modelos computadorizados de previsão meteorológica para simular o crescimento e a evolução das nuvens.

Os pesquisadores chegaram à conclusão que diferentes motores com hélices e turbinas propulsoras de aviões podem produzir cristais de gelo e canais nas nuvens extremamente frias, que depois se propagam e criam neve na nuvem e abaixo dela.

Essas camadas de nuvens porosas, induzidas pelos aviões, foram documentadas durante décadas e frequentemente atribuídas ao lançamento de foguetes ou à passagem de objetos não identificados --uma dessas nuvens flutuou sobre Moscou em 2009 e gerou todo tipo de especulações e teorias conspiratórias.

Segundo a nova pesquisa, as camadas de nuvens extremamente frias podem ser encontradas em um raio de cem quilômetros ao redor dos grandes aeroportos do mundo.


Fontes: FOLHA DE S PAULO - Agências

Aeroporto de Saint Louis reabre após tornado nos EUA

Ventos destruíram telhados, quebraram vidros e danificaram um avião

O aeroporto de Saint Louis, nos Estados Unidos, reabriu para alguns voos na noite deste sábado (22), após um tornado passar pela área, destruindo casas e carros e deixando a cidade americana sem eletricidade.

Autoridades fecharam o aeroporto internacional de Lambert-Saint Louis depois do tornado na última sexta-feira, que quebrou os vidros do terminal e deixou buracos no telhado, espalhando destroços e danificando ao menos um avião.

Mais de mil operários foram enviados para trabalhar no aeroporto e trazê-lo de volta à atividade. A energia foi restaurada no terminal e voos puderam novamente aterrissar no sábado à noite, disseram autoridades locais.

Esperava-se que o aeroporto fosse reaberto oficialmente no domingo e a partida de voos voltasse ao normal. Aproximadamente 70% das operações do aeroporto estão normalizadas.

O governador de Missouri, Jay Nixon, declarou estado de emergência e liberou recursos do Estado para ajudar na limpeza.

Ao menos 750 casas foram danificadas e quase 100 foram destruídas, disse Nixon. Houve feridos, mas nenhum morto até agora.

Autoridades locais disseram que 47 mil pessoas ficaram sem eletricidade depois da tempestade.

Como foi

Após tempestade, estacionamento do aeroporto ficou destruído/Jeff Roberson/AP

O aeroporto de St. Louis, no Estado do Missouri, nos Estados Unidos, foi fechado neste sábado (23) depois de uma violenta tempestade que criou um aparente tornado ter atingido a região, danificando edifícios do complexo e derrubando casas.

Vidros e outros entulhos carregados pelos ventos fizeram os viajantes correrem em busca de proteção no Aeroporto Lambert, mas houve poucos feridos, a maioria com problemas leves.

O meteorologista Bem Miller, do Serviço Nacional do Tempo, disse que há a suposição de que foi um tornado.

Os pousos foram desviados para Kansas City depois que o aeroporto de St. Louis foi fechado indefinidamente, de acordo com seu website.

Imagens de emissoras de televisão mostraram neste sábado funcionários e máquinas limpando escombros do telhado de um terminal, onde a tempestade deixou buracos.

Em alguns bairros da região de St. Louis, imensas regiões tiveram casas destruídas e carros virados de cabeça para baixo ou arremessados em gramados pela força da tempestade.

Um comunicado do aeroporto diz que "a cidade de St. Louis, o Condado de St. Louis e os municípios ao redor estão ativamente ajudando nos esforços de limpeza e revisão de segurança de todas as operações".

A tempestade atingiu a região antes das 18h da sexta-feira (22), no horário local, de acordo com autoridades do gerenciamento de emergências. Duas estradas estaduais foram fechadas devido aos escombros e cerca de 20 casas foram danificadas no Condado de St. Charles, a oeste do aeroporto.

Linhas de energia caíram no Condado de St. Louis e veículos que bloqueavam as ruas dificultaram o trabalho das equipes de emergência. Milhares de pessoas ficaram sem energia elétrica na noite de sexta-feira, de acordo com a empresa Ameren Missouri.

 


Fontes: R7 - Agências

Forte nevasca provoca cancelamento de 4 mil voos nos Estados Unidos

Estados da região central do país chegaram a acumular até 60 centímetros de neve

Milhares de voos foram cancelados na terça-feira nos Estados Unidos por causa da aproximação de uma forte nevasca na região central do país.

A tempestade deve se estender por mais de 3.200 quilômetros, despejando até 60 centímetros de neve no centro e norte do Meio-Oeste, e deixando gelo no solo do sul do Meio-Oeste.

Até o meio-dia, as maiores empresas aéreas do país -- United Continental, Delta Air Lines, American Airlines e Southwest Airlines -- haviam cancelado mais de 4 mil voos.

A American Airlines disse que 45 por cento das suas operações estão afetadas, e que o número pode subir. A United recomendou aos passageiros que verifiquem seus voos pelo site da empresa.

Durante a manhã, o gelo chegou a fechar o aeroporto internacional de Dallas/Fort Worth, importante centro de operações da American Airlines. Outro aeroporto local, o Love Field, atendido principalmente pela Southwest, também precisou parar.

O clima imprevisível do inverno é um transtorno habitual para as companhias aéreas, e isso pode afetar seus resultados financeiros no trimestre.

Mas o cancelamento antecipado dos voos ajuda as empresas a evitarem que seus passageiros fiquem retidos em terminais aéreos ou em aviões parados.


Fontes: Agência Estado

Fortes nevascas trazem caos aos transportes na Europa

A neve e o tempo frio causam transtornos em partes do norte da Europa neste sábado.

A British Airways cancelou grande parte de seus voos em Londres

O tráfego foi interrompido em estradas, aeroportos e linhas ferroviárias, e as autoridades estão pedindo aos passageiros que reconfirmem seus trajetos antes de viajar.

O aeroporto mais movimentado da Europa, Heathrow, em Londres, disse que está "fazendo um esforço" para manter o cronograma de pousos e decolagens, mas a British Airways, a maior companhia a operar no aeroporto, cancelou todos os seus voos até o fim da tarde.


"Estamos trabalhando para degelar as nossas duas pistas e todas as áreas de táxi. Por ora, tudo está funcionando no aeroporto, mas não saia de casa se for voar pela British Airways", disse o porta-voz do aeroporto, Andrew Teacher.

A BA também cancelou seus voos domésticos e entre os países europeus no aeroporto de Gatwick. O aeroporto fechou sua pista até o meio da tarde.

Na Alemanha, cerca de 170 voos foram cancelados no aeroporto de Frankfurt, o maior do país. Os cancelamentos se somam aos cerca de 500 – de um total de 1,4 mil voos previstos – na sexta-feira, impedindo 2,5 mil passageiros de viajar.

Diversas estradas alemãs ficaram lotadas de caminhões presos na neve. Os congestionamentos também estão sendo verificados no norte da Inglaerra, em cidades como Manchester.

Na Holanda, uma centena de voos foram cancelados no aeroporto de Schipol, em Amsterdã, e os atrasos chegam a 4 horas. Situação semelhante está sendo registrada na Suíça.

A França emitiu um alerta meteorológico para o oeste do país e pediu aos viajantes que não saiam de casa a não ser que seja indispensável.

Na Irlanda do Norte, as autoridades registraram a maior queda de neve em décadas.

A previsão para o fim de semana é de mais neve no continente.



Fontes: G1 - TV Globo- BB

Chega ao Brasil supercomputador para melhorar previsão do tempo

Equipamento de 40 toneladas custou US$ 23 milhões. Instalações do Inpe em Cachoeira Paulista vão abrigar aquisição.

Com o supercomputador Cray, será possível prever o tempo em uma escala muito pequena, portanto mais precisa (Foto: Lucas Lacaz Ruiz / Futura Press)

Chegou nesta segunda-feira (4) a São José dos Campos o supercomputador Cray, adquirido nos Estados Unidos ao custo de US$ 23 milhões (R$ 39 milhões, ao câmbio atual) para refinar a capacidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) realizar a previsão do tempo. O equipamento, de 40 toneladas, vai ser usado na unidade do Inpe em Cachoeira Paulista.

Em entrevista ao G1 em março deste ano, Gilberto Câmara, diretor do instituto, explicou que a aquisição faz parte da das estratégias do instituto para lidar com eventos climáticos cada vez mais extremos, como as tempestades que causaram enchentes e deslizamentos no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2008.

Com capacidade de processamento de dados muito maior, será possível prever o tempo em uma escala muito pequena, portanto mais precisa. Com a compra de um dos computadores mais rápidos do mundo para essa tarefa, o instituto conseguirá saber, por exemplo, a diferença entre a chuva que poderá cair na Zona Leste e no Centro da cidade de São Paulo.

Supercomputador permitirá ao Inpe ter previsão do tempo em 'alta resolução'

Até o final de 2010 o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pretende estar preparado para conseguir prever o tempo em uma escala muito pequena, portanto mais precisa. Com a compra de um dos computadores mais rápidos do mundo para essa tarefa, o instituto conseguirá saber, por exemplo, a diferença entre a chuva que poderá cair na Zona Leste e no Centro da cidade de São Paulo.

O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, disse que a compra do supercomputador de R$ 50 milhões faz parte das estratégias do instituto para lidar com eventos climáticos cada vez mais extremos, como as tempestades que causaram enchentes e deslizamentos no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2008.

Imagem de satélite da Grande São Paulo mostra como o Inpe calcula a previsão do tempo atualmente (à esquerda), com pontos distantes 20 km entre si. Com a compra de um novo supercomputador, o instituto conseguirá fazer a previsão para pontos com 5 km de distância (imagem à direita), podendo dizer quanto vai chover em cada região da capital. (Foto: Google Maps)

Também está dentro das ambições do Inpe o desenvolvimento de um satélite brasileiro para a leitura do tempo, pois hoje é utilizado um equipamento dos EUA. “Estamos vivendo de satélite emprestado”, disse Câmara.

Veja, abaixo, alguns trechos da conversa com o diretor do instituto brasileiro responsável, entre outras coisas, pela previsão do tempo oficial, a medição do desmatamento, o inventário dos gases de efeito-estufa e o desenvolvimento de tecnologia espacial.

G1 - Com eventos climáticos extremos, monitorar e prever o tempo se torna cada vez mais importante. O Inpe está preparado para essa exigência?

Gilberto Câmara - Agora vamos amos ter uma máquina de 16 teraflops [16 trilhões de operações matemáticas por segundo]. Deverá ser a maior máquina de previsão do tempo do mundo, e esperamos que até meados do ano ela já esteja funcionando.

Hoje temos um modelo de previsão do tempo com uma grade de 20 quilômetros. Isso significa que cada ponto onde é calculada a previsão fica a 20 quilômetros do mais próximo. Até o final do ano vamos passar para 5 km, e poderemos capturar eventos mais localizados. A gente conseguiria, em São Paulo, saber a diferença entre a chuva que vai cair na Zona Leste e a que vai ocorrer no Centro.

Fizemos uma simulação para saber como teria sido a previsão dos eventos climáticos em Santa Catarina [que ocorreram em 2008] se nós já tivéssemos um supercomputador desses. A previsão teria sido bem mais apurada. Ela não foi ruim, mas não teve detalhes suficientes para antecipar a magnitude do evento.

G1 - E o custo da máquina?

Gilberto Câmara - Ao todo nós recebemos R$ 50 milhões do governo, em uma cooperação entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Isso inclui a máquina, que deverá custar entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões, manutenção, pessoal e outros custos, já que um computador desses puxa 600 kVA de energia. Tem que ter uma central de ar condicionado e uma central elétrica só para manter essa máquina.

G1 - Em dezembro, a desativação do satélite Goes 10 mostrou que dependemos dos norte-americanos para monitorar o tempo a partir do espaço. O Brasil tem condições de ter os seus próprios satélites com essa função? Existem planos para isso?

Gilberto Câmara - O satélite Goes 10 tinha sido emprestado pelos EUA para a América Latina. Antes, ele ficava mais ou menos em cima de Quito, no Equador, para ver furacões no Golfo do México, e depois foi movido para cima do Brasil. Era um satélite de segunda mão, pois já tinha sido usado e foi substituído por outro. Eles emprestaram outro. Então estamos vivendo de satélite emprestado.

Em médio prazo, o Brasil precisa ter um satélite nessa posição para não depender dos norte-americanos. Temos uma relação excelente com a NOAA [órgão americano que mede as condições do oceano e da atmosfera], mas o plano é ter um satélite geoestacionário nosso.

O Inpe já apresentou esse plano para a Agência Espacial Brasileira [AEB], e agora é questão de dinheiro. Custa cerca de R$ 800 milhões. Eu acho que não é muito para o Brasil, que está comprando Rafales [caças de fabricação francesa, que disputam contrato com suecos e americanos] a bilhões de reais, usando tecnologia dos outros. Esses R$ 800 milhões seriam para desenvolver com tecnologia nacional. Não nos interessaria comprar satélites prontos. Isso o Inpe não faz.

O Brasil é um país tropical onde o território tem uma enorme importância econômica, política, até quase afetiva com seu território. O Brasil precisa monitorar a Amazônia, o Cerrado, a costa, o oceano, o clima. Temos que melhorar sempre a capacidade de tomar conta do país. Estamos discutindo isso com a AEB e estamos otimistas.


G1 - No início de 2008 houve uma polêmica com o governo de Mato Grosso sobre o monitoramento da Amazônia, depois uma rusga com o Ministério de Minas e Energia por causa do apagão. Isso mostra que o trabalho do Inpe pode incomodar o poder público. Os cientistas têm conseguido trabalhar com liberdade dentro desse ambiente?

Gilberto Câmara - Se nós fizermos uma escala de liberdade de ação dos institutos do estado como o Inpe, IBGE e Embrapa, veremos que o Brasil está em um grau superior de maturidade em comparação com a China, Índia ou Rússia. Temos as melhores práticas públicas de transparência do mundo. O ponto de referência são os EUA, mas mesmo lá os cientistas da Nasa chegaram a ser censurados.

A partir do governo Lula, o Inpe consolidou a política de disseminação ampla de todos os seus dados. Uma política aberta facilita muito a assimilação da sociedade e reduz os riscos de manipulação. Eu já tive divergências com vários ministros, mas nunca me pediram para tirar alguma coisa da internet.

G1 - O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) está sofrendo uma crise, primeiro com o vazamento de mensagens trocadas entre cientistas, depois com a acusação de que seu presidente faz assessoria para empresas. Muitas pessoas dizem que tudo isso é orquestrado. Qual sua opinião sobre esses casos?


Gilberto Câmara - O IPCC está com as verdades inconvenientes. Algumas dessas verdades são muito graves e têm um impacto enorme na sociedade atual e no futuro. É mais fácil desconstruir o IPCC do que enfrentar o fato de que é preciso mudar as práticas de uso de energia do mundo. É uma campanha orquestrada, do mesmo jeito que, nos anos 1960, os institutos de pesquisa associados aos grandes produtores de cigarro negavam insistentemente que havia risco à saúde ao fumar.

No caso daqueles e-mails [que vazaram], não há nada de anormal, de excepcional. São comentários que os cientistas fazem, às vezes por gozação. Além disso, os dados de evidências de mudanças climáticas não são só trabalhados por aquele grupo britânico. A quantidade de dados consistentes sobre aquecimento global são muito grandes, de muitas fontes independentes, de observação de muitos fenômenos, desde gelo do Ártico, temperaturas observadas no Havaí, aumento do nível do mar, diminuição das geleiras, temperaturas mais quentes no verão europeu, aumento das chuvas e tempestades no Brasil.


Entrevista concedida em 12/03/2010

Fonte: G1/Iberê Thenório

Aviões voltam a pousar no Salgado Filho (RS)

Aeroporto continua operando abaixo do mínimo de segurança, diz Infraero

Aeronaves da empresas aéreas Gol, Tam e Azul voltaram a pousar no aeroporto Salgado Filho, no Rio Grande do Sul, na manhã desta quinta-feira, contrariando a recomendação da torre de comando de seguir para outro aeroporto, segundo informações da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

De acordo com a Infraero, o aeroporto está operando abaixo dos mínimos de segurança desde as 7h18, horário em que os pousos foram suspensos, por causa do forte nevoeiro que cobre a capital gaúcha. Com isso, a recomendação é que todas as aeronaves seguissem para outro aeroporto.

Por outro lado as companhias alegam que a situação climática está normalizada e não há perigo para realizar as chegadas.

Por volta das 10h40, do total de 25 chegadas que estavam programadas, cinco foram canceladas (quatro vôos da Gol e um da Tam) e nove estavam atrasadas. O aeroporto não tem previsão para a reabertura das operações. Das 36 partidas programadas no mesmo horário, cinco foram canceladas e cinco tiveram atrasos.

Fonte: IG

Alex vira primeiro furacão de 2010 no Atlântico e avança rumo ao México

A tormenta Alex se transformou em furacão no fim da noite desta terça-feira, o primeiro da temporada 2010 no oceano Atlântico, informou o Centro Americano de Furacões (NHC), com sede em Miami (EUA). 

  Foto do furacao Alex, tirada às 02:45 de Brasília.

Na manhã desta quarta-feira, o furacão passava pelo golfo do México e deve chegar até o fim da noite em terra, na zona entre o México e o sul do Estado americano do Texas.


"Os ventos máximos firmes são de 120 km/h, com rajadas mais fortes", destaca o NHC em seu último relatório. "Está previsto que ganhará mais força antes de tocar a terra na noite de quarta-feira".

Alex, agora como furacão de categoria 1, é o primeiro furacão a aparecer em junho no Atlântico, desde 1995, segundo o NHC.

Barreiras tentam contem mar agitado em Lousiana, nos EUA, pela aproximação do furacão Alex/Patrick Semansky/AP

Ele segue para oeste e, se mantiver esta direção, evitará a zona do desastre ambiental provocado pelo vazamento de petróleo no golfo do México. Mesmo sem passar pela zona da maré negra, a aproximação de Alex já prejudica os trabalhos de limpeza.

Os moradores do sul do Texas já se preparam para a chegada de Alex há dias, fortalecendo janelas e portas de suas casas e empresas e estocando alimentos e suprimentos essenciais. Segundo a previsão dos meteorologistas, contudo, os ventos do furacão não devem atingir de maneira grave o Estado.

Sua chegada em terra deve acontecer na cidade mexicana de Matamoros, a cerca de 160 km ao sul de Brownsville. Neste momento, Alex deve ter ventos de 145 km/h, embora não deva chegar as categorias mais altas de furacão.

O taxista de Matamoros Alfonso Lopez disse estar preocupado que as pessoas esperem até o último minuto para se preparar para o furacão. "Muitas pessoas confiam demais que os ventos não trarão grandes prejuízos ou que vai mudar sua rota".

No Condado de Cameron, uma das áreas mais pobres da fronteira sul do Texas, o prefeito de Brownsville Pat Ahumada disse querer esperar para declarar estado de emergência, já que não quer pagar extra para os funcionários antes do necessário.

De qualquer forma, um alerta de furacão foi emitido para a costa do Texas, ao sul da Baía de Baffin até o Rio Grande, e na costa do México até Cabo Rojo, ao sul do porto de Tampico. O México fechou no domingo (27) seus portos de Dos Bocas e Cayo Arcas --responsáveis por 80% da exportação de petróleo do país.

A temporada de furacões do Atlântico vai de 1º de junho a 30 de novembro e meteorologistas preveem uma temporada ativa este ano.

Fonte: FOLHA- Agências

Troca de satélite pode prejudicar previsões do tempo no Brasil

Novo equipamento monitora o País com menos frequência e ainda há risco de ser usado só para Hemisfério Norte



Meteorologistas brasileiros terão de se preocupar também com o clima do Hemisfério Norte em 2010. Caso haja eventos extremos por lá, a previsão do tempo no Brasil poderá ser prejudicada, com impactos sobre a aviação civil, agricultura e o monitoramento de tempestades.

O satélite americano do qual o País dependia para esse serviço, o GOES 10, foi desativado no início de dezembro. Ele produzia imagens da América do Sul a cada 15 minutos. Seu substituto imediato, o GOES 12, continua a fornecer imagens do continente, mas com uma frequência menor - a cada 30 minutos.

Até aí tudo bem. Os 15 minutos a mais não alteram a confiabilidade da previsão do tempo no País, segundo o chefe da Divisão de Satélites do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Frederico de Angelis.

O problema é quando houver condições meteorológicas extremas no Hemisfério Norte - situação frequente no verão e na primavera, quando ocorrem as temporadas de furacões e tornados nos Estados Unidos. Nesse caso, os "olhos" do GOES 12 poderão ser direcionados para lá, deixando o Brasil "às cegas" por períodos de até três horas. "Aí começamos a ter problemas, pois, com essa periodicidade, não conseguimos fazer previsões de curto prazo (para períodos menores do que três horas)", explica de Angelis.

Isso pode ser um problema para a previsão e o monitoramento de tempestades que se formam e se deslocam rapidamente, como as pancadas de chuva que vêm causando desastres no Rio e em São Paulo nas últimas semanas.

"É um pouco complicado, pois há nuvens que se formam e desaparecem em questão de uma hora, e não teremos registro delas", diz o coordenador geral de Agrometeorologia do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Alaor Moacyr Dall"Antonia Junior.

A segurança na aviação também poderia ser comprometida, com uma diminuição na precisão das previsões meteorológicas para planejamento de voos. Na agricultura, o Inpe ficaria impossibilitado, por exemplo, de calcular o acumulado de chuva para um determinado dia com base em imagens de satélite - uma informação crucial para o manejo das lavouras. "Com imagens a cada três horas, o erro torna-se muito grande. O cálculo deixa de ser confiável", explica de Angelis.

DEPENDÊNCIA

Os satélites GOES (Geostationary Operational Environmental Satellite) pertencem à NOAA, a agência federal americana que monitora os oceanos e a atmosfera. São aparelhos geoestacionários, o que significa que ficam posicionados sempre sobre um mesmo ponto do Equador, enquanto suas câmeras escaneiam a superfície.

O GOES 10 olhava só para o Sul e levava 15 minutos para escanear todo o hemisfério. O GOES 12 olha para o Sul e para o Norte, por isso leva o dobro do tempo para produzir as imagens de cada continente.

Os dados são fornecidos gratuitamente aos países da América do Sul por um acordo com a Organização Mundial de Meteorologia. O problema é que, pelo acordo, a NOAA tem obrigação de prover imagens a cada 3 horas, mas não menos do que isso.

O GOES 10 foi desativado em 1º de dezembro, após 12 anos de serviço, e imediatamente substituído pelo GOES 12. A agência americana mantém sempre três satélites em órbita: um para o leste dos Estados Unidos, outro para o oeste e um terceiro, de reserva, caso haja problemas com os outros dois.

O satélite mais novo da série, o GOES 14, foi lançado em junho do ano passado e está passando por um período de comissionamento. Segundo Dall"Antonia, do Inmet, uma vez que esse processo seja concluído, o GOES 14 deverá assumir a função do GOES 12 para o Hemisfério Norte, e o GOES 12 passará a se dedicar exclusivamente à América do Sul, como fazia o GOES 10. A expectativa é que isso ocorra em junho deste ano.

Até lá, Dall"Antonia garante que "o Brasil não ficará descoberto", pois pode ainda recorrer ao satélite europeu Meteosat, que fornece imagens a cada 15 minutos. De Angelis, do Inpe, porém, faz a ressalva de que "a única região de boa confiança para o Meteosat é o Nordeste", por causa da posição do satélite (que fica na interseção de Greenwich com o Equador, sobre a costa da África).

Comentário do BGA

O Brasil não tem satélites e lançadores de satélites, devido a total falta de vontade política do governo federal, nos últimos 30 anos.


Fonte: O ESTADO / Herton Escobar

Tempestades de neve paralisam tráfego aéreo na Europa

Todos os meios de transportes foram afetados.


Aviões em solo na pista coberta de neve do aeroporto de Dusseldorf


Milhares de europeus ficaram bloqueados em trens, estações, estradas e aeroportos neste domingo em decorrência da neve e da onda de frio que assola o continente e já provocou a morte de vários desabrigados.

A temperatura atingiu 33,6 graus negativos na madrugada de sábado na Baviera (sul da Alemanha). Na Polônia, 15 pessoas morreram no sábado. Na França, onde a madrugada deste domingo foi uma das mais frias do ano, com -24ºC no leste do país, um desempregado de 36 anos foi encontrado morto em seu trailer perto de Arras (norte), assim como um desabrigado polonês em Marselha (sul).

Dois homens de 19 e 43 anos foram encontrados mortos no sudeste da Áustria. Na Alemanha, o corpo de um desabrigado de 46 anos foi descoberto em Mannheim, no sudoeste do país.

A circulação dos trens Eurostar entre Londres e Paris, bloqueada desde a noite de sexta-feira por panes que obrigaram 2.000 pessoas a passar a noite no túnel sob a Mancha, continuava paralisada neste domingo.

"Ainda é cedo para dizer se os trens voltarão a funcionar amanhã (segunda-feira)", declarou uma porta-voz da companhia na tarde deste domingo.

Segundo a Eurostar, 24.000 pessoas estão atualmente bloqueadas dos dois lados do Canal da Mancha.

Os demais trens de alta velocidade (TGV, sigla em francês) da França circulavam a 220 km/h na manhã deste domingo, em vez dos mais de 300 km/h habituais. O tráfego ferroviário continuava muito perturbado no norte da França, na Bélgica, na Holanda e na Áustria.

Os aeroportos de Bruxelas, Charleroi e Liège, na Bélgica, pararam de funcionar por causa da neve.

No Reino Unido, a operadora BAA alertou para o risco de atrasos e cancelamentos em Heathrow, o maior aeroporto do país. O de Manchester (norte da Inglaterra), anunciou seu fechamento no fim da manhã.

Em Paris, no aeroporto internacional de Roissy-Charles-de-Gaulle, 40% dos voos previstos na manhã deste domingo haviam sido cancelados preventivamente no sábado, assim como 20% dos voos previstos para a tarde.

O frio e a neve também atingiram o sul da Europa. Várias regiões do norte e do centro de Portugal foram colocadas em estado de alerta neste domingo, e o tráfego aéreo continuava muito perturbado no aeroporto internacional de Madeira.

Na região autônoma da Madeira, nove aviões alteraram a rota para outros aeroportos devido aos fortes ventos sentidos no do aeroporto internacional.

Cinco aeronaves desviaram a sua rota para a ilha do Porto Santo (SATA, TAP, Air Berlin, EasyJet e Primeira) e quatro para Lisboa (todos da TAP).

Fontes: AFP / Agência Lusa / Notícias Sobre Aviação

CGE vai usar novo radar para prever tempestades na cidade de SP

Equipamento de laboratório da USP prevê formação até 1 hora antes. Informações do radar devem começar a ser usadas em SP em dezembro.


Radar do Laboratório de Hidrometeorologia consegue prevê formação de tempestade com até 1h de antecedência (Foto: Divulgação)

Um radar móvel desenvolvido pelo Laboratório de Hidrometeorologia (LabHidro), ligado à Universidade de São Paulo (USP), será a nova ferramenta a ser usada pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), ligado à Prefeitura de São Paulo, na tentativa de alertar a cidade para a chegada de temporais.

Atraso já afeta 51% dos voos do aeroporto Tom Jobim

Espera causa filas e passageiros dormem no terminal. Segundo Infraero, 52,2% dos voos foram cancelados no Santos Dumont.

O percentual de voos com atraso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, subiu para 51,7%, segundo boletim da Infraero divulgado às 12h deste sábado (10). Dos 116 voos previstos, 60 registraram atraso e nenhum foi cancelado.

Ventos passaram de 66 km/h no Aeroporto de Congonhas

Bombeiros de SP registraram, até as 13h, mais de 20 quedas de árvores. Infraero afirma que ventos não atrapalharam operação do aeroporto.

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo, registrou ventos de 66,7 km/h no fim da manhã desta quarta-feira (23) no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Apesar disso, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que os pousos e as decolagens não foram prejudicados em Congonhas.

Infraero registra atrasos em um terço dos voos

Operações foram retomadas em Curitiba e Florianópolis.
Fechamento de terminal em SP causou problemas no Rio, MG e Brasília.

Um em cada três voos previstos até as 11h desta sexta-feira (28) ocorreu fora do horário marcado. Balanço divulgado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) aponta atrasos em 289 dos 843 previstos no período (o equivalente a 34,3% do total). Outros 81 foram cancelados.

A má visibilidade fechou aeroportos em Guarulhos (SP), Curitiba e Florianópolis. As operações já foram retomadas, mas os problemas continuam.

A Infraero informa que, dos 42 voos programados na capital paranaense, 24 (57%) sofreram atrasos e 11 (26,2%) foram cancelados. Na cidade de Santa Catarina, dez dos 14 voos ocorreram fora do horário.

O aeroporto de Guarulhos voltou a operar para pousos às 9h, após ficar fechado desde as 5h50. Os atrasos na região da capital paulista também causaram problemas nos aeroporto do Rio, em Minas Gerais e em Brasília.



Fontes: G1- Globo - FOLHA

Tempestade na proa?

O radar meteorológico é uma grande ferramenta, mas precisamos de todos os nossos sentidos para evitar as tempestades convectivas.


Não há desculpas para qualquer piloto voando nos Estados Unidos, que alegue não ter visto alguma foto recente de radar, quando há possibilidade de tempestades ao longo da rota. Qualquer computador pode linkar aos sites de radares da Nexrad, antes da decolagem, e os dados de satélite mais recentes dos radares meteorológicos, estão disponíveis a um preço que compensa a quem pilota aviões.

Imagens de radar são apenas alguns dos ingredientes necessários para a formulação de um plano para evitar mau tempo. O radar é a ferramenta mais importantem mas precisa de dados provenientes de outras fontes para que se tenha um quadro realísta do clima.

O Radar, como se sabe, funciona transmitindo um sinal de rádio,curto e poderoso. A energia gerada pela onda, é focada numa determinada faixa e originada em uma antena que se move com a aeronave. Quando a energia gerada atinge um objeto, uma pequena quantidade dela é refletida de volta à antena do radar. Calculando-se o tempo decorrido , entre ida e volta, do pulso emitido pelo radar, a distância do alvo pode ser calculada com precisão. O ângulo da antena durante a transmissão do pulso e o eco recebido, fornece a direção ou proa do alvo.

A primeira utlidade prática do radar, era detectar aviões e embarcações inimigas, a distâncias que naquele estágio tecnológico, não podiam ser obtidas. Os pioneiros no uso do radar, rapidamente descobriram que a energia de radio transmitida pelo radar, seria refletida de volta, não somente em relação aos aviões, como também em relação às precipitações (chuva,neve). Isto constituia-se em um sério obstáculo para a missão de detectar alvos reais, e esforços maciços foram feitos para encontrar frequências de rádio e comprimento de ondas que pudessem penetrar nas precipitações , passar por elas e encontrar o alvo.

Mas a serendipicidade do radar em detectar a precipitação, assim como aviões e embarcações, logo foi percebida e novos tipos de radares foram desenvolvidos, e inclusive, radares otimizados para medir e rastrear precipitações. Pela primeira vez, os meteorologistas poderiam localizar as precipitações , a grandes distâncias e ainda medir seu movimento e intensidade.

Outra feliz coincidência é proporcionada pelas gotas de chuva e as concentrações mais pesadas delas, pois são as melhores refletoras das ondas do radar e assim aparecem no radar como os ecos mais fortes. Gotas maiores e chuva intensa também são uma assinatura das tempestades. As poderosas correntes ascendentes que são necessárias para a geração de uma tempestade convectiva, também são parte do mecanismo que cria gotas de tamanho maior. Assim, quando o radar mostra um eco forte, podemos concluir que existem gotas de tamanho maior naquela área , ou seja, chuva intensa e então poderia haver ali uma tempestade convectiva.

Os modernos radares digitais, tais como o Nexrad, mostram no cockpit,computador ou na TV, imagens que vemos dos satélites, que elencam a força de um eco refletido e o codifica por meio de uma cor. O Nexrad apresenta mais de 12 diferentes níveis de força dos ecos , com as cores correspondentes, que permitem visualizar a intnsidade em cada área alvo. A cor verde clara indica ecos fracos e as cores se sucedem até tons intensos de vermelho, seguida do magenta e alguns tons de lilás para indicar os ecos mais fortes.

Assim, ficaria bem fácil evitar o mau tempo utilizando-se de um mapa radar em cores, indicando as áreas de instabilidade. Bastaria evitar as áreas que não estejam em verde e todas as tempestades seriam evitadas , certo? Há uma inverdade ai. Sim porque eventualmente, pode-se atingir uma área de turbulência e também pode-se estar voando em volta de alvos radar que não passam de uma chuva em ar estável.

Portanto, precisa-se muito mais que um radar meteorológico, para que se garanta um bom, seguro e eficiente trabalho em evitar o mau tempo. Para que se tenha uma visão melhor do quadro, é necessário que se compreenda os sistemas meteorológicos considerados e que se tenham as previsões sobre descargas elétricas.

Uma característica essencial de uma tempestade convectiva, é a ocorrência de trovões. Na antiguidade, quandos os humanos faziam suas observações do tempo, se o observador escutasse trovões, ele sabia que havia uma tempestade nas proximidades. e ele reportava isto. Ele não precisava vizualizar o raio para assegurar-se disto. Não havia necessidade de chuva. Trovões e raios, acompanhados de chuva, é reportado como TSRA.

A Avidyne lançou um novo detector de raios, o TWX670, que é capaz de mapear a atividade de raios e apresentar os dados de uma forma que lembra a visualização de uma tela radar. Da mesma forma que a imagem radar, as cores indicam níveis mais elevados de atividade , sendo a cor vermelha a indicação das áreas com maiores ocorrências.

O trovão é gerado pelo relâmpago, que rapidamente aquece e espande o ar pelo qual se conduz, e a espansão é o que ouvimos como trovão. Então, o trovão, é a evidência audível da presença de raios, e os raios é que fazem uma tempestade convectiva. Ou colocando de outra forma: é a frição ds correntes de ar em movimento rápido na tempestade que se forma, que cria o raio e que por sua vez, gera o trovão.

Como pilotos, devemos desejar fazer o melhor para evitar os relâmpagos, mesmo embora, os aviões sejam projetados para suportá-los. O raio pode causar danos físicos à fuselagem, especialmente nas extremidades do avião e danificar partes da estrutura. O raio, também pode nocautear os sistemas aviônicos e elétricos. Os aviões são atingidos com frequência, e os danos nem sempre são causados pelo impacto na estrutura, mas bem que pode causar.

Embora os raios, sejam uma ameaça real, são as poderosas correntes de ar geradas pelos raios, que podem desintegrar um avião em pleno voo. Por isso, ao mesmo tempo em que deve -se consultar as fotos de radar mostrando as áreas de precipitação na tentativa da identificação de tempestades convectivas, deve-se fazer o mesmo em relação à ocorrência de raios. Evitar chuvas torrenciais e os raios, é uma boa idéia, mas o inimigo real é a turbulência, e as pedras de gelo presentes no núcleo de muitas tempestades de alta intensidade.

As fontes geradoras de dados enviam ao cockpit ou ao computador, informações sobre a ocorrência de raios. Os dados são coletados por meio de uma rede nacional de dados meteorológicos. Tais dados são muito úteis porque se há a ocorrência de raios, ali existe uma tempestade convectiva. Hoje, a precisão dos mapas indicando a ocorrência de raios é muito boa.


Se estivéssemos voando nas vizinhanças desta longa frente fria e vissemos precipitação moderada ou severa, na tela do radar; então a presença de turbulência significativa seria o que esperar. A previsão mostra tempestades convectivas ao longo da Costa do Golfo e neve sobre os Grandes Lagos.

Existem, porém, dois cuidados muito importantes ao confiar em dados referentes aos raios quando fornecidos em redes nacionais. Primeiramente, as redes detectam primariamente, ocorrência de raios da nuvem ao solo, o que é a assinatura das tempestades convectivas em fase de madureza. Contudo, durante o desenvolvimento inicial da tempestade, os raios ficam confinados dentro das núvens ou entre elas. 90% de todos os raios, podem ser dentro da núvem ou entre núvens. Este tipo de raio não pode ser detectado pelas estações em terra. Uma tempestade pode se desenvolver e gerar sérios níveis de turbulência antes que os raios comecem a ser entre núvem - solo.

Outro problema com referência às estações detectoras de raios é a latência. Os dados são coletados e então transmitidos em porções e assim já chega com alguma defasagem ao interessado. Normalmente, novos dados são transmitidos em um cíclo determinado de minutos, e assim tem-se uma defasagem entre a coleta dos dados e mais outra , antes que se receba os dados no cockpit ou no computador. Acontece porém, que as tempestades convectivas podem formar-se e intensificar-se tão rapidamente, que quaisquer defasagens nas informações acabam gerando dados que não fornecerão uma visão completa da situação do tempo;

O stormscope pode mostrar a atividade de raios, em uma célula individual, selecionando-se o ´´ strike mode´´, ou podemos optar em visualizar todos os grupos de células com atividades de raios, selecionando-se ´´cell mode´´. Em ´´strike mode´´ temos avisos mais antecipados da formação da tempestade.

Uma solução para a detecção de raios seria a compra de um Stormscope L-3 Avionics, ou um sistema de detecção meteorológica TWX670 da Avidyne. Estes detectores de raios, conseguem rastrear todas as formas de raios e podem alertar quanto à uma formação de tempestade convectiva,detectando raios dentro da núvem ou entre núvens, de forma imediata, confome a tempestade se forma. Os sistemas funcionam em tempo real e assim evita-se a defasagem comentada no parágrafo anterior.

A determinação do local exato da ocorrência de raios, por parte destes equipamentos, não é tão precisa como os dados fornecidos pelas estações terrestres, mas tendo a vntagem de detecção de todos os tipos de raios e sem a ocorrência de defasagens, acaba sendo vantajoso. Afora que sistemas embarcados de detecção fornecem autonomia das redes de satélites quando se voa fora dos EUA.

Finalmente, para entende o que pode ser visto nas fotos fornecidas pelo Nexrad, mesmo sem a ocorrência de raios, é necessário compreender a situação meteorológica como um todo. Se o ar é estável, se há ou não frentes significativas ou sistemas de baixa pressão presentes nas proximidades, e também se os ventos em altitude não são muito fortes , a precipitação visualizada provavelmente não será causada por tempestades ou núvens de turbulência. Contudo, se o ar for instável - o ar esfria rapidamente conforme a maior altitude - poderá significar a existência de uma frente nas proximidades, ou algum sistema de baixa pressão e neste caso deve-se levar em conta ate mesmo a detecção de baixas ocorrências de raios. As condições podem não ir de encontro às exigências para que se considere a ocorrência meteorológica, de tempestade convectiva, e as tempestades podem até não ter desenvolvimento, contudo, ainda assim podem gerar ar muito turbulento e tornar o voo muito duro.

Devemos também considerar a latitude do voo e a estação do ano, ao analisar-se os dados fornecidos pelo radar. Chuvas extremamente pesadas, formam-se com mais frequência nos trópicos, ou mesmo em latitudes médias no verão, sem ser resultado de convecção severa ou turbulência. Por exemplo, uma foto radar de uma chuva intensa, voando-se pelo sul da Flórida, no verão, seria bem diferente de uma foto radar de Okclahoma, na primavera ou no verão. Os elementos que favorecem a ocorrência de chuvas intensas, estão disponíveis com frequência, na Flórida, e geralmente, sem a presença de fortes ventos e rajadas necessárias para a geração de uma tempestade convectiva. Entretanto, mas altas latitudes e longe das águas quentes dos trópicos, pode-se ter certeza que grandes forças estão presentes para criar uma foto radar que mostre precipitação pesada.

A Collins leva vantagem com seu novo radar meteorológico de bordo. O radar trabalha em conjunto com as infomações de latitude-longitude do sistema de navegação de bordo, e recebe dados sobre a data e horário presentes. Com uma base de dados contendo o histórico das informações meteorológicas, o radar pode determinar alvos de precipitação baseados no grau de possível ameaça. Ainda pode utilizar técnicas de Doppler para medir a intensidade da turbulência, contudo, o recurso só é eficaz a curtas distâncias. Assim, o radar da Collins disponibiliza aos pilotos, informações obtidas em milhares de voos anteriores , por milhares de horas, ao longo da mesma rota.

Outra consideração importante ao analisar a imagem do radar Nexrad, é observar os gradientes dos ecos. Gradiente é a distância entre ecos cada vez mais fortes na tela. Se os dados vão do verde ao amarelo e ao vermelho, em uma curta distância, saber-se-á então ser um gradiente elevado. Se passam muitas milhas entre as mudanças de intensidade dos ecos, então será um gradiente baixo. Um gradiente elevado é uma assinatura radar de uma tempestade convectiva e turbulência significativa. Mesmo com a ausência de raios na área, um gradiente elevado na tela do radar, certamente estará indicando a existência de turbulência e condições de voo extremamente desconfortáveis. Gradientes elevados devem ser evitados por várias milhas.

Gradientes elevados na imagem radar podem levar a crer na existência de buracos entre as tempestades, mas aqueles buracos, geralmente não existem. Por exemplo: pode não haver retorno de ecos, nem mesmo ecos leves, entre dois alvos com grandiente elevado. Contudo, se aqueles alvos radar estão muito próximos, digamos, 10 milhas, é provável então que exista interação entre as duas células. Se voamos entre as duas células de gradiente elevado, poderemos estar evitando a turbulência mais severá das células, mas o ar no buraco entre elas poderá ser muito turbulento, de qualquer forma. Em níveis mais baixos, existirão núvens entre os dois ecos, mesmo embora não haja precipitação com intensidade suficiente para ser visualizada no radar. E em todos os níveis de voo, mesmo que o ar se apresente sem núvens, o buraco entre duas grandes células representadas na tela do radar, pode apresentar condições reinantes extremamente perigosas.

Devemos estar conscientes da direção para onde os alvos visualizados se movem. O ar mais turbulento localiza-se geralmente na área frontal do sistema e assim a distância a ser mantida deverá ser maior. Se as imagens não nos permitem determinar a direção para onde os ecos se movem, deveremos então observar os grandientes , pois eles são geralmente mais elevados na área frontal do sistema.

Finalmente, devemos observar visualmente as núvens. Não importa o que o Nexrad nos mostre, ou mesmo a ausência de raios, ou ainda a falta de previsão de tempestades convectivas; a visulização das núvens nos dão seu próprio alarme visual. Se a núvem tem aparência inchada e pudermos observar sombras brancas e cinzas nas extremidades e tanto na base como no topo, tenhamos cuidado. Em quase 40 anos de voo, é difícil lembrarmos de uma núvem que parecesse turbulenta e não o fosse. Se as núvens parecem más, certamente serão.Claro, às vezes, podemos encontrar más condições em uma camada de núvens sem aparência para tal, contudo, geralmente as núvens com aparência perigosa não nos desapotam, não importando os dados do radar ou a ausência de raios.


Fonte: AviationWeek/J. Mac McClellan
Tradução: BGA

Tempestade Andrés vira furacão perto da costa mexicana

Primeiro ciclone da temporada no Pacífico tem ventos máximos de 120 km/h e está a 100 km de Cihuatlán

CIDADE DO MÉXICO - A tempestade Andrés se tornou nesta terça-feira, 23, um furacão de categoria 1 com ventos máximos de 120 km/h e sequências de 140 quilômetros, perto da costa do Estado mexicano de Jalisco, informou o Serviço Meteorológico Nacional (SMN). O SMN explicou que Andrés, que passou esta tarde de tempestade tropical para furacão, está a 100 quilômetros da localidade de Cihuatlán (Jalisco) e que se desloca para noroeste a 20 km/h. É o primeiro ciclone da temporada no Oceano Pacífico deste ano.

Poucas horas antes da confirmação do surgimento do furacão, as autoridades do estado de Jalisco tinham decretado alerta máximo. O diretor-geral de Defesa Civil do estado de Jalisco, Trinidad López, indicou que já foi pedido aos hotéis da região que os turistas permaneçam em seus quartos e não vão às praias.

O funcionário afirmou que nesta terça foram canceladas as aulas nessa região do país e que também "seguramente" amanhã acontecerá o mesmo. A passagem de Andrés pelo Pacífico mexicano produziu danos pequenos nos estados litorâneos.

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil do estado de Guerrero, onde foram abertos dois refúgios temporários, reportou árvores, postes de luz, afundamentos de ruas e inundações de casas na cidade de Acapulco.

Fontes do organismo disseram à Agência Efe que um homem identificado como Raúl Cortés, que foi pescar na praia, acabou arrastado por uma onda e está desaparecido. Espera-se que em poucos minutos o SMN publique um boletim com detalhes da evolução do furacão Andrés.

Fotos do Furacão Andrés


NOAA


NOAA


Tropical Storms Worldwide


Tropical Storms Worldwide


Google Earth

Fontes: Agência ESTADO - Efe - NOAA - Google Earth - Tropical Storms Worldwide - ENB Blog

Voo AF447 enfrentou camadas de nuvens a 83°C negativos

Uma imagem captada por um satélite da Eumetsat (Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos) às 23 horas do domingo (31) revela que o Airbus da Air France que caiu no mar com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio cruzou uma tempestade de nuvens aglomeradas a uma temperatura de 83°C negativos. Os dados foram captados pelo satélite Meteosat-9 e processados pela estação meteorológica localizada na Universidade Federal de Alagoas. Quatorze minutos após o momento de registro da imagem pelo satélite, o avião enviou a última mensagem automática informando que houve despressurização.

Com base nos dados captados no momento em que o voo AF 447 cruzava a região do oceano (a cerca de 565 km de Natal-RN), o coordenador da estação e doutor em sensoriamento remoto pela Universidade do Arizona (EUA), Humberto Alves Barbosa, meteorologista, aponta uma nova teoria para o acidente. Ele acredita que a aeronave pode ter enfrentado condições climáticas inéditas em percursos aéreos.

Para Barbosa, a situação climática no momento do acidente pode ser decisiva para explicar a tragédia.

"Alguns dos aglomerados convectivos podem ter se intensificado muito rapidamente durante a passagem do avião. As temperaturas de brilho (nos topos das nuvens) apresentaram valores de -83 ºC. Pode ter havido condições únicas encontradas pelo avião na passagem da região, que apresentava alta turbulência", explicou, acrescentando que "isso leva à especulação de que turbulências nas proximidades das tempestades de rápido desenvolvimento podem ter desempenhado um papel no acidente".

Uma situação como essa é considerada muito rara numa área de rota de voo. "É a primeira vez que vi uma situação na vida numa rota de voo", disse Barbosa.

Para explicar o que são "aglomerados convectivos", ele usa como exemplo o algodão-doce. "É como você apertar vários desses algodões até eles não terem mais condições de comprimirem. Foi isso que aconteceu com as nuvens, o que teria ocorrido a uma temperatura baixíssima", exemplifica.

"Pior que um furacão"

Caso a temperatura tenha mesmo sido a calculada pela estação, o avião teria encontrado um cenário pior que o de um furacão. "Um furacão, em média, alcança 70°C negativos. Ela pode ter reduzido significativamente a velocidade do avião. Daí, o piloto automático teria de corrigir esta perda de velocidade por meio dos sensores, que também podem ter entrado em colapso com a tempestade", afirma. Uma outra teoria apontada como suposto motivo para o acidente seria falha dos sensores de velocidade dos modelos Airbus 330 e 340.

A queda na velocidade também é apontada pelo meteorologista como uma hipótese complementar para o acidente. "Com a intensificação da turbulência, é normal que a velocidade da aeronave caia significativamente devido ao atrito do ar, somado à presença de partículas de gelo e de água super congelada. À medida em que a aeronave atravessa a tempestade, por causa da corrente de vento em alto nível, a situação só piora. Ou seja, na hora pode ter acontecido uma 'tempestade perfeita', somente naquele instante", afirma.

Segundo ele, esses dados não foram repassados ou solicitados por autoridades que investigam o acidente, embora ele acredite que a situação climática seja decisiva para explicar a tragédia. "Existem outras imagens de satélites. Porém, essas mostram exatamente o núcleo do aglomerado convectivo e a temperatura de -83°C. Esse cálculo é resultado de uma tecnologia desenvolvida aqui na Ufal", explicou Barbosa.

Ainda segundo o professor, devido à falta de cobertura por radar na região, satélites como o Meteosat-9 acabam sendo a única fonte de dados meteorológicos sobre oceanos.

Fonte: UOL Notícias


Avião da Lufthansa sofre turbulência severa na mesma rota do AF447

Um avião da companhia alemã Lufthansa sofreu fortes turbulências - deixando até mesmo um ferido entre seus passageiros - ao sobrevoar a mesma região onde aconteceu o acidente do aparelho da Air France no qual morreram 228 pessoas.

A revista alemã "Stern" revela em sua próxima edição que um Boeing 747-400 que cobria a rota entre São Paulo e Frankfurt (voo 507) sofreu fortes turbulências a três horas do litoral brasileiro, 48 horas antes do acidente do aparelho francês.

A própria Lufthansa confirma na revista que um passageiro ficou ferido ao ser jogado contra o teto do avião quando este sofreu uma forte turbulência.

As turbulências foram tão fortes que carrinhos com bebidas e alimentos e parte da bagagem de mão caíram nos corredores do avião, enquanto outros objetos voaram pela cabine.

Vários passageiros que não estavam com o cinto de segurança foram atirados contra o teto do aparelho e um deles sofreu um corte que foi tratado no próprio avião para evitar um forte sangramento.

"Geralmente acontecem turbulências nessa rota", assinala um porta-voz da Lufthansa na "Stern", que ouviu os testemunhos de vários passageiros deste voo.

FONTE: Efe

Entenda como uma tempestade afeta um voo

Rota sobre oceano é apontada como área de mau tempo. Especialistas analisam possibilidade de tempestade causar acidente.

Uma forte tempestade sobre o Oceano Atlântico vem sendo apontada pela maioria dos especialistas como a provável razão para o acidente envolvendo o Airbus da Air France que partiu do Rio de Janeiro no domingo (31) em direção a Paris e desapareceu com 228 pessoas a bordo. O mau tempo na região, segundo pilotos ouvidos pelo G1, de fato é uma constante, mas não é algo que aumente necessariamente os riscos do voo. A reportagem falou com Jorge Barros, diretor da Nvtec, especialista em segurança de voo, com Newton Claizoni, piloto de jato executivo, e com Hamilton Munhoz, piloto de jato executivo e comercial.

É possível prever as tempestades na rota de um voo?

Imagem de satélite mostra como estava o tempo na noite do acidente

Sim. Antes de decolar, o comandante recebe seu planejamento de voo, chamado navegação, em uma pasta organizada pelo despachante de voo, que mostra o que deve encontrar durante a viagem. Além do aviso da navegação, há uma leitura por códigos de números, que são entendidos pelos comandantes e oferecem uma previsão meteorológica por satélite da região que vai ser cruzada. A aeronáutica mostra a fotografia do satélite e oferece um desenho feito à mão por um meteorologista, que a interpreta e transforma em um código a ser lido pelos pilotos. Isso é feito até 36 horas antes de cada voo. Com esses dados, o comandante pode pedir uma rota diferente, mais segura que a inicialmente prevista. Quando recebe a navegação, o piloto a estuda na cabine e decide como vai executá-la, contestando se achar que há algum problema.

Existe algum alerta maior sobre riscos na região do oceano em que ocorreu o acidente?

Mancha em destaque aponta a tempestade pela qual o avião passaria na noite do acidente

Essa região é uma zona de instabilidade que na maior parte do tempo apresenta tempo ruim.Todos os pilotos que passam por ela ficam atentos para desviar dos núcleos das tempestades. Alguns chegam a “ziguezaguear” por toda a viagem. Em relação a um tempo especialmente pesado, não há nenhum alerta específico. Há códigos nas previsões que já requerem a atenção dos pilotos, como o TCU, que significa “towering cumulus”, situação anterior à de CB, “cumulus nimbus”, que são as tempestades mais violentas.

Que ferramentas o piloto usa para analisar o tempo durante o voo?

Imagem detalhada da principal tempestade sobre o oceano naquela noite

Ao longo do voo, o comandante acompanha a meteorologia com três ferramentas:

A mais básica é perguntar ao controle de tráfego aéreo através do serviço Volmet, que passa informações atualizadas por rádio, informando o que mudou desde a partida do voo. Esta é a ferramenta mais clássica.

A segunda é falar com a companhia aérea pelo Acars (Automatic Communication Addressing and Reporting System – uma espécie de computador de bordo ligado por satélite), por voz ou por escrito. É um serviço privado, que as companhias têm por satélite. A empresa aérea ajuda a tomar decisões.

Por último vem a ferramenta mais grosseira, que é o radar meteorológico, com um princípio de funcionamento dos anos 1930. Ele mostra na tela do piloto uma imagem vertical, escaneando as nuvens e permitindo interpretar o miolo delas.

As informações a que o piloto tem acesso são exatas?

Vista interna de um avião durante a noite

Essas coisas evoluem muito rapidamente, especialmente em relação ao que é indicado pelos dois sistemas remotos, mas é possível ter uma previsão meia hora antes de se chegar a uma nuvem. O radar meteorológico, por outro lado, não é uma ferramenta muito precisa. É grosseira e pode iludir os comandantes ao não mostrar em profundidade as nuvens que estão além da primeira. Não é a ferramenta ideal.

A aeronave só passa a identificar uma área de tempestade quando está muito perto dela, entre 30 km e 50 km do núcleo, o que significa cerca de 15 minutos de voo até o avião entrar na tempestade. O piloto pode enfrentá-la ou desviar para cima, para baixo ou para os lados.

Como funcionam os radares meteorológicos?

Nuvens espessas chamadas cumulus nimbus formam as tempestades

Eles emitem uma frequência de ondas que é refletida por água. Se houver uma concentração de água adiante, ele reflete, indicando que pode haver uma nuvem. Normalmente, onde há muitas nuvens, há mais turbulência, mas há exceções em que pode haver turbulência sem nuvens ou nuvens sem turbulência. Há radares mais modernos que têm módulos para detectar turbulências a partir da velocidade do vento. Ainda assim, a turbulência não pode ser prevista com tanta segurança. Nos Estados Unidos, há tecnologias que permitem voar com auxílio de imagens de satélite, que podem até funcionar melhor de que radar meteorológico.


Imagem mostra o tipo de avaria provocada por granizo ao passar por uma tempestade

O que o piloto deve fazer quando há tempestade em sua rota?

Ao longo de todo o voo, as condições mudam. Ele tem de ir acompanhando o desenrolar, analisando o gasto real de combustível, a velocidade real, o clima. Ele vai alterando ao longo da viagem o que for necessário. Ele pode mudar o nível de voo, a rota e a velocidade. Ele muda a altitude como recurso para aproveitar melhor os ventos, como se fosse um surfista numa onda. A velocidade varia em função das condições meteorológicas. Se há turbulência, quanto mais lento o avião estiver, melhor (da mesma maneira que ocorre com um carro em uma rua esburacada). Os aviões são projetados para voar em velocidades específicas para penetração em turbulência. Se não é possível reduzir o impacto, reduzir a velocidade já pode ajudar.

Caso encontre condições de tempo severas repentinamente, o próprio comandante pode se desviar das autorizações de voo originais para garantir a segurança da aeronave. Se o comandante vê uma nuvem muito pesada à frente, ele entra em contato com o controle e solicita uma mudança de curso para evitar passar no meio dela. Ele costuma pedir, mas teoricamente pode até tomar a decisão à revelia. Se um piloto julgar que é preciso agir de forma imediata, sem comunicar nada, ele pode.

A altitude tem alguma relação com a turbulência em uma tempestade?

Normalmente, quanto mais alto se voa, melhor a eficiência em relação a combustível. Não tem necessariamente a ver com a velocidade, mas com a possibilidade de fazer o mesmo percurso gastando menos combustível. Como regra geral, quanto mais alto, mais o avião se afasta das nuvens de turbulência. Mas essa regra vale para cerca de 80% dos casos. Às vezes, pode haver uma turbulência maior numa altitude mais alta.

Muitas vezes não é possível passar por cima da maioria das tempestades, pois elas são muito altas, podendo até passar dos 50 mil pés, ficando acima do teto atingido por muitas aeronaves. A ideia de desviar das tempestades é ir contornando-as, tentando ficar a 20 milhas delas. Até porque, ao passar por cima muito próximo a elas, ainda há risco de enfrentar turbulência. Esse conjunto de nuvens, que parece uma nuvem gigante, é chamado de célula. A única alternativa a passar no meio dela é contorná-la, desviando pelo menos dos núcleos. Nem sempre é possível desviar, e aí o que se faz é procurar as áreas menos intensas das nuvens.

Raios e granizo podem ter um efeito mais violento sobre a aeronave?

Um raio, sozinho, não é uma situação de risco para uma aeronave. A estrutura da aeronave é metálica. Nas aeronaves existem cabos que descarregam energia. Então, o raio passa pela aeronave e é descarregado nas nuvens. O raio não provoca danos na aeronave, principalmente nos equipamentos eletrônicos.

Uma pedra de granizo é diferente e pode se tornar um fator de alto risco para um avião. Uma célula de tempestade é como uma bexiga com alta densidade de pressão e com várias pedras dentro, e o avião passando dentro disso. É basicamente essa a situação que um piloto enfrenta: camadas de granizo, em alta velocidade, vindo de encontro à aeronave. Normalmente, o piloto consegue desviar, porque o radar meteorológico detecta.

Os centros de controle devem alertar para nova formação de tempestade na rota da aeronave?

O interesse do controle de tráfego aéreo é especialmente evitar que dois aviões colidam entre si. Não cabe ao controle de tráfego aéreo separar os aviões nem de situações de tempo ruim nem de possíveis choques com montanhas. O comandante é quem tem essas e outras preocupações. Nos EUA, já há equipamentos melhores e radares que desviam os aviões das nuvens. Na maioria dos centros de controle no Brasil, esses equipamentos ainda não estão disponíveis.

É preciso desviar sempre? Qual o risco de entrar em um núcleo de tempestade?

Entrar no núcleo da tempestade não é necessariamente fatal, mas é desaconselhável porque, na verdade, não se conhece o risco real de estar dentro deste núcleo. Não se conseguiu estudar estes núcleos quanto a sua gravidade real. Na dúvida, recomenda-se que o comandante se afaste deles. Todas essas nuvens muito saturadas apresentam as três ameaças ao mesmo tempo: raio, granizo e turbulência (massas de ar forte). Na fotografia do dia do acidente, chama a atenção a magnitude do tempo ruim.

Tempo ruim é uma constante, mas, no dia do acidente, ele era péssimo, com nuvens em uma altura de até 50 mil pés, não permitindo passar por cima delas. Na hora em que o avião entra em uma nuvem muito carregada, começa a receber um tiroteio de granizo, a chacoalhar de forma violenta e ser alvo de rajadas de raio. A chance de algo deixar de funcionar nessa situação é muito grande. Isso tudo poderia ter sido evitado se ele tivesse desviado do núcleo da nuvem.

O que faz um piloto preferir não desviar?

Desviar gera prejuízo financeiro para a empresa aérea, e é difícil entender a relação colaborativa entre a empresa e suas tripulações. Se a tripulação diz que precisa fazer um desvio de 90 graus, qual a postura da empresa em relação ao combustível a mais que ele vai gastar para isso? É uma decisão da tripulação, ele não precisa consultar a empresa na hora de decidir, mas ele tem que se entender com a empresa depois. É um problema clássico do mundo da aviação e envolve uma decisão humana.

O piloto pode ver que há uma tempestade à frente, mas achar que é normal, que dá para passar por ela. Um outro comandante, em seguida, pode interpretar de forma diferente e desviar sua rota. É uma decisão individual. A praxe é que o comandante tome a decisão discutindo isso com sua tripulação. É uma gangorra permanente. A empresa tem que treinar os comandantes sobre a percepção intuitiva e a tomada de decisões.

Segundo o serviço meteorológico AccuWeather, entretanto, o avião da Air France que desapareceu quando voava sobre o Atlântico enfrentou "tempestades muito intensas" que não poderiam ser evitadas.

Piloto fala sobre acidente com o Airbus

Avião da Air France atravessou tempestades intensas, diz serviço meteorológico

O avião da Air France que desapareceu no último domingo (31) quando voava sobre o Atlântico enfrentou "tempestades muito intensas" que eram impossíveis de serem evitadas, informou hoje o serviço meteorológico AccuWeather.







Segundo o AccuWeather, as últimas informações indicam que o acidente do voo 447 ocorreu quando a aeronave entrava "em uma zona de desenvolvimento de tempestades elétricas", a cerca de 10.500 metros de altura.

As análises dos satélites e os dados das camadas superiores da atmosfera assinalam que as correntes da tempestade eram da ordem de 160 km por hora, apontou o estudo.

"O voo 447 pode ter sido como uma rocha a 800 km/h colidindo contra a superfície da água", diz o relatório.

O AccuWeather indicou que o avião da Air France enfrentou duas tempestades elétricas. A primeira delas teria ocorrido ao sul do cone principal e teria causado turbulências entre moderadas a sérias.

Poucos minutos depois, a aeronave entrou no cone principal da tempestade elétrica e recebeu o impacto de várias turbulências. Nesse momento, segundo o relatório, as correntes descendentes e ascendentes possivelmente atingiram o avião de cima e para baixo.

"Essas fortes turbulências possivelmente iniciaram a cadeia de fatos que, em última instância, levaram ao acidente", explica o serviço meteorológico. Segundo o relatório, é possível que sobre a parte principal da tempestade estivessem ocorrendo relâmpagos e um deles pode ter atingido o avião.

O AccuWeather determinou que com base na informação dos satélites, o voo da Air France "teve poucas possibilidades de driblar a tempestade". Nesse momento, a tempestade estava sendo registrada sobre uma zona de 640 km e se desenvolvia ao longo da rota do avião, diz o relatório.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails