É preciso cautela ao avaliar o anúncio da inédita derrubada de um Super Tucano pelas Farc, uma vez que os narcoterroristas estão fragilizados e precisando elevar o moral de seus homens. E propaganda melhor seria difícil, já que o modelo participou de ataques como o que matou o número 2 do grupo, em 2008.
Isso dito, há um componente intrigante no anúncio. Se realmente abateu o caça leve de ataque, do qual a Colômbia comprou 25 unidades desde 2006, isso significa que as Farc tiveram acesso a algum meio para tal.
Como canhões antiaéreos não combinam com guerrilha em coluna na selva, o candidato óbvio é um sistema de mísseis portáteis, que pode ser disparado do ombro.
Assim, os olhos se virariam para o governo de Hugo Chávez, que apoia as Farc e, incidentalmente, possui grandes estoques de SA-24 Igla-S, o mais moderno modelo russo de míssil portátil.
Os números precisos não são conhecidos, mas só em 2009 1.800 unidades foram vendidas de Moscou para Caracas, o principal cliente militar da Rússia na América do Sul. Os dados são obscuros, mas o país latino já anunciou ao menos US$ 5 bilhões em gastos com armas russas.
Já na época da venda, a diplomacia americana se mostrava preocupada com a eventual transferência dos Igla-S às Farc, segundo telegramas vazados pelo site WikiLeaks.
No ano passado, o Congresso americano ouviu de militares que as Farc, por sua vez, poderiam fazer o material chegar aos seus aliados nos cartéis mexicanos de tráfico de drogas. Naturalmente, a Venezuela descarta tais hipóteses como fantasiosas.
Os Igla-S são capazes de destruir alvos a até 3,5 km de altitude, seguindo o calor de seus motores. O Brasil opera uma variante mais antiga do modelo, com cerca de 50 lançadores em condições de uso.
Mísseis portáteis já mudaram a narrativa de conflitos no passado, como no caso dos Stinger americanos utilizados pelos guerrilheiros islâmicos no Afeganistão contra a ocupação promovida pelos soviéticos entre 1979-89.
A derrubada de helicópteros de ataque e caças de ataque ao solo é considerada fator contribuinte para a retirada de Moscou. Mas é cedo para saber seu impacto na selva colombiana.
Fonte: FOLHA DE S PAULO / Igor Gielow
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Embraer faz acordo com Boeing para fortalecer Super Tucano em disputa nos EUA
A Embraer firmou um acordo com a Boeing para desenvolver um sistema de integração de armamentos para o A-29 Super Tucano.
O Super Tucano, da Embraer, que venceu licitação nos EUA, que foi posteriormente cancelada por questões técnicas/Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress
O novo sistema de armamentos oferecerá um maior alcance inteligente de bombas guiadas por laser e GPS, e atenderão a futuras demandas de clientes, disseram as companhias em comunicado conjunto nesta terça-feira.
Para o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, o acordo irá beneficiar a Embraer na concorrência nos EUA.
PARCERIA
O anúncio de hoje é um desdobramento da assinatura de um amplo acordo pela Boeing e Embraer em abril deste ano, estabelecendo uma parceria entre as companhias em diversas áreas, incluindo funcionalidades para aeronaves comerciais que aumentem sua segurança e eficiência, pesquisa e tecnologia, bem como bio-combustíveis sustentáveis para aviação
As empresas já possuem outros acordos de cooperação. Em julho de 2011, anunciaram planos para financiarem uma análise de oportunidades para a produção de combustível sustentável para a aviação, a partir da cana-de-açúcar.
Em março, a Boeing, a Embraer e a Airbus firmaram um memorando de entendimento para o desenvolvimento conjunto de biocombustíveis para a aviação com custos econômicos acessíveis e desempenho equivalente aos de origem fóssil.
Fontes: FOLHA DE S PAULO - Agências
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