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Procuradora vê 'indícios de manipulação' em escalas da Gol

Escalas de trabalho causaram atrasos em voos no começo do mês. Em audiência, representantes da Gol reafirmaram que empresa cumpre a lei.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho de São Paulo Laura Martins Maia de Andrade afirmou nesta sexta-feira (20) que há “indícios de manipulação” e possíveis irregularidades nas escalas de trabalho da companhia aérea Gol.

As escalas de trabalho da Gol causaram, no começo do mês, atrasos em diversos voos nos principais aeroportos do país. A Gol alegou que um problema no novo sistema de escalas da companhia acabou forçando os tripulantes a trabalharem a mais.

Por conta disso, as folgas dos funcionários prejudicados geraram uma reação em cadeia, que culminou nos atrasos. A empresa disse que a situação foi normalizada, mas os trabalhadores voltaram a reclamar da situação nos dias seguintes.

A procuradora conversou com jornalistas após audiência de mediação entre a Gol e os sindicatos dos aeronautas (pilotos, co-pilotos e comissários de voos) e dos aeroviários (as equipes de terra). Foi a segunda audiência. Na primeira, a empresa rejeitou firmar compromisso de manter as escalas de trabalho de sua tripulação dentro das regras sob pena de multa. Nesta sexta, os sindicatos e a empresa entregaram documentos solicitados pela procuradora.

Os representantes da Gol não falaram com os jornalistas nesta sexta. A advogada da empresa Carla Andréa Coelho disse, durante a audiência, que a empresa cumpre todas as leis trabalhistas. Em nota, a Gol informou que só se manifestaria dia 31 de agosto. "Em audiência realizada hoje na Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, a Gol apresentou a documentação requerida pelo órgão. A companhia terá até 31 de agosto para se manifestar sobre temas levantados pela procuradoria."

No começo do encontro, a empresa propôs que as negociações passassem a ser feitas diretamente entre empresa e sindicatos, sem a intermediação da Procuradoria do Trabalho. Os sindicatos, no entanto, rejeitaram a proposta.

A procuradora Laura de Andrade destacou que a companhia aérea teria maquiado, em mais de uma situação, as horas voadas para que os tripulantes não ultrapassassem o limite estabelecido em lei. A empresa teria, conforme ela explicou, contado horas voadas como horas de deslocamento para assumir um voo.

“A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pega (pune) as horas excedentes. Então, se eles voam como CAT1 é como se fossem passageiros, não como se fossem tripulação. Peguei um caso de uma pessoa que foi e voltou para Caxias do Sul seguidamente como CAT1. No total, se fosse considerar como horas de voo, ultrapassaria a jornada. Existem indícios de manipulação”, disse a procuradora.

CAT 1 ou PX é um termo técnico para quando o tripulante anda no voo como passageiro, a fim de assumir o trabalho em outra localidade. Essas horas são pagas como trabalhadas, mas não são contabilizadas como horas de voo. A regulamentação da categoria permite apenas 85 horas de voo por mês.

A reportagem do G1 teve acesso a uma escala de trabalho de um empregado referente ao mês de janeiro. Nos dias 14 e 15, a programação previa voos para o funcionário. Na escala executada, esse mesmo trabalhador voou como CAT 1 nos mesmos dias. Segundo a procuradora, essa é uma estratégia da empresa para que funcionários não estourem o limite de horas.

Audiência


A audiência no MPT terminou sem acordo, mas a procuradora fez propostas que ainda serão analisadas pelos dois lados. A empresa e os sindicatos terão até o dia 31 de agosto para apresentar contrapropostas e analisar a documentação referente ao processo. Somente a Gol, entregou várias pilhas de documentação. (foto acima).

Na proposta feita pela procuradora aos sindicatos e à Gol estão: elaboração das escalas de voos como indicação do total de horas trabalhadas, estipulando horas noturnas e horas especiais; obrigação de intervalo de 12 horas entre as jornadas; não escalar o mesmo tripulante para madrugadas seguidas mesmo se ele estiver fora da base domiciliar; modificar o sistema de escala 'crew line' (novo sistema, que teria causado transtornos no começo do mês) para que o trabalhador possa não aceitar as alterações; terceirização total da limpeza das aeronaves (comissários reclamam que são obrigados a limpar, o que, para a procuradora, é desvio de função); aumento de funcionários em um ou dois tripulantes quando a companhia efetuar vendas dentro dos voos.


“É muito documento. Vou analisar. Já sei muito do que tem aí, mas vou analisar os contrapontos e acredito em um acordo sem a necessidade de ajuizar uma ação”, disse Laura Andrade.

A procuradora também afirmou que a Gol precisa “humanizar as escalas”. “Tem irregularidades. [A escala] extrapola as horas de voo e, principalmente, a grande questão é que eles estão muito cansados. O 'crew line' é uma máquina e não considera a possiblidade de descanso. A escala não é humanizada. Existe algo maior que a regulamentação, que é a Constituição Federal, que protege a saúde do trabalhador”, afirmou.

Segundo ela, a regulamentação da categoria deveria ser revista no ponto em que não proíbe o trabalho por madrugadas seguidas quando o funcionário está fora de sua base domiciliar.

Fonte: G1/Mariana Oliveira

Presidente da Gol se reúne com funcionários para evitar greve

 O presidente da companhia aérea Gol, Constantino de Oliveira Junior, se reunirá nesta quinta-feira com os funcionários da empresa em São Paulo para evitar que eles entrem em greve. 

Na quarta, o empresário esteve com os trabalhadores do Rio de Janeiro e de Brasília na tentativa de dissuadi-los da ideia de paralisação.

Oliveira Junior só tem até esta quinta para fazer seus funcionários mudarem de ideia. Na sexta-feira, os empregados da Gol se reunirão em assembleias por todo o país para decidir de dão início à greve, anunciada na semana passada. De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), os funcionários pleiteiam melhores salários e planos de saúde, além do fim do excesso de jornada de trabalho.

O plano de saúde dos trabalhadores da Gol aumentou 35% em junho – e é custeado integralmente pelos funcionários.

De acordo com reportagem desta quinta-feira do jornal O Globo, em conversa com os representantes do Rio, Oliveira Junior teria dito que não é possível para a empresa assumir os custos dos planos. Os funcionários reivindicaram também reformas na área do check-in do aeroporto do Galeão, para que as atendentes tenham mais conforto. Para o presidente da empresa, essa é uma questão simples de ser resolvida.

Na segunda-feira, terminou sem acordo a audiência convocada pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo entre a Gol e os funcionários da companhia. No dia seguinte, o presidente da empresa pediu desculpas aos clientes da empresa e à sociedade pelo caos que se instaurou nos aeroportos brasileiros na semana passada – e que teve como principal responsável a Gol.


"Não queremos tapar o sol com a peneira, nós pedimos desculpas à sociedade e aos clientes. Em momento algum deixamos de ter a segurança de voo como valor principal", disse Constantino. "Foram problemas pontuais e já estão sob controle. Em momento algum a empresa ultrapassou os limites da legalidade ou qualquer que ponha em risco a segurança de vôo. Temos que fazer um mea culpa e pedir desculpas pelos transtornos gerados", continuou.

Os atrasos começaram a ser desencadeados no fim de semana, quando a companhia precisou transferir alguns voos do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para Cumbica, em Guarulhos. As tripulações da Gol foram impedidas de seguir viagem após atingir o limite de horas de trabalho.

O presidente da empresa ainda falou ainda a respeito da denúncia do Sindicato Nacional dos Aeronautas, de que a Gol submete sua tripulação a uma jornada acima do permitido pela lei. "Negligência em relação as obrigações da companhia nunca ocorreram e nunca vão ocorrer numa empresa como a Gol. Obviamente, tem gente que não está satisfeito, mas as nossas escalas são estabelecidas dentro das regras internacionais e nacionais em termos de nível de segurança", disse.

Fonte: VEJA

O setor aéreo em colápso

Cenas de caos tendem a ocorrer cada vez com mais frequência

Nas últimas três semanas o brasileiro passou a viver um problema que já havia sido publicamente discutido: a falta de profissionais no setor aéreo do país. Depois do último caos registrado nos aeroportos, muitas pessoas vão para o portão de embarque com receio.

Na última semana, mais de 60% dos voos nacionais foram cancelados ou sofreram atrasos. O motivo é a falta de pessoal nas companhias aéreas. O problema está ligado a carga horária de trabalho. A cada novo avião que entra em operação, são necessárias pelo menos 60 novas contratações.

A escassez de mão de obra já era prevista por especialistas do setor, pois o curso de pilotos é caro, demorado e a aviação comercial exige cada vez mais horas de trabalho. Além disso, a tripulação tem mais responsabilidades e recebe menos no Brasil do que o mercado paga no exterior. O resultado é que faltam pilotos na superaquecida aviação no país.

Há tempos o país enfrenta dificuldades para recrutar pilotos de aviões comerciais devido ao número reduzido de pessoas que se profissionalizam para exercer esta tarefa. Com o crescimento projetado para o turismo do Brasil, que está às vésperas de sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, o setor aéreo tende a entrar em colapso em, no máximo, três anos, acreditam fontes de mercado.

Entre 2007 e 2009, a média de licenciamento de novos pilotos comerciais de linhas aéreas foi de 373 profissionais por ano. Esse número é suficiente para atender apenas 62 novas aeronaves, de acordo com especialistas. TAM, Gol e Azul, juntas, absorveriam pelo menos 70% desse total, considerando o número de aviões que elas compram a cada ano. Nesse cenário, sobraria menos de um terço dos formandos para atender todo o restante do mercado.

Um dos principais empecilhos para quem quer ser piloto é o preço do curso. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informa que o investimento necessário para este tipo de formação vai de R$ 14 mil a R$ 70 mil.

Aeroportos

Um estudo do Ipea (Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado em junho mostrava que boa parte dos aeroportos está operando no limite da capacidade. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, criticou severamente a pesquisa dizendo que esta apresentava erros relativos à capacidade operativa dos aeroportos, além de considerar informações sobre tributos que não incidem sobre peças e componentes de aeronaves.

Segundo o Ipea, nenhum dos dez aeroportos pesquisados – todos localizados em cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014 – tem capacidade para dar conta dos pedidos de pousos e decolagens nos horários de pico.


- [A deficiência aeroportuária] prejudica consideravelmente as operações aéreas, na medida em que aeroportos como Congonhas, Guarulhos e Brasília já atingem ou estão próximos da sua capacidade operacional máxima. Estes gargalos se tornarão ainda mais graves a partir de 2013.

Para o coordenador de infraestrutura econômica do instituto, Carlos Campos, esse é um dos principais desafios que o Brasil terá de resolver para a Copa do Mundo de 2014.

Os casos mais graves, mostra o documento, são os de Manaus, São Paulo e Brasília. Na capital do Amazonas, o aeroporto da cidade recebe 17 pedidos de pousos e decolagens por hora, enquanto que a capacidade é de apenas nove.

O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tem 34 pedidos por hora, mas a capacidade é para 24. Em Brasília, o aeroporto foi construído para 36 pousos e decolagens por hora, mas recebe 45 em média.

Em maio a Zona Franca de Manaus teve sua economia afetada pela sobrecarga do sistema do aeroporto local. A matéria-prima para a produção de TVs ficou empilhada sob tendas improvisadas. O aquecimento da economia brasileira fez com que a indústria ampliasse a compra de equipamentos, mas o aeroporto de Manaus não estava preparado para suportar tamanha alta do movimento, de 200% maior que em 2009.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, admitiu publicamente que um dos focos do governo federal neste momento é investir na infraestrutura e nos serviços prestados nos portos e aeroportos para a promoção da Copa do Mundo de 2014 no país. Segundo ele, seriam destinados R$ 5,5 bilhões para 13 aeroportos das 12 cidades-sede entre 2011 e 2014. Desse total, R$ 740,7 milhões serviriam para a revitalização dos terminais de Salvador, Natal, Fortaleza, Manaus, do Rio de Janeiro e de Santos.

Fonte: Expresso mt

'Pedimos desculpas à sociedade e aos clientes', diz presidente da Gol

Empresa registrou atrasos e cancelamentos frequentes na semana passada. Constantino Jr. diz que problemas terão impacto financeiro 'irrelevante'.

Filas em guichê da gol no aeroporto Tom Jobim,na semana passada. (Foto: Carolina Lauriano/G1)

O presidente da Gol Linhas Aéreas, Constantino Oliveira Júnior, pediu desculpas aos clientes e à sociedade nesta terça-feira (10) pelos atrasos e cancelamentos de voos da companhia que foram frequentes durante o final do mês de julho e a primeira semana de agosto. Foi a primeira vez que o executivo comentou as falhas.

"Não queremos tapar o sol com a peneira, nós pedimos desculpas à sociedade e aos clientes. Em momento algum deixamos de ter a segurança de voo como valor principal", afirmou Constantino, que participou de teleconferência para comentar os resultados financeiros da aérea do segundo trimestre de 2010, quando registrou prejuízo de R$ 51,9 milhões.

De acordo com Constantino, os problemas foram causados em uma falha na instalação do novo software que organiza a escala dos tripulantes, o que provocou a pane.


"Foram problemas pontuais e já estão sob controle. Em momento algum a empresa ultrapassou os limites da legalidade ou qualquer que ponha em risco a segurança de vôo. Temos que fazer um mea culpa e pedir desculpas pelos transtornos gerados", afirmou o executivo durante a teleconferência.

"Mesmo dessa forma não entendemos que haja uma relevância material em termos de valores a ponto de impactar o resultado da companhia", avaliou.

O executivo disse ainda que a empresa já vem tomando todas as providências para que os problemas de atendimento observados no período não afetem a imagem da companhia ou resultem em perda de mercado para a concorrência.

"Nossos esforços para recuperar a imagem da companhia estão voltados em normalização, fazer o mea culpa e voltar a colocar a Gol no topo", disse.

Conforme o presidente da companhia, a Gol teve 99 reclamações de passageiros no período em que os problemas foram registrados. Do total, 47 terminaram em acordo. "Isso mostra como a companhia está comprometida e ativa a resolver esses problemas", afirma Constantino.

Sobre as denúncias feitas pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que afirmam que o sistema de escalas de trabalho implantado pela empresa continua apresentando erros e impondo uma carga excessiva aos trabalhadores, a empresa afirma que preza pela segurança dos funcionários e pela qualidade dos serviços prestados.

A Gol nega qualquer tipo de negligência, mas reconhece que nem todos estão satisfeitos com a escala vigente.

"Negligência em relação as obrigações da companhia nunca ocorreram e nunca vão ocorrer numa empresa como a Gol", afirmou.

Sobre a multa de R$ 2 milhões a ser aplicada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Constantino diz que a companhia ainda não foi notificada.

Planos

O executivo citou também algumas estratégias da companhia para o futuro. Para conquistar mais passageiros da classe C, a Gol estuda novos pontos de venda nas ruas e parcerias com redes varejistas, a exemplo das anunciadas recentemente pela TAM e pela Azul .

Constantino destacou que, em 2003, a empresa firmou uma parceria com o Carrefour que foi descontinuada tempos depois.

O executivo ressaltou que a primeira loja foi aberta no Largo 13, em Santo Amaro. A Gol prevê a inauguração de mais quatro lojas até o final do ano. No primeiro semestre de 2011, espera implantar um sistema de franquias.

Fonte: G1/Ligia Guimarães

Gol rejeita compromisso de manter escalas dentro da lei

Escalas de trabalho causaram, na semana passada, atrasos em diversos voos. MP propôs compromisso sob pena de multa no caso de descumprimento.

Em audiência mediada pelo Ministério Público do Trabalho nesta segunda-feira (9), a companhia aérea Gol afirmou que cumpre as leis trabalhistas, mas não assumiu o compromisso de manter as escalas de trabalho de sua tripulação dentro das regras.

A recusa ocorrreu após a Procuradoria propor multa para o caso de descumprimento, de acordo com a ata da audiência.

As escalas de trabalho da Gol causaram, no começo da semana passada, atrasos em diversos vôos nos principais aeroportos do país. A Gol alegou que um problema no novo sistema de escalas da companhia acabou forçando os tripulantes a trabalharem a mais.

Por conta disso, as folgas dos funcionários prejudicados geraram uma reação em cadeia, que culminou nos atrasos. A empresa disse que a situação foi normalizada, mas no fim da semana passada trabalhadores disseram ao G1 que o excesso de trabalho continuava.

"O Ministério Público do Trabalho propôs à Gol que até a próxima audiência (marcada para 20 de agosto), com a efetiva juntada da documentação acima referida (escalas de trabalho), fosse assumido o compromisso de manter rigorosamente as escalas dentro do patamar legal e da convenção coletiva. A empresa disse não ser possível assumir tal compromisso nesse momento, sob pena de multa", diz a ata da audiência.

A audiência ocorreu na sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, na capital paulista. A imprensa não pode acompanhar o encontro, mas teve acesso à ata.

A procuradora Laura Martins Maia de Andrade informou ao G1 que propôs que a empresa assumisse o compromisso de cumprir as regras sob pena de multa de R$ 100 mil por dia no caso de descumprimento, mas, segundo ela, o representante da Gol presente na audiência afirmou que não poderia fazer o acordo.

A procuradora afirmou, porém, que o representante disse que não há irregularidades trabalhistas na empresa e que houve um problema pontual relacionado ao novo sistema de escalas. Na semana passada, a fabricante do software, NetLine/Crew, informou que não encontrou nenhum problema técnico no sistema da Gol.

"A Lufthansa System (que fabrica o site) está constantemente verificando o desempenho do sistema e não encontrou nenhuma indicação de avarias técnicas ou funcionais nos últimos dias e semanas, que poderiam conduzir a problemas operacionais, nem tão pouco qualquer dessas questões foram relatadas pela Gol", diz a nota. De acordo com a companhia alemã, mais de 40 companhias do mundo usam o sistema. A nota afirma ainda que o sistema foi configurado conforme as exigências da Gol.

Após a audiência no Ministério Público do Trabalho, a assessoria de imprensa da Gol afirmou que o representante da empresa falaria com os jornalistas presentes, mas o representante e os advogados foram embora sem conversar com a imprensa. O G1 procurou a empresa para saber se ela quer se manifestar e aguarda resposta.

Na reunião, a companhia disse que cumpre as regras. "A Gol informa, relativamente as aeronautas, que cumpre a jornada regulamentar de 85 horas mensais e que teve um problema pontual no período entre 15 e 30 de julho, quando tentou implantar uma escala que nao foi bem sucedida. Diz ignorar as situações descritas pelos sindicatos, tais como pilotos com privação de sono, viajando madrugadas seguidas, chegando mesmo a dormir no curso do trabalho", diz a ata.

"No que diz respeito aos aeroviários, a Gol informa que apenas recentemente teve notícia das reivindicações", completa o documento da audiência.

Irregularidades

Após a audiência, a procuradora Laura Andrade disse que é "prematuro" dizer se há irregularidades trabalhistas por parte da Gol. "Precisamos aguardar a juntada de documentos. É prematuro dizer se há irregularidades." Ela explicou que, se comprovadas as denúncias de excesso de trabalho, a companhia aérea pode ser multada ou ser chamada a assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC).

A presidente do Sindicato dos Aeroviários (que reúne o pessoa de terra das companhias), Selma Balbino, afirmou que a audiência foi positiva. "Eu fiquei otimista com a audiência. Se daqui para frente as forças ocultas não entrarem no meio e desmancharem a vontade da procuradora de levar isso à frente, vai ser muito bom."

Presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (que representa pilotos, co-pilotos e comissários de voo), comandante Gelson Fochesato, que também é piloto da Gol, disse que a situação é preocupante. "A Gol disse que está tudo normal, mas não é exatamente isso. De repente o gerente de RH não tem todas as informações necessárias. (...) Os pilotos brasileiros, sem exceção, estão cansados e comissários também. Isso nos preocupa de que possa acontecer algo mais grave para a sociedade."

Documentação

Conforme a ata, a procuradora solicitou ao Sindicato dos Aeronautas e ao Sindicato Nacional dos Aeroviários que entreguem documentos que provem o excesso de trabalho. A Gol também terá que apresentar 20% das escalas desde o começo do ano.

O Sindicado Nacional dos Aeronautas já havia informado ter recebido, entre fevereiro e julho deste ano, 800 reclamações contra todas as companhias aéreas. Em julho, 90% das denúncias seriam contra a Gol.

Uma nova audiência foi marcada para o dia 20 de agosto, quando a companhia e os sindicatos terão de apresentar a documentação. A procuradora também disse que ouvirá depoimentos de funcionários que quiserem falar sobre o caso, e propôs sigilo nos casos em que os empregados assim preferirem.

Os dois sindicatos farão assembleias com os trabalhadores em 13 de agosto para discutir quais serão as reivindicações da categoria. De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroviários, uma greve não está descartada. A audiência foi chamada pelo MPT justamente por conta das informações de que os trabalhadores poderiam parar.

Dois dias antes das assembleias, o Sindicato Nacional dos Aeroviários se reunirá com a Gol para tratar sobre as denúncias de excesso de trabalho.

Fonte: G1/Mariana Oliveira

Funcionários da GOL fazem muitas reclamações

Dona de 40% do tráfego aéreo doméstico, a Gol está passando por uma de suas piores crises e corre o risco de ver seus funcionários cruzarem os braços no dia 13 em protesto às condições de trabalho . 

Depoimentos de funcionários colhidos pelo GLOBO, sob compromisso de não revelar suas identidades, demonstram insatisfação generalizada, do comandante ao atendente do check-in. Preocupado com os rumores da greve, o Ministério Público do Trabalho de São Paulo convocou para a próxima segunda-feira uma reunião entre a empresa e sindicatos, na tentativa de abrir um canal de negociação e mediar os conflitos.

Os problemas vieram à tona com os atrasos e cancelamentos de voos em cascata no início da semana por falta de tripulação. Ainda que não haja uma adesão em massa, uma eventual paralisação poderá causar estragos, pois o quadro da Gol já é muito enxuto. O movimento dos trabalhadores da empresa, que começou silenciosamente pela internet com os copilotos, vem se fortalecendo. Já está marcada para a próxima sexta-feira, às 13h, uma assembleia para decidir a pauta da paralisação.

Salários abaixo da média do mercado, jornada excessiva e falta de benefícios, como seguro de saúde e plano de previdência, são as principais queixas. Mas há também quem reclame das condições precárias dos materiais e equipamentos essenciais para execução de tarefas necessárias às atividades diárias nos aeroportos, como cadeiras quebradas, computadores e impressoras ultrapassados.

O assunto greve foi tratado quinta-feira numa reunião em São Paulo com o Sindicato dos Aeronautas com cerca de cem funcionários, segundo o diretor da entidade, Carlos Camacho. Ele disse que as denúncias em função da escala apertada apontam para um quadro preocupante:

- Uma das que me chamou a atenção diz que comandantes e copilotos estão revezando períodos de descanso em voos noturnos e diurnos, pedindo aos comissários que constantemente entrem na cabine de comando para evitar que eles caiam no sono. Isso é muito grave.

Um comandante contou ao GLOBO que costuma voar duas madrugadas seguidas, incluindo o tempo parado dentro do avião no solo à espera de nova programação.

- Duas madrugadas seguidas matam qualquer cidadão - disse, acrescentando que toda a tripulação trabalha à exaustão, ainda que recebendo horas extras.

- A gente está trabalhando para a CVC (nos fretamentos) e para a Gol. Tem avião, mas não tem tripulante - disse o comandante, que tem 15 anos de experiência, 8.500 horas de voo e ganha por mês R$ 12 mil, contra a média de mercado de R$ 15 mil.

Um funcionário do check-in que trabalha no aeroporto Tom Jobim (Galeão) contou que sempre extrapola a carga de seis horas por dia em meia hora, 40 minutos. Com remuneração mensal de R$ 1.250 e uma filha pequena, conta que tem que bancar sozinho um plano de saúde:


- A vontade de todo mundo é de parar mesmo, mas muitos têm medo. O clima está muito ruim.

Segundo um despachante técnico, que calcula o peso da aeronave antes da decolagem e o informa ao comandante, os atrasos no embarque na Gol devido à carência de pessoal fazem com que ele tenha um tempo reduzido, de apenas 10 minutos, enquanto o ideal seria de 20 minutos, para realizar o trabalho.

- Trabalho sob pressão e não posso falhar. Se eu informar um peso errado para o piloto, ele pode dar uma carga no motor não correspondente e o avião pode não sair da pista durante a decolagem - disse o despachante, acrescentando que as condições físicas também não são adequadas.


- A estrutura da empresa está ruim. No Galeão, é preciso chegar uma hora mais cedo todo dia para pegar um computador bom e uma cadeira que não esteja quebrada. A impressora é velha e para toda hora.

Ele também se queixa que a empresa tem trocado a folga do domingo (uma a cada mês, segundo a legislação) para um dia da semana. Essa compensação, disse, faz com que não haja vida pessoal.

Os mecânicos de manutenção fazem no mínimo 40 horas extras todo mês - além do permitido -, contou um deles. Ele reclama que trabalha debaixo de sol e chuva e que a empresa se recusa a pagar adicional de periculosidade:

- A escala é apertada. Se alguém adoece, acabou.

Sistema de escalas não tem informações importantes

Uma comissária reclama que o novo sistema de escala adotado pela empresa retirou informações importantes, como número de horas noturnas voadas e o local de residência do funcionário para permitir, assim, que ele fique mais tempo em casa no fim da jornada.

Na primeira entrevista depois do caos no fim de semana, o vice-presidente de gestão da Gol, Ricardo Khauja, negou ao GLOBO que exista uma crise dentro da empresa ou que haja descumprimento das regulamentações sobre jornada de trabalho, como apontado pelos trabalhadores, e risco à segurança nos voos da companhia:

- Não existe caixa preta dentro da companhia. Estamos recebendo os inspetores da Anac (para verificar o cumprimento das normas).

Ele afirmou que, no momento, a companhia não teme a greve e não acenou com propostas num eventual processo de negociação, porque ainda não recebeu uma pauta de reivindicação:


- Não existe crise. A gente teve um grave problema operacional no último fim de semana, mas foi pontual.

O executivo destacou também que a Gol já nasceu sem os benefícios dos planos de saúde e previdenciário.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já anunciou que aplicará uma multa de, no mínimo, R$ 2 milhões em razão dos transtornos causados aos passageiros nos últimos dias . Mas, com as reclamações de usuários, o valor da multa pode chegar a R$ 5,5 milhões.


Fonte: O Globo/Geralda Doca

Escala da Gol ainda tem erros, dizem trabalhadores

Fabricante do software diz não ter encontrado problemas no sistema da Gol. Em nota, empresa afirmou que 'já superou' problemas com escala de trabalho.

Escalas de trabalho causaram atrasos e cancelamentos de voo (Foto: Agência Estado)

Estopim dos atrasos e cancelamentos dos voos da Gol desde o fim de semana passado, o sistema de escalas de trabalho implantado pela empresa continua apresentando erros e impondo uma carga excessiva aos trabalhadores, de acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e funcionários ouvidos pelo G1.

Na avaliação dos trabalhadores, caso não haja mudanças no sistema, uma nova onda de atrasos e cancelamentos pode ocorrer no fim deste mês, uma vez que muitos tripulantes podem voltar estourar o limite de horas mensais trabalhadas.

O SNA diz que já recebeu denúncias de que a situação não melhorou.

Desde o fim de semana, a Gol apresenta problemas com cancelamentos e atrasos. Na segunda, mais da metade dos voos atrasou. No decorrer da semana, a situação se normalizou. A empresa atribuiu a situação a um erro durante o "upgrade" no sofware que produz as escalas. Por conta do erro, tripulantes atingiram o limite de horas previsto em lei e foram impossibilitados de trabalhar, "gerando um efeito em cadeia". Na quarta (4), a Gol divulgou em nota que "já superou as dificuldades com os ajustes na escala".

Na terça-feira (5), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o Plano de Ação da Gol previa a ativação da escala de agosto nos mesmos de junho. Na quarta, a agência anunciou que multaria a empresa por conta dos atrasos e cancelamentos; o valor inicial apurado foi de R$ 2 milhões.

Apesar de a Gol afirmar que foi um "upgrade" no sistema que causou o desequilíbrio na escala, o Sindicato Nacional dos Aeronautas disse que, na verdade, a causa foi a implantação do novo sistema, o mesmo utilizado pela aérea alemã Lufthansa, em julho.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (5), a Lufthansa informou que a fabricante do software, NetLine/Crew, não encontrou nenhum problema técnico no sistema da Gol.

"A Lufthansa System está constantemente verificando o desempenho do sistema e não encontrou nenhuma indicação de avarias técnicas ou funcionais nos últimos dias e semanas, que poderiam conduzir a problemas operacionais, nem tão pouco qualquer dessas questões foram relatadas pela Gol", diz a nota. De acordo com a companhia alemã, mais de 40 companhias do mundo usam o sistema. A nota afirma ainda que o sistema foi configurado conforme as exigências da Gol.

De acordo com os trabalhadores, trata-se de um sistema digital, no qual cada tripulante obtém os dados de sua escala. Esse sistema permite que você veja a escala dos próximos 30 dias. Ou seja, não é possível ver datas passadas, o que dificulta o controle por parte do aeronauta de horas voadas. Por ser online, também não se não sabe o que foi alterado, a não ser que faça o acompanhamento constante.

O novo sistema de escala, na avaliação de trabalhadores e especialistas, proporciona o excesso de trabalho porque, sendo totalmente automatizado, tem como intuito o melhor aproveitamento da tripulação. O sistema não deixa margem, porém, para eventuais horas em excesso decorrentes de tráfego aéreo, por exemplo.

Até junho, a escala era feitas por pessoas e já tinha essa margem, dizem os trabalhadores. A reportagem procurou a Gol para saber se novas mudanças ainda serão implantadas e aguarda resposta.

Um piloto da Gol, que não quis se identificar, afirmou ao G1 que a nova escala tenta "otimizar ao máximo" o uso dos pilotos e que continua nos mesmos moldes que a de julho. Em julho, o problema estourou no fim do mês, conforme os trabalhadores, porque muitos atingiram o limite de 85 horas e precisaram parar de voar. A empresa disse que a força de trabalho foi reduzida no começo de agosto para regularizar a situação já neste mês.

"Em julho eu cheguei a 84 horas. Muitos estouraram e ninguém quis mais voar e a empresa não tinha o que fazer. A de agosto está do mesmo jeito e já está publicada, saiu do mês inteiro. (...) A gente nunca voou tanto. Achamos que vai dar problema de novo no fim do mês porque continua tudo igual e o que está faltando é pessoal. No final de setembro (fim do trimestre) vai ser um caos e todo mundo vai estourar [o limite de horas]."

A análise do piloto faz referência à Lei do Aeronauta, lei 7183/84, que prevê 85 horas mensais de voo por mês e 230 por semestre. Isso significa que, na prática, os tripulantes deveriam cumprir em média 76 horas por mês para não estourar no trimestre.

O piloto também ressaltou que há muitas reclamações sobre o fato de não se poder consultar as datas anteriores da escala. "Prejudica porque você não tem controle. Posso ter voado 88 horas e a companhia coloca 84. Se eu não imprimi o que passou, não tenho como contestar. Eu anoto todos os voos, mas é uma marcação informal. O sistema favorece a manipulação"

"A escala é eternamente conflitante. (...) É o ‘calcanhar de Aquiles’ dos pilotos. Todo mundo reclama. Mas dessa vez, foi mal implementada. Se não mudarem, vai afetar tudo de novo. E isso mostra que falta gente para trabalhar. E por isso eles querem tentar o máximo de cada piloto."

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Gelson Fochesato, que também é piloto da Gol, também afirma que o sistema continua igual e também aponta a impossibilidade do controle. "Hoje eu não sei o que fiz ontem. Se não imprimir a primeira escala, não tem como saber."

Um comissário de bordo que também preferiu não se identificar critica o mesmo ponto. "A gente trabalha com aviação, nem sempre tem uma impressora perto. Não tem como gravar. E a escala modifica sua vida. Não tem como comprovar que foi alterado, é tudo digital."

Ele também citou o excesso de trabalho por conta do novo sistema. "Além de o sistema estar descumprindo a regulamentação e a gente estar voando a mais do que o limite, a empresa desrespeita o funcionário, liga para ir trabalhar na folga. Está todo mundo muito desgastado", disse o comissário. "A empresa já falou que vai manter a escala como está, não mudou e nem melhorou nada. Só piorou porque os passageiros tratam a gente mal como se a culpa dos atrasos fosse nossa."



Problema histório

O brigadeiro Adyr da Silva, que presidiu a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) entre 1995 e 1998, afirmou ao G1 que as escalas são um problema histórico para as companhias aéreas. "A escala é o ponto mais complicado das empresas e onde mexe com mais gente com capacidade de reagir bem, que são os comandantes e co-pilotos", destaca.

Para ele, no entanto, as críticas dos trabalhadores das companhias aéreas em relação às escalas são "choro". "Não passa de choro. Foi um problema grave nas empresas que quebraram, Vasp, Transbrasil e Antiga Varig. Mas isso não tem relação com a má situação da aviação civil. O problema é a gestão. Falta experiência aos representantes da aviação civil", destacou.

Silva, que também preside a Sociedade Brasileira de Direito Aeroespacial (SBDA), destaca que todas as companhias ainda estão desatualizadas em relação à tecnologia.

"Essa crise na Gol escandalizou porque a aviação civil está fragilizada. Eles resolveram modernizar a escala e em uma migração sempre dá rolo. Mas é um problema pontual. Em alguns dias, estará tudo em ordem. (...) O sistema de aviação civil no Brasil precisa de renovação para se igualar ao que tiver de bom e eficiente no mundo."

'Dentro da lei'

O advogado Duque Estrada, especializado em Direito Aeronáutico, afirmou ao G1 que, embora objeto de reclamações, as escalas não causam processos trabalhistas. "Os aeronautas estão sobrecarregados, a escala é pesada, mas não é objeto de ação porque a companhia age dentro da lei. O que está desgastando todo mundo não é ilegal."

O também advogado da área, Ricardo Jubilut, que já foi piloto, afirmou que as escalas estão apertadas porque faltam profissionais no mercado. Para ele, "vai faltar piloto daqui uns dois anos". "Não há formação de novos pilotos. Já há guerra entre as empresas aéreas pelos profissionais. As companhias não acompanham o ritmo de crescimento e a formação de um piloto é muito cara. (...) Enquanto se discute a construção de aeroportos, eu acredito que vai haver um apagão de mão de obra na aviação se não forem feitos investimentos."

Fonte: G1/Mariana Oliveira

Anac multa Gol em R$ 2 milhões por atrasos em voos

 A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciou nesta quarta-feira que a companhia aérea Gol será multada em R$ 2 milhões devido aos atrasos em seus voos no últimos dias.

A empresa também foi proibida, por tempo indeterminado, de fazer novos fretamentos.

A diretora-presidente da agência, Solange Vieira, disse que as investigações iniciais apontam que a causa do problema nos voos da Gol foi a troca do programa que determina a escala de trabalho dos pilotos e comissários.

Na segunda-feira (2), a falta de tripulação causou problemas para a companhia, que foi responsável por 70% dos atrasos em todos os voos domésticos no país.

Ainda de acordo com Vieira, a Anac não identificou indícios de sobrecarga na escala de trabalho das tripulações --60% das denúncias trabalhistas encaminhadas à agência eram contra a empresa.

"Não tinha motivos para identificar os problemas que ocorreram. De junho para julho, a empresa ampliou o quadro de funcionários. No último fim de semana, especificamente, houve menos voos fretados do que no anterior", afirmou.

De acordo com a Anac, os atrasos da Gol nesta quarta-feira estão próximos aos níveis médios do setor. O boletim das 16h da Infraero (estatal que administra os aeroportos) indicava que a Gol tinha 18% de atrasos acima de 30 minutos nos voos domésticos, enquanto a média das outras empresas era de 17%.

Solange Vieira disse esperar que a situação esteja totalmente normalizada até amanhã (5).

Em nota divulgada no fim da tarde, a Gol informou estar "comprometida em cumprir à risca o plano de ação que apresentou ontem à Anac e que acatará todas as instruções que recebeu da agência".

A companhia disse também que suas operações já estavam normalizadas e que "tem trabalhado em total cooperação com as autoridades, por um mesmo fim: garantir a segurança e o conforto do usuário do transporte aéreo".

EXPLICAÇÕES

Na segunda-feira, a Infraero afirmou que os atrasos da Gol haviam sido provocados pela "implantação de um novo sistema de escalas, o que ocasionou a falta de tripulantes" --informação confirmada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas. Já a Gol disse que o problema fora agravado pelo tráfego aéreo intenso.

Comentário

Agora, falta penalizar a ANAC que não estaria cumprindo duas funções de fiscalização, senfundo relatos do sindicato.

Fonte: FOLHA/Cirilo Júnior

Tripulantes da Gol relatam abusos a Sindicato dos Aeronautas

Todos os passageiros estavam sentados dentro do avião da Gol, já aborrecidos com o atraso da viagem entre Guarulhos e Brasília, marcada para as 7h de segunda-feira, 2. Ao contrário do filme, o aviso surpreendente veio antes da decolagem, algo como: desafivelem os cintos, o piloto sumiu. Eles esperavam o comandante, cuja chegada em outro voo era anunciada para as 8h40. Enfim, seguiram para a capital federal por volta das 9h30.

Esse foi um dos quase 50 embarques da Gol protelados ou cancelados naquela manhã. Contando desde sexta-feira, houve mais de 300. "A situação, desenvolvida num fim de semana de pico de movimento, com retorno de férias escolares, ocorreu num momento em que a empresa finalizava a implementação de um novo sistema de processamento das escalas dos pilotos e comissários", tentou justificar-se a empresa.

Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) foi pelo mesmo caminho: "A companhia informou que um problema no software que processa as escalas de trabalho de seus tripulantes, durante o fim de semana, fez com que parte deles atingisse o limite de horas de trabalho estipulada pela legislação".

Entrevistado por Terra Magazine, o diretor de segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, deu um aspecto mais (des)humano à questão, responsabilizando a ANAC e as empresas aéreas pelos distúrbios dos últimos dias, acusadas de criar mais linhas áreas e sobrecarregar seus empregados.

"Ao longo do mês de julho, a Gol implementou um sistema de controle de escala de voo que levou literalmente seus tripulantes à loucura", revelou. "As escalas eram alteradas diariamente, diuturnamente, não tinha hora para ser alterada, não havia combinação". Haveria casos extremos: "Tem tripulantes com 30 modificações de escala, isso não existe. Uma modificação por dia, em média. Isso é impossível, não é minimamente aceitável".

O quadro de funcionários, conta o sindicalista, não foi levado em consideração: "A demanda da escala de voo passou a atender as necessidades somente da empresa".

Entre as 800 denúncias de aeronautas, mais de 200 se referem à Gol somente no mês passado, calcula Camacho, que apresenta relatos preocupantes: "Tripulante dormindo em momentos em que deveria estar acordado e sendo acordado pelo copiloto". Ele traduz o nível de estafa de quem opera os aviões e seu risco: "Bastam 16 horas pontuais de privação de sono, é o equivalente a tomar duas ou três doses bem servidas de uísque".

Por isso, pilotos e comissários da Gol já planejavam um boicote para 13 de agosto. Para já, "o risco continua existindo, mas está aparentemente controlado", atesta Camacho. As condições, por ora, estão longe de evitar uma paralisação.

A entrevista.

Terra Magazine - Por que houve estes problemas com voos da Gol nestes dias?

Carlos Camacho - Ao longo do mês de julho, a Gol implementou um sistema de controle de escala de voo que levou literalmente seus tripulantes à loucura. O número de voos e fretamentos concedidos pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), neste período, foi algo absolutamente irresponsável. Não só para a Gol, mas para as demais empresas aéreas que requisitaram não só o aumento do número de linhas de voos como também de fretamentos autorizados. Portanto, não havia contrapartida de pessoal habilitado - ou seja, os tripulantes - para atender a demanda de voos que as empresas apresentaram.

No caso da Gol, adicionalmente veio essa alteração de critério de composição de escala de seus tripulantes. As escalas eram alteradas diariamente, diuturnamente, não tinha hora para ser alterada, não havia combinação. A lei é bem clara no que diz respeito à alteração de escala e à escalação de pessoal por necessidade extrema de trabalho. A demanda da escala de voo passou a atender as necessidades somente da empresa sem atender significativamente as demandas que a própria lei impõe.

E então?

Houve uma literal fadiga da parte dos tripulantes. O sindicato esteve em duas reuniões pontuais com a empresa no mês de julho. Na segunda reunião, o vice-presidente de recursos humanos concluiu que realmente a coisa estava errada e tomou algumas providências que refletiriam evidentemente logo na primeira semana ou na primeira dezena de dias do mês de agosto. Que é o que está acontecendo: cancelamento de número significativo de voos, por volta de 46, para poder adequar número de voos e de tripulações. Não bastasse isso, ainda teve as questões de tráfego aéreo que contribuíram para este clima de enorme complicação.

Isso só aconteceu com a Gol?

Pontualmente com a Gol. Porque ela fez esta ampliação do número de voos.

Já havia ocorrido algo parecido, como falta de tripulantes, na história da aviação civil brasileira?

Já, várias vezes. A Vasp era useira e vezeira em desrespeitar a lei, foi professora nisso, na gestão do senhor (Wagner) Canhedo. Temos histórias recentes também. Como a ANAC não tem feito sua obrigação, que é a fiscalização pontual das empresas aéreas, quem está recebendo as denúncias é o sindicato, que está com mais de 800 denúncias em seis meses, um número quase recorde agora, ao longo do mês de julho, por conta do incremento de mais de 200 denúncias só sobre a Gol. Os tripulantes, vendo que os sindicatos acolhiam as denúncias, mandavam para cá.

O que eles relatam?

Relatam de tudo, desde abusos, desrespeito à regulamentação, fadiga da tripulação, tripulante dormindo em momentos em que deveria estar acordado e sendo acordado pelo copiloto. As denúncias são muito sérias.

É um caso quase extremo então, de risco de acidente?

Por isso, a empresa recuou e cancelou 46 voos, ela foi responsável através do seu diretor de recursos humanos. Críticas, fazemos ao diretor, vice-presidente de operações, que não se mexeu em tempo algum, em defesa de seus próprios tripulantes.

Já vinham ocorrendo problemas, que se agravaram...

Vinha como problema, mas ele se intensifica no mês crítico, de alta densidade de tráfego, em que a empresa implementa um sistema operacional que levou todos à loucura.

Como o senhor classifica a situação?

Era de risco iminente e agora é de risco controlado. Se a empresa atuar de forma séria, tem que fazer isso mesmo e assumir este ônus de cair na mídia, e vocês veicularem as matérias sobre cancelamento de voos.

Há desgaste ainda de mercado, de queda nas ações, de passageiros optarem por outras empresas...

Todos os voos cancelados estão vendidos, ela está adequando passageiros para seus próprios voos e para outras empresas. Não perde nada não. O perfil do passageiro brasileiro não é mais este não, ele vai dentro dos seus interesses, suas necessidades de preço. Vou te dar um exemplo bem típico. No dia seguinte ao acidente da TAM aqui, no Aeroporto de Congonhas, houve uma quase greve de passageiros no saguão porque eles queriam decolar todos os voos no horário. O aeroporto fechou, e os passageiros eram transferidos para outras localidades até se verificar que a pista era segura. Mas houve uma quase insurgência dos passageiros da empresa acidentada. Ou seja, não se iluda, o perfil dos passageiros não é aquele que você pensa não.

O senhor contou que o risco está controlado...

O risco continua existindo, mas está controlado. Aparentemente controlado. A empresa que nos diga. Os tripulantes que nos digam. Eu abro dia 1º já com denúncias. Pode ser reflexo do mês anterior. Vai ser o portal de recebimento de denúncias do sindicato que vai mostrar se a empresa está trabalhando seriamente ou não, porque os tripulantes vão denunciar.

O próximo ponto crítico do calendário será no feriadão de 7 de setembro, no de 12 de outubro ou só entre dezembro e janeiro?

Em 7 de setembro. Em todos os feriados casados com uma sexta ou segunda-feira, normalmente o fluxo de passageiros aumenta muito.

O sindicato já tem prevista alguma iniciativa para esta data?

O sindicato está tentando controlar uma possibilidade de paralisação espontânea da parte dos tripulantes porque qualquer paralisação precisa de motivações fortes, muito bem trabalhada, pois leva uma empresa a um nível de risco desnecessário no que diz respeito a trabalhadores e usuários. Está havendo uma manifestação de dentro para fora, da base dos funcionários da empresa, particularmente do quadro de copilotos e comissários. Se a empresa não se enquadrar, dia 13 de agosto eles farão alguma coisa. O sindicato está trabalhando exatamente, eu não diria na contramão, mas para esclarecer os tripulantes que qualquer movimento tem que ser muito bem consolidado, tem que ser sério.

Por que dia 13 de agosto?

Sexta-feira Negra da Gol. Por conta dos abusos do mês de julho. Marcaram lá atrás, em meados de julho. Estes movimentos espontâneos não são identificados porque quem me escreve não se identifica, pode vir tudo anônimo. A gente não sabe onde vai acontecer, como no 11 de setembro dos Estados Unidos. Não se sabia onde os aviões iam ser jogados e foram. Os Estados Unidos pagaram um preço alto por não acreditarem que um avião poderia ser utilizado como míssil, como uma bomba.

Os tripulantes não vão jogar aviões, mas o que devem fazer?

Não, não. Vão paralisar, não vão se apresentar para os voos. A empresa tem 10 dias para desconstruir esse movimento, mas não através de ações punitivas, e sim ações sérias, mostrando que está trabalhando de forma concatenada, tentando resolver os problemas que ela própria criou.

Eles tentaram alguma paralisação para este final de semana?

Não, nada. Nada, nada, nada. Os tripulantes não foram geradores de nenhum fato. Até mesmo porque eles concentraram a data, que eles definiram a partir de 15 de julho, quando a escala já tinha virado o caos. Tem tripulantes com 30 modificações de escala, isso não existe. Uma modificação por dia, em média. Isso é impossível, não é minimamente aceitável. As modificações podem acontecer, mas com uma semana de antecedência ou, no limite, dois dias. São modificações absolutamente respaldadas pela lei, não do jeito que as empresas, particularmente a Gol, vinham fazendo.

Neste período de caos que o senhor descreveu, qual foi o risco de acidente?

O risco de acidente na aviação é sempre existente. Você pode incrementar a partir do momento em que tem o fator humano cada vez mais aplicável. Então, se você começa a massacrar seus tripulantes, com blocos críticos de escala, voando noite e madrugada adentro, seguidos, com perdias nos hotéis, não permitindo que eles tenham o devido repouso e tudo o mais... Há uns oito ou dez meses atrás, dois tripulantes foram presos nos EUA por se apresentarem para voar, embriagados. Os passageiros perceberam que eles passaram muito estranhos, falando mole, muito alegres. Isso poderia acontecer no Brasil com dois tripulantes ou um deles identificado como embriagado sem ter tomado uma única gota de álcool. Para isso, bastam 16 horas pontuais de privação de sono, é o equivalente a tomar duas ou três doses bem servidas de uísque.

Qual é o tempo mínimo para descanso?

Eles teriam 12 horas para descanso. Acontece que os blocos críticos (de escala) remetem os tripulantes voando madrugadas seguidas, e 99% dos hotéis brasileiros não são preparados para receber tripulantes, hóspedes especiais, que precisam de ambiente silencioso e escurecido para dormirem durante o dia porque vão se apresentar às 9 horas da noite para voar a madrugada toda de novo. E vão para outra cidade, dormir 8 horas da manhã e não conseguem, porque as camareiras estão limpando, máquinas estão fazendo barulho... Se o tripulante não consegue o mínimo de repouso para recompor sua integridade, ele vai se apresentar arrebentado para o próximo voo, à noite. E as empresas criaram um sistema muito pessoal, muito particular, muito conveniente de interpretar a regulamentação, que diz, ao retornar à base, o tripulante não poderá voar novamente se for entre 23 e 6h da manhã. As empresas que têm interesse em entender desta forma entendem que só vale para a base e, fora da base, é a farra do boi, vale tudo. E não é assim, é um equívoco. Se bem compreendido, você diz: "Não pode ser para a base". Porque, na base, o problema é menor. Mas não, elas se utilizam de três, quatro noites seguidas. E não é uma empresa não, são todas. É que a Gol agora é a bola da vez.

Os tripulantes recorrem a medicamentos contra o sono, como os caminhoneiros?

Não tomam, até mesmo não podem. Sobre esses medicamentos que os caminhoneiros tomam, no caso da aviação você perde a noção de profundidade, visão periférica, um bocado de coisa fundamental. Não tomam nada, nada, nada. O que estão tomando é da própria fisiologia humana. Horas e horas seguidas de privação de sono os remete a estar na mesma situação de uma pessoa embriagada. Imagine você um tripulante passando com sintomas de embriaguez, no meio de um salão de passageiros aguardando para embarcar: quem vai entender que ele está 20 horas sem dormir?

Comentário

Para que serve a ANAC se ela não cumpre suas funções? Talvez fosse melhor extinguí-la, demitir todo mundo e economizar o dinheiro dos contribuintes. Com a palavra, o Ministro da Defesa.

Fonte: Terra Magazine/Eliano Jorge

Atrasos atingem 15,4% dos voos nacionais programados pela Gol

Muitos atrasos pela manhã

04/08/2010 - 11h18

Após o grande problema de atrasos de voos registrado nos últimos dias por passageiros de todo o país. A Infraero (estatal que administra os aeroportos do país) registrava apenas 7,7% de atrasos dos 469 voos domésticos programados para esta quarta-feira. Ao todo, a estatal apontava 36 voos atrasados e 7 (1,5%) cancelados.

Apesar da melhora, a Gol ainda era a companhia que acumulava o maior número de atrasos até as 8h, com 28 registros dos voos atingidos. O número corresponde a 15,4% do total de voos programados pela empresa.

Na última segunda-feira (2), a Gol foi responsável por 70% dos atrasos de todos os voos programados no Brasil. Dos 818 voos domésticos da companhia, 430 (52,6%) atrasaram, enquanto para as viagens internacionais houve demora em 45% (17) dos voos. A empresa também cancelou 102 voos.

Em reunião convocada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a companhia aérea Gol disse que um erro na atualização de seu software para planejamento de escala gerou "dados incorretos que culminaram no planejamento inadequado da malha aérea e da jornada de trabalho dos tripulantes."

ACORDO

Segundo a Anac, a reunião realizada ontem serviu para a Gol apresentar um plano de ação para atender os passageiros dos voos cancelados ou atrasados. O plano, apresentado pelo diretor de operações da Gol, inclui o uso de cinco aeronaves extras, cada uma com capacidade para 230 passageiros, que eram destinadas a fretamentos, entrarão em operação ainda nesta terça para acomodar os consumidores que esperam um voo.

O diretor da Gol também se comprometeu a apresentar relatórios semanais sobre a quantidade de horas voadas pelos tripulantes. Outra medida combinada na reunião foi reativar a escala de trabalho dos tripulantes em agosto na mesma configuração usada em junho.

Fonte: FOLHA

Após Gol, sindicato quer que outras empresas também mudem escala de tripulantes

O Sindicato Nacional dos Aeronautas quer que todas as companhias aéreas brasileiras adotem um novo sistema de escalas de tripulantes para evitar que funcionários fiquem sobrecarregados.

Segundo o presidente do sindicato, Gelson Fochesato, o novo sistema já foi implantado pela Gol no último fim de semana, e deve amenizar o problema de funcionários com horas de voo acima do previsto por lei.

"O sindicato tem denunciado o problema de excesso de horas trabalhadas pelos funcionários. Nós fizemos reuniões com as companhias, mas apenas a Gol aceitou se reorganizar. Agora o sindicato vai pressionar outras empresas também", acrescentou Fochesato.

Segundo a Infraero (estatal que administra os aeroportos), esse novo sistema de escalas "ocasionou a falta de tripulantes" nos voos da companhia, provocando cancelamento e atrasos. Ontem, a Gol foi a responsável por 70% dos atrasos de todos os voos domésticos. Dos 818 voos da companhia, 430 (52,6%) atrasaram mais de meia hora.

Apesar disso, o presidente do sindicato afirmou que não são esperados novos problemas semelhantes ao de ontem na Gol. "Acreditamos que foi um problema pontual", afirmou Fochesato. A Gol disse ainda ontem que o problema foi agravado pelo tráfego aéreo intenso.

GREVE

Fochesato afirmou ainda nesta terça-feira que desconhece qualquer mobilização de greve entre tripulantes. "Ninguém nos procurou para tratar sobre uma possível greve. Não sabemos nada sobre isso".

A possível paralisação foi informada por funcionários da Gol. A greve está sendo discutida via e-mail desde pelo menos a semana passada, quando começou a circular entre os funcionários uma carta aberta ao presidente da empresa, Constantino de Oliveira Júnior. Uma cópia foi enviada à Folha.

Na carta, funcionários reivindicam aumento salarial de 25%, além de "escalas mais humanas", planos de saúde e de previdência privada pagos pela empresa e a implantação de um plano de carreira. Procurados pela Folha, funcionários da Gol no aeroporto de Congonhas, que não quiseram se identificar, confirmaram a possibilidade da paralisação.

Fonte: FOLHA - FERNANDA PEREIRA NEVES

Sofrimento dos passageiros vai até a próxima sexta

Avaliação interna da diretoria da Gol concluiu que voos só voltam ao normal na sexta-feira, informa a coluna Radar on-line

Passageiros esperam no aeroporto de Salvador, no final da tarde desta terça-feira (03/08) (AE)

A direção da companhia aérea Gol estima que os vôos da empresa só estarão 100% normalizados entre quinta-feira e sexta-feira. A avaliação, reservada, feita no final da tarde desta terça-feira, foi divulgada com exclusividade pelo colunista de VEJA, Lauro Jardim, na coluna Radar on-line.

O total de voos com atraso havia diminuido no início da tarde desta terça-feira. Dos 1754 voos domésticos programados, 324 (18,5%) estavam atrasados e 70 haviam sido cancelados (4%). A Gol, que tinha 618 voos programados, continua sendo a campeã dos atrasos. Entre 0 e 18 horas desta terça, 224 (36,2%) estão atrasados e 49 (7,9%) foram cancelados.

Nos voos internacionais, dos 121 que estão programados, 20 (16,5%) estão com atraso e 2 (1,7%) foram cancelados. A Gol também é responsável pela maioria dos voos internacionais com atraso. Dos 25 programados pela companhia, 10 (40%) estão atrasados e 1 (4%) foi cancelado.

A segunda-feira já havia sido de caos e stress para passageiros de todo o país. Até meia-noite, 614 (26%) do total de 2.360 voos domésticos programados tiveram atraso superior a 30 minutos e 140 foram cancelados. Entre os voos internacionais, 18,3% de 208 previstos atrasaram. A Gol foi responsável por 34% dos atrasos nos aeroportos brasileiros - 52,6% dos 818 voos domésticos programados saíram depois do horário.

Os atrasos começaram a ser desencadeados na sexta-feira, de acordo com a Gol, que teve de transferir alguns voos do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para Cumbica, em Guarulhos. As tripulações da companhia foram impedidas de seguir viagem após atingir o limite de horas de trabalho. O fim das férias escolares também deve ter contribuído para o problema.

Greve 

O problema pode se agravar na próxima semana, quando trabalhadores da Gol devem entrar em greve. A paralisação de 24 horas foi marcada para o dia 13. Os funcionários reivindicam melhores salários, plano de saúde, fim do excesso de jornada e assédio moral.

Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), Selma Balbino, o objetivo é protestar também contra a lenta fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Agência Nacional em Aviação Civil (Anac). "Não podemos esquecer que as multas aplicadas pelo MTE e ANAC são tão baixas, que acabam se tornando um incentivo ao desrespeito à legislação trabalhista e à regulamentação profissional."

As informações são do site da Infraero.

Fonte: VEJA

Gol usará aeronaves de fretamento para regularizar voos, informa Anac

Anac afirmou ainda que Gol atribuiu erros em escalas a problemas técnicos. As escalas motivaram atraso em metade dos voos da empresa na segunda.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou nota nesta terça-feira (3) em que diz que a companhia aérea Gol/Varig usará cinco aeronaves de fretamento, que são maiores, para aumentar a capacidade de acomodação de passageiros e regularizar os voos atrasados e cancelados.

Na segunda (2), um novo sistema de escalas na companhia aérea Gol desencadeou atrasos em mais da metade dos vôos da empresa. A Gol afirmou que "algumas tripulações atingiram o limite de horas de jornada de trabalho previsto na regulamentação da profissão e foram impossibilitadas de seguir viagem, gerando um efeito em cadeia".

De acordo com a Anac, um plano de ação apresentado pelo diretor de operações da companhia aérea prevê o uso de cinco aviões Boeing 767 com capacidade para 230 passageiros nas rotas regulares domésticas e internacionais. A agência diz que, atualmente, a frota conta com aeronaves configuradas para 140 a 178 passageiros.


A Anac informou que a operação das aeronaves já foi autorizada e que somente a Gol poderia esclarecer quando o plano começa a vigorar. O G1 procurou a Gol, que deve divulgar uma nota oficial sobre a reunião com a Anac ainda nesta terça.

Principal razão para os atrasos nos voos, as escalas de trabalho também foram tratadas na reunião. A Anac disse que a Gol informou que, em julho, ao implantar uma melhoria no sistema, ocorreu um problema técnico que gerou dados errados para a escala dos tripulantes.

Conforme a Anac, a Gol se comprometeu a apresentar relatórios semanais sobre a quantidade de horas voadas pelos tripulantes e a confirmação da escala de agosto nos mesmos moldes da escala de junho. Naquele mês, informou a agência, a Gol já utilizava, com o conhecimento da Anac, um novo software de planejamento de escala - veja abaixo a íntegra da nota da Anac.

Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, que registrou até as 16h 11 atrasos e um cancelamento de voo (Foto: Xando Pereira / Agência A Tarde / AE)

Fontes: G1- TV Globo

Gol cancela 34 voos e tem mais de 150 atrasos no país todo

 Cancelamentos de voos continuaram a ocorrer durante o dia

A Gol cancelou 34 voos e registrava atrasos em mais de 150 partidas na tarde desta terça-feira, um dia depois de a empresa protagonizar uma onda de atrasos em aeroportos de todo o país por conta de problemas em uma nova escala de funcionários da empresa.

Segundo informações da Infraero, até às 13h a Gol tinha atrasado em mais de 30 minutos ao menos 145 dos seus 398 voos domésticos programados e oito das 17 partidas internacionais previstas.

Nos principais aeroportos do país, ainda de acordo com a Infraero, pelo menos 203 voos domésticos e 13 internacionais haviam registrado demoras, somando todas as companhias, enquanto 47 domésticos e 1 internacional foram cancelados.

Na segunda-feira, a Gol protagonizou uma série de atrasos e cancelamentos no tráfego aéreo brasileiro. Mais de 300 partidas da companhia registraram atrasos superores a meia hora e mais de 70 voos foram cancelados.

A empresa atribuiu os atrasos a um "pico de movimento em razão do retorno das férias escolares" e à implantação de uma nova escala de funcionários.

"Na ocasião, algumas tripulações atingiram o limite de horas de jornada de trabalho previsto na regulamentação da profissão e foram impossibilitadas de seguir viagem, gerando um efeito em cadeia", informou a Gol em nota divulgada na segunda-feira.

Dos atrasos registrados em rotas domésticas até o início da tarde de terça-feira, 18 eram em voos da TAM, 4 da Azul, 7 da Avianca e 8 da WebJet. A TAM também registrou dois atrasos em voos internacionais e cancelou sete saídas domésticas, de acordo com levantamento da estatal que administra os aeroportos do país realizado com informações das companhias aéreas.

Em meio aos atrasos registrados no voo da Gol, as ações da empresa registraram queda superior a 4 por cento. Os papéis preferenciais da companhia caíam 4,31 por cento às 13h44 (horário de Brasília), negociadas a 24,20 reais. No mesmo horário, o Ibovespa, referência do pregão, subia 0,49 por cento.

Fonte: O Globo/ Eduardo Simões

Direitos dos Passageiros

Cias aéreas devem oferecer desde internet e alimentação até o reembolso das passagens

As novas resoluções da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o CDC (Código de Defesa do Consumidor) ampliaram as garantias de ressarcimento dos prejuízos de passageiros em caso de atrasos ou cancelamentos de voos pelas companhias aéreas.

A agência estatal publicou uma resolução em junho passado na qual estipula que, após uma hora de atraso da decolagem, a companhia deve oferecer internet e telefone aos passageiros.

A partir de duas horas de atraso, a empresa tem que disponibilizar alimentação como lanche, almoço e bebidas. Se a decolagem atrasar mais de quatro horas, a companhia deve oferecer acomodação adequada, que na maior parte dar vezes significa hospedagem em hotel.

Caso haja a preterição na hora do embarque, ou seja, se a empresa se negar, por qualquer motivo, a embarcar um passageiro, ele pode solicitar o reembolso integral do bilhete, inclusive das taxas.

De acordo o diretor de atendimento do Procon-SP, Robson Campos, se o passageiro não embarcou na hora prevista, configura-se uma prestação de serviço impróprio.

- No caso de atrasos muito grandes como o das últimas horas, o consumidor pode desistir da viagem e receber a restituição de gastos como lanche, café e táxi. Ele não pode ter prejuízo das despesas. Vale lembrar que é o consumidor que deve escolher a forma de reparação dos danos. A empresa não pode impor, mas sim propor, e cabe ao cliente aceitar ou não.

Se o passageiro perder um compromisso inadiável, como o fechamento de um negócio ou um funeral por exemplo, Campos explica que o consumidor deve procurar a Justiça e processar a empresa por danos materiais.

Segundo a advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Maíra Feltrin Alves, em caso de urgência, o consumidor pode solicitar o embarque por outra companhia aérea.

- Temos que ter em mente que o direito do consumidor à informação e à assistência material não deixam de acontecer independentemente dos atrasos.

Maíra ressalta que as justificativas apresentadas pela empresa aérea Gol em nota - de que “algumas tripulações atingiram o limite de horas de jornada de trabalho” e de que o retorno das férias escolares ajudou a atrapalhar as operações – não explicam os atrasos.

- Em relação à tripulação, a empresa tem uma escala. Ou seja, eles poderiam ter se prevenido ao remanejar alguns funcionários com antecedência. Em relação à volta das férias, já se sabia que o movimento aumentaria. Ninguém melhor que a empresa para saber disso, já que ela própria vende as passagens.

Segundo o diretor de atendimento Procon-SP e a advogada do Idec, não é possível estimar um valor mínimo e máximo do valor das indenizações, que variam de caso para caso.

Arte: R7

Fonte: R7/Raphael Hakime

Após dias de problemas, movimento é normal em Congonhas

Infraero registrava apenas um voo atrasado e outro cancelado no aeroporto.Passageiros da gol enfrentaram problemas em todo o país na segunda.

Movimento era normal na manhã desta terça-feira (3) no aeroporto de Congonhas (Foto: Juliana Cardilli/G1)

Após um dia de problemas nesta segunda-feira (2), com atrasos e cancelamentos de diversos voos, a situação era normal na manhã desta terça-feira (3) no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. De acordo com balanço divulgado pela Infraero às 8h, apenas uma das 32 partidas programadas desde a abertura às 6h sofreu atrasos, e outra foi cancelada. Os dois problemas ocorreram em voos da companhia aérea Gol.

Já no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, oito das 32 partidas programadas desde 0h sofreram atrasos – quatro delas entre 7h e 8h, três delas da Gol. Apenas um voo foi cancelado – também da mesma companhia. Segundo a Infraero, o número de atrasos e cancelamentos é normal para o horário.

Passageiros que precisam embarcar pela Gol têm sofrido problemas no país desde o fim de semana. Nesta manhã, segundo balanço da Infraero das 8h, 65 dos 188 voos programados pela Gol sofreram atrasos em todo o Brasil – 34,6%. Outros 14 – 7,4% foram cancelados.

O movimento no saguão e no check-in das companhias aéreas em Congonhas nesta manhã era normal – sem grandes filas nem registro de problemas. Alguns passageiros, entretanto, ainda enfrentavam as consequências dos problemas nos últimos dias. Era o caso de Josefa Souza, de 42 anos, que deveria ter desembarcado no aeroporto vinda de Fortaleza na noite de segunda, mas só conseguiu chegar na manhã desta terça. Ela procurava embarcar com os dois filhos e a irmã.

Família quer reembolso de alimentação durante espera (Foto: Juliana Cardilli/G1)


“Nosso voo era para ter vindo direto, mas fez escalas em Recife, Salvador e Confins, onde chegamos 2h e tivemos que dormir. A Gol pagou o hotel, mas não quer pagar nossa alimentação. Estamos com duas crianças, tivemos que dar água e comida para elas de madrugada”, contou a mulher. Segundo ela, a companhia afirmou que só iria pagar o café da manhã já em São Paulo. “O problema é a falta de comunicação. Podem acontecer problemas, é normal, mas eles não avisam nada. E muita gente não sabe que tem direito à alimentação e fica quieto.”

Com a irmã e duas crianças, ela pretendia procurar o juizado especial montado em Congonhas para fazer a conciliação entre passageiro e companhia aérea na manhã nesta terça. Entretanto, o juizado só funciona das 10h às 19h. Na segunda, o número de reclamações referentes à Gol até as 17h chegou a dez.

De acordo com a Gol, os atrasos são reflexos do intenso tráfego aéreo na sexta-feira (30), quando a empresa teve de transferir algumas partidas programadas do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, para o Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.

A assessoria da Gol disse que, na sexta, as tripulações atingiram o limite de horas de trabalho e não puderam seguir viagem. A Gol aponta também o aumento no movimento com o fim das férias escolares.

Fonte: G1/Juliana Cardilli

Anac avalia 520 reclamações trabalhistas contra empresas aéreas

Agência analisa caso há 2 semanas. No ano, sindicato recebeu 800 denúncias. Gol disse que atua para resolver o problema; TAM não respondeu

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que sua ouvidoria analisa uma reclamação do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) com 520 denúncias trabalhistas, a maioria por descumprimento de escalas de voo. A agência diz que recebeu o documento há duas semanas, em 15 de julho.

Nesta segunda (2), um novo sistema de escalas na companhia aérea Gol desencadeou atrasos em mais da metade dos vôos da empresa. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e a Anac afirmaram que, por conta do episódio, vão monitorar a Gol. Em nota, a Gol afirmou que "algumas tripulações atingiram o limite de horas de jornada de trabalho previsto na regulamentação da profissão e foram impossibilitadas de seguir viagem, gerando um efeito em cadeia" .

O SNA informou ter recebido de pilotos, co-pilotos, comissários de bordo e mecânicos de voo, entre fevereiro e julho deste ano, 800 reclamações contra as companhias aéreas, a maioria por questões relacionadas à escala e excesso de trabalho.

A Anac informou que, quando as reclamações trabalhistas contra empresas aéreas são comprovadas, a punição pode ser a suspensão temporária do Certificado de Homologação de Empresa de Transporte (Chate). Sem o Chate, a companhia aérea não pode operar.

De acordo com o sindicato, o serviço de recebimento de denúncias começou em 2010 e, portanto, não há dados comparativos com o ano anterior. O diretor de segurança de vôo do SNA, comandante Carlos Camacho, informou que o recebimento de reclamações é crescente. No começo do ano, a média mensal de denúncias era de 85. No mês de julho, as reclamações somaram 200 – sendo 90% atribuídas à Gol, disse o sindicato.

Ao G1, a Gol informou que está atuando para dar conta das reclamações trabalhistas. A assessoria de imprensa citou que o "aperto" que a companhia viveu na segunda (2) foi justamente para solucionar esse problema.

O SNA disse que as denúncias também foram encaminhadas para o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Ao G1, o Cenipa disse que não comentaria questões trabalhistas pois cuida apenas do espaço aéreo. O sindicato disse que nem o Cenipa nem a Anac responderam às reclamações enviadas.

De acordo com o comandante Gelson Dagmar Fochesato, presidente do SNA, a TAM pode ser a próxima a enfrentar problemas.

"As companhias aéreas estão crescendo e começando a operar no limite de suas tripulações e por isso estourou primeiro na Gol. Mas a Gol foi a única que se comprometeu a regularizar e cancelou vôos. Para iniciar de modo correto a escala de trabalho dos tripulantes no mês de agosto. (...) A Gol tomou uma atitude mais responsável. A TAM não está fazendo isso. Estamos com reuniões previstas na companhia e vamos pedir para o RH se reorganizar. (...) O caos vai aumentar se a Anac não fizer alguma coisa."

O G1 procurou a TAM na tarde de segunda (2), mas a empresa disse que não responderia à reportagem antes da manhã desta terça (3).

O comandante Fochesato disse que as escalas da tripulação, de modo geral nas companhias aéreas, estão "desumanas". "A escala é mensal e geralmente no dia 29 sai do mês todo. Modificações podem ser feitas e previstas com antecedência. Chega no dia 20, tem 15 modificações na escala. (...) A pessoa acha que vai chegar no destino e folgar no dia seguinte, eles mudam e jogam a folga para frente. Tem gente com 7 folgas. Isso gera estresse social, familiar."

O comandante Carlos Camacho, do sindicato dos aeronautas, ressaltou que as companhias, em sua maioria, não ultrapassam o número máximo de horas trabalhadas por mês – 85 horas. No entanto, em alguns casos, o descumprimento da escala se dá porque o descanso mínimo não é respeitado e os tripulantes trabalham por noites seguidas, o que é prejudicial para o trabalho e para a saúde.


"O tripulante trabalha dentro de um tubo pressurizado, que voa em grande altitude. São madrugadas seguidas, noites inteiras voadas. Isso gera déficit de sono. Dezesseis horas de déficit de sono equivale a três doses de whisky. O tripulante fica inebriado como se estivesse embriagado", diz o comandante Camacho, que aponta que a “péssima” situação de trabalho pode levar a um acidente aéreo.

Inqúerito contra TAM

O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem um inquérito civil aberto para investigar reclamação trabalhista contra a TAM, um possível descumprimento ao artigo 18 da Lei 7183/84, a Lei dos Aeronautas - clique aqui para ver. O artigo 18 diz que "a escala deverá observar, como princípio, a utilização do aeronauta em regime de rodízio e em turnos compatíveis com a higiene e segurança do trabalho".

De acordo com a procuradora Elisa Maria Brant Malta, a investigação visa apurar prejuízo econômico aos trabalhadores, que ficam, segundo denúncia do SNA, ociosos por tempo em excesso após retorno do treinamento, antes de iniciar de fato o trabalho. "Há uma denúncia e cabe a nós apurar se é verdadeira ou não. Expedi ofício para Anac, companhia aérea e gerência regional do Trabalho. O resultado que temos até agora é de que não há irregularidade. Demos 10 dias para que o sindicato aponte onde houve prejuízo econômico."

Depois disso, a procuradora verifica se arquiva o inquérito ou se convoca a companhia para a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC).

Reclamações de passageiros

O atraso nos vôos nesta segunda levou vários passageiros a usarem os juizados especiais nos aeroportos, que começaram a funcionar no dia 23 de julho.

Pelo menos 84 reclamações foram registradas até o início da noite de segunda (2), de acordo com levantamento do G1. Segunda foi o primeiro dia de atrasos significativos após a instalação dos juizados nos aeroportos de São Paulo (Congonhas e Guarulhos), Rio (Tom Jobim e Santos Dumont) e Brasília (Juscelino Kubitschek).

Os juizados servem para solucionar problemas de passageiros referentes a atrasos e cancelamentos de voos; e extravio, violação ou furto de bagagem, sem a necessidade da presença de um advogado. Se as empresas não resolverem o problema, os juizados podem abrir ação contra as companhias.


Fontes: G1/Mariana Oliveira - TV Globo

Gol tem 55,9 % dos voos atrasados durante a madrugada

Caos continua madrugada adentro

Passageiros aguardam atendimento em balcão da Gol, no aeroporto de Congonhas; companhia diz que atraso é reflexo do intenso tráfego aéreo/Rodrigo Capote/Folhapress

De acordo com o último balanço da Infraero (estatal que administra os aeroportos), divulgado às 4h desta terça-feira, a Gol registrava atraso em 33 dos 59 voos previstos para decolar nesta madrugada em todo o país. Três deles foram cancelados. No total de 109 voos domésticos do país, 38 (34,9 %) estão atrasados. Não há nenhum atraso nos voos internacionais previstos para a madrugada.

Entre a 0h de ontem e a 0h desta terça-feira, a Infraero registrou atraso superior a 30 minutos em 614 (26%) do total de 2360 voos domésticos programados para esta segunda-feira. Entre os 208 voos internacionais, 38 (18,3%) atrasaram.

A Gol foi a responsável por 34% dos atrasos de todos os voos pelo Brasil programados para ontem. Dos 818 voos domésticos da companhia, 430 (52,6%) atrasaram, enquanto para as viagens internacionais houve demora em 45% (17) dos voos. A empresa também cancelou 102 voos -- do total de 140.

MOTIVO

Os atrasos registrados em mais da metade dos voos da Gol nesta segunda-feira foram decorrentes de um acordo feito entre a companhia e o Sindicato Nacional dos Aeronautas para que os tripulantes não ficassem sobrecarregados. Segundo o secretário-geral do sindicato, Sergio Dias, o acordo amenizou o problema de funcionários com horas de voo acima do previsto por lei.


"Participamos de duas reuniões para levar denúncias para a empresa [Gol] sobre a questão da sobrecarga dos tripulantes. Nós cobramos algumas posições da empresa e ela tomou por liberalidade fazer alguns cancelamentos de voos para estancar esse problema", afirmou Dias à Folha, explicando que outros voos atrasaram justamente pela falta de tripulação disponível.

O cumprimento das regras relativas à jornada de trabalho de seus tripulantes é o argumento que a Gol usou, hoje, para justificar os atrasos nos voos. De acordo com nota divulgada pela empresa, com grande quantidade de voos no último dia 30, "algumas tripulações atingiram o limite de horas de jornada de trabalho previsto na regulamentação da profissão e foram impossibilitadas de seguir viagem, gerando um efeito em cadeia".

De acordo com a Infraero, o problema com a Gol foi provocado pela "implantação de um novo sistema de escalas, o que ocasionou a falta de tripulantes". A Gol disse ainda que o problema foi agravado pelo tráfego aéreo intenso.

GREVE

Funcionários da Gol planejam uma paralisação de 24 horas no próximo dia 13 de agosto. A greve está sendo discutida via e-mail desde pelo menos a semana passada, quando começou a circular entre os funcionários uma carta aberta ao presidente da empresa, Constantino de Oliveira Júnior. Uma cópia foi enviada à Folha.

Na carta, funcionários reivindicam aumento salarial de 25%, além de "escalas mais humanas", planos de saúde e de previdência privada pagos pela empresa e a implantação de um plano de carreira. Procurados pela Folha, funcionários da Gol no aeroporto de Congonhas, que não quiseram se identificar, confirmaram a possibilidade da paralisação.

Em nota, o Sindicato Nacional dos Aeroviários afirma apoiar a paralisação e que tenta contato com o setor de recursos humanos da companhia há dois meses para discutir as reivindicações.

Selma Balbino, presidente da entidade, afirma que a iniciativa dos funcionários, além de ser resultado dos problemas internos da Gol, também está relacionada à lenta fiscalização do Ministério do Trabalho e da Anac (Agência Nacional em Aviação Civil). "Não podemos esquecer que as multas aplicadas pelo ministério e Anac são tão baixas que acabam se tornando um incentivo ao desrespeito à legislação trabalhista e à regulamentação profissional."

A carta, anônima, diz a Constantino Júnior que "essa laranja já deu muita laranjada, está na hora do senhor cuidar da laranjeira". A Gol tem logomarca e uniformes de cor laranja.

"Desde o processo inicial de fundação da empresa estivemos motivados, determinados e comprometidos em fazer da Gol Linhas Aéreas uma empresa competente, boa para os clientes e acionistas. No passar dos anos, observamos uma crescente falta de preocupação com os colaboradores, diretores ganhando fortunas (...) enquanto nós da frente de batalha engolimos tapas e palavrões com caos aéreo, deficit de funcionários em todos os departamentos, avião sendo abatido onde amigos perderam suas vidas e não puderam ver a empresa em que trabalhavam prosperar desta maneira", afirma outro trecho da carta.


Fonte: FOLHA

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