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Procurador quer anular contrato superfaturado dos Correios

Acordo firmado por diretoria nomeada por ex-ministra da Casa Civil será investigado pelo TCU

BRASÍLIA - O contrato superfaturado pelos Correios em R$ 2,8 milhões para favorecer a Total Linhas Aéreas será investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no tribunal, defendeu no domingo, 10, a anulação dessa licitação, aprovada em setembro pelo presidente da estatal, David José de Matos, e sua diretoria.


"O valor acima do estimado deveria resultar no fracasso da licitação, e não na contratação", afirmou. O procurador anunciou que pedirá toda documentação do processo de contratação da empresa. "Vamos requerer mais essa documentação, juntá-la às que já recebemos dos Correios sobre outras contratações recentes e investigar todas em conjunto da maneira mais aprofundada possível", disse.

O Estado revelou no domingo detalhes da operação que levou à contratação direcionada da Total por R$ 44,3 milhões, um preço R$ 2,8 milhões acima do estipulado pelos próprios Correios em junho. Documentos obtidos pela reportagem mostram que a nova direção da estatal, nomeada pela então ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, manobrou para ressuscitar, em agosto, uma licitação que havia sido cancelada três meses antes pelo comando demitido do órgão. Somente a Total participou da concorrência. "O fato mais sério desses eventos é a aparente restrição à competição. Será que no Brasil só existe a empresa contratada interessada no serviço?", questionou o procurador do TCU.

O presidente Davi de Matos e seus diretores aprovaram no dia 15 de setembro, um dia antes da demissão de Erenice, a contratação da Total. O contrato foi publicado no Diário Oficial da União de 4 de outubro, um dia depois do primeiro turno eleitoral. A Total vai transportar cargas no trecho Fortaleza-Salvador-São Paulo-Belo Horizonte.

O procurador do TCU ainda questionou a eliminação da Rio Linhas Aéreas do pregão realizado em 19 de agosto. A empresa chegou a fazer uma proposta inicial, mas foi excluída da disputa após uma "pane" no sistema eletrônico da concorrência. "Qual a razão de não insistir também com a outra empresa que, declaradamente, não participou do certame por motivos meramente circunstanciais?", rebateu Marinus.

Processo

Tudo começou no dia 2 de junho, quando um pregão foi feito pelo preço limite de R$ 41,5 milhões. A Total entrou sozinha e ofereceu R$ 47 milhões. A proposta foi recusada pela antiga direção dos Correios. Para conseguir o contrato de R$ 44,3 milhões, na licitação de agosto, a Total contou com o apoio do coronel Eduardo Artur Rodrigues Silva, então nomeado diretor de Operações. O coronel foi procurado pelos donos da Total para tentar reverter juridicamente o pregão revogado em junho. O objetivo, naquele momento, era tentar transformar a Total e a MTA, empresas de carga aérea, no embrião da unidade de logística que o governo pretende criar em 2011 - uma sociedade mista entre governo e empresas privadas avaliada em US$ 400 milhões.

Uma nova licitação ocorreu no dia 19 de agosto. Dessa vez, os Correios subiram de R$ 41,5 milhões para R$ 42 milhões o preço máximo para contratação. Mais uma vez, só a Total participou dos lances. Deu o preço de R$ 44,3 milhões e avisou que não poderia mais reduzir o valor, apesar dos alertas do pregoeiro. O caso foi parar nas mãos do coronel Artur, que ordenou a contratação da Total "em decorrência da variação normal de mercado e desde que haja interesse público". O parecer do ex-diretor foi submetido em 15 de setembro ao comando dos Correios. O presidente David José de Matos dirigiu a reunião que aprovou a contratação da Total por R$ 44,3 milhões, vigorando por 12 meses.

No dia seguinte, Erenice Guerra pediria demissão da chefia da Casa Civil, em meio ao escândalo envolvendo assessores e parentes dentro do governo. O coronel Artur demitiu-se no dia 19 de setembro, depois de o Estado revelar que era testa de ferro de um empresário argentino na MTA, outra empresa contratada pelos Correios e personagem da queda de Erenice Guerra da Casa Civil. Um filho de Erenice, Israel, fez lobby e cobrou propina para ajudar a MTA.

Empresa nega irregularidades em contrato com os Correios

A Total Linhas Aéreas disse, por escrito, que não há irregularidades na sua recente contratação pelos Correios. "Na realidade, a ECT (Correios) fixa no momento da licitação um preço de referência. Ficamos com 4,9% acima desta estimativa. Como é de conhecimento público, a planilha que forma este preço não contempla todos os custos inerentes à operação, como, por exemplo, estruturação de bases. Vale ressaltar que os contratos possuem cláusulas específicas de penalização/multas, sendo bastante leoninos neste sentido", disse.

Conforme revelou o Estado na edição de domingo, 10, a Total confirma que chegou a negociar com a Master Top Linhas Aéreas (MTA). "A MTA nos solicitou uma cotação para realização de alguns voos de fretamento, mas não houve a concretização do negócio", disse. A intenção da nova direção dos Correios é unir MTA e Total e transformá-las no embrião da nova empresa de logística do governo. Isso poderia explicar o esforço da estatal para aprovar a contratação da Total. Em agosto, além da negociação de fretamento, as duas empresas chegaram a discutir uma atuação jurídica em conjunto.

Questionada sobre a nova empresa do governo, a Total respondeu: "Em função do excepcional crescimento que vem acontecendo em nossa economia, e logicamente refletindo diretamente no setor de Transportes da ECT, não temos duvidas que, a partir de 2011, algumas ações para melhor adequação da atual malha deverão ser tomadas. Com relação à nova empresa de logística, temos conhecimento, por meio da imprensa, sobre algumas ações neste sentido, mas não fomos participados oficialmente pela ECT".

Fonte: O ESTADO DE S PAULO/Leandro Colon e Karla Mendes

Nova denúncia envolve turma de Erenice nos Correios

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, direção indicada por ela aprovou um contrato com uma empresa aérea superfaturado em 2,8 milhões de reais

O presidente dos Correios, David José de Matos, e a diretoria da estatal aprovaram um contrato superfaturado em 2,8 milhões de reais para favorecer uma empresa de carga aérea. A contratação, feita pela nova direção da estatal nomeada pela então ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, manobrou para ressuscitar, em agosto, uma licitação que havia sido cancelada três meses antes pelo comando demitido da estatal. Os documentos que registram a transação foram obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo e estão publicados em sua edição deste domingo.

Os documentos obtidos pelo jornal paulista mostram que a nova diretoria, empossada no dia 2 de agosto, entregou para a Total Linhas Aéreas um contrato de R$ 44,3 milhões. E concluiu o negócio em apenas duas semanas, em meio à crise que derrubou Erenice da Casa Civil da Casa Civil depois das revelações feitas por VEJA de que um esquema de tráfico de influência operava dentro do ministério.

A licitação nos Correios foi assinada pelo presidente Davi de Matos e seus diretores aprovarem no dia 15 de setembro. Um dia depois, Erenice foi forçada pelo Palácio do Planalto a pedir demissão. O contrato foi publicado no Diário Oficial da União de 4 de outubro, um dia depois do primeiro turno da eleições. No período de um ano, a Total vai transportar cargas dos Correios no trecho Fortaleza-Salvador-São Paulo-Belo Horizonte.

Histórico 

A Total havia sido desclassificada da licitação em 2 de junho, quando o pregão para o serviço estipulava o pelo preço máximo de 41,5 milhões de reais. A única empresa a se apresentar foi a Total, mas com uma oferta de 47 milhões de reais, que foi recusada pelos Correios. Como a Total não aceitou baixar o preço, a licitação foi anulada.

Já em agosto, com a ajuda do Coronel Eduardo Artur Rodrigues da Silva, então nomeado diretor de operações e um dos personagens principais na crise dos Correios, a Total conseguiu o contrato por 44,3 milhões de reais.

O artigo 48 da Lei de Licitações determina que sejam desclassificadas "propostas com valor global superior ao limite estabelecido". Já o artigo 40 veda faixas de variação em relação a preços de referência.

O coronel Artur, no entanto, à frente da Diretoria de Operações, recomendou a contratação por um preço 2,8 milhões de reais acima do primeiro valor estipulado. Num relatório de 13 páginas para justificar sua posição, ele afirma que os métodos dos Correios para chegar a uma estimativa "não são absolutamente precisos". "Fato este que permite a homologação excepcional de licitações por valor acima do previamente estimado em decorrência da variação normal de mercado e desde que haja interesse público", diz.

O parecer do ex-diretor foi submetido em 15 de setembro ao comando dos Correios. David José de Matos, amigo e colega de Erenice desde os tempos em que trabalharam na Eletronorte, dirigiu a reunião que aprovou a contratação da Total por 44,3 milhões de reais, vigorando por 12 meses. O contrato foi publicado na semana passada. Na ata estão os nomes dele, do coronel Artur e dos diretores Décio Braga de Oliveira, Ronaldo Takahashi de Araújo, José Osvaldo Fontoura e Nelson Luiz de Freitas.

No dia seguinte à assinatura, Erenice Guerra pediu demissão da chefia da Casa Civil, em meio ao escândalo envolvendo assessores e parentes dentro do governo. O coronel Artur demitiu-se no dia 19 de setembro, depois de vir a público que ele era testa de ferro de um empresário argentino na empresa aérea MTA, que também mantém contratos com os Correios.

Fontes: Veja - O ESTADO DE S PAULO

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