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Os céus do Afeganistão continuam inseguros

Zabi Sarwar apresenta um quadro conciso e crítico da aviação afegã e lembra que apesar da ajuda estrangeira, as normas e a segurança operacional não progrediram.

Com a presença das forças militares aliadas no Afeganistão, já por muitos anos, a aviação experimentou pequenos avanços em segurança, contudo, tal avanço não chegou à aviação comercial.


Foto: Hakan Ozkocak

Qualquer um pode ouvir o som de um avião passando logo acima da cabeça ou mesmo observar as trilhas de condensação criadas por um avião. Mas no Afeganistão, nunca sabemos o quão hábeis são os pilotos com a mão no manche. Não temos escolas de pilotagem e nem mesmo instrutores de voo formados.

Assim, sem treinamento ou mesmo sem possuir uma licença válida, como esses pilotos voam hoje no Afeganistão? A maioria dos pilotos comerciais que voam a serviço do governo ou empresas aéreas privadas, não têm qualificação e receberam suas licenças devido suas conexões políticas com o poderoso Ministério de Aviação Civil e assim obtiveram suas licenças fajutas pagando propina. A maioria é muito deficiente na língua inglesa, o que só faz aumentar os riscos em uma emergência.

As empresas aéreas afegãs, tais como a Ariana e a Kam, são famosas por sua péssima qualidade de manutenção das aeronaves e treinamento das tripulações. Isto cria um risco ainda maior durante a operação. Recentemente, a União Européia, baniu diversas empresas afegãs, entre as quais a Ariana. Elas não podem mais voar para a Europa, devido a falta de segurança operacional.


Foto:Neil Jones

Mesmo quando os futuros pilotos cumprem as etapas para obter uma licença legítima, o processo, geralmente, consiste apenas em um treinamento em simulador. Não existem provas, exames e nem mesmo a obrigação de apresentar um certificado ou a obrigação de apresentar provas de aulas no simulador. O Ministério de Aviação recebeu verbas doadas por outros paises para adequar nossa aviação aos padrões internacionais, contudo, nada foi feito.

Todos os operadores continuam a voar sem autorização legal e sem atender aos padrões internacionais de segurança e funcionários ministeriais despreparados ainda conseguem manipular o sistema sem inibição ou repressão.

É hora de tornar a segurança operacional prioridade. Escolas de voo legítimas com instrutores qualificados devem ser o objetivo imediato. Fscalização rigorosa do processo todo também deve ser implementada.

Autor: Zabi Sarwar
Tradução: Jack


Zabi Sarwar, é afegão e cursa o terceiro ano de engenharia da computação. Ele sempre teve grande interesse em aviação e acumulou conhecimento sobre aeronaves e experiência intensiva em simuladores de ´´ wide bodies ´´, nos ´últimos nove anos.

FONTE: Airlines.Net

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