Avião é descrito como marco de design; estreia acontece três anos depois do previsto
Avião feito com materiais leves consome menos combustível/Vincent Yu/AP
O Boeing 787 Dreamliner fez seu primeiro voo comercial, entre Tóquio e Hong Kong. O voo inaugural acontece três anos depois do planejado, devido a atrasos na produção e ao fato de que os custos de desenvolvimento do projeto acabaram custando bilhões de dólares a mais que o planejado.
A Boeing descreve o Dreamliner como "o primeiro jato de plástico do mundo" e afirma que o avião é mais eficiente em termos de consumo de combustível porque é construído com materiais leves em vez de metal.
Segundo especialistas, a aeronave representa um marco em termos de design de aviação. A companhia aérea All Nippon Airways (ANA), a primeira a usar o Dreamliner, leiloou seis passagens de classe executiva no voo inaugural. Uma delas foi vendida por US$ 34 mil, dez vezes mais que o preço normal.
A companhia diz que vai doar o dinheiro para organizações de preservação do meio ambiente.
Primeiro 787, foi entregue pela Boeing hoje/ Boeing - Airkrane
A companhia aérea japonesa, ANA, recebeu hoje o primeiro Boeing 787 entregue pela Boeing. Trata-se do primeiro 787 entregue pela fabricante norte-americana, a uma cia aérea.
Veja abaixo, o vídeo da decolagem do avião, rumo ao Japão, partindo de Seattle, EUA, pouco mais de 9 horas e meia atrás.
Boeing 787 da ANA, já em Tóquio, Japão
O Boeing 787, que chegou ao mercado oficialmente nesta segunda-feira, é o tipo de lançamento que só se vê a cada 50 anos. A aeronave representa a primeira mudança drástica desde o Boeing 747, lançado na década de 1960. É mais leve, polui menos, é mais econômico, consegue voar mais longe e faz menos barulho. Nada modesta, a empresa decidiu batizá-lo de Dreamliner, ou avião dos sonhos, um trocadilho com a palavra airliner (termo em inglês para aviões comerciais).
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A nova aeronave da Boeing consegue avançar em várias áreas graças ao material utilizado na construção (veja gráfico abaixo), aos motores de última geração e a uma série de novos recursos eletrônicos. De acordo com Fernando Catalano, chefe do departamento de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP), a utilização de materiais compostos, como a fibra de carbono, para a construção da fuselagem do avião, causou um efeito em cascata.
"Como o avião é 20% mais leve e tão resistente quanto os da geração anterior, construídos basicamente com alumínio, ele consegue carregar mais peso e economizar combustível, além de permitir mudanças na aerodinâmica", explica em entrevista ao site de VEJA. Por causa dos materiais compostos, os engenheiros conseguiram fazer com que a ponta da asa do 787 fosse curvada para cima. "Em velocidade de cruzeiro, esse formato deixa a nave mais rápida e economiza combustível", afirma Catalano.
Outra inovação que aumenta a economia da aeronave é a quantidade de novos componentes eletrônicos. "Eles permitem que sejam usados menos sistemas hidráulicos e pneumáticos e faz com que o próprio avião possa produzir energia durante o voo", explica o engenheiro. "Além disso, os circuitos eletrônicos ajudam a reduzir a emissão de poluentes."
A Boeing também apresentou motores mais silenciosos e mais econômicos no 787. Catalano explica que as turbinas do novo avião são dotadas de algo chamado caixa de redução, um dispositivo que reduz a velocidade das hélices. "Como elas são muito grandes, as lâminas da turbina podem superar a velocidade do som", disse o professor. As caixas de redução ajudam a diminuir essa velocidade, reduzindo o consumo de combustível e o barulho da turbina.
A Boeing testou ontem (segunda, dia 4) a sexta aeronave do modelo 787 Dreamliner, que voou por uma hora e quatro minutos.
O avião utilizado foi o ZA006, que é o segundo da frota equipado turbinas da Genx.
“É ótimo incorporar nosso último avião testado à frota”, comemorou o vice-presidente e gerente geral do programa do 787, Scott Fancher. “Estamos focados em completar os testes necessários para a certificação do 787 com turbinas de Rolls-Royce, visto que este é o primeiro modelo que entregamos”, completou ele.
Ministrado pelos comandantes Bill Robertson Christine Walsh, o teste verificou critérios como barulho, operações em temperaturas extremas, segurança e desempenho em operações estendidas.
O sexto Boeing 787 Dreamliner durante o voo teste (foto divulgação Boeing)
A Boeing adiou a entrega do primeiro avião 787 para meados do primeiro trimestre de 2011. A notícia se soma ao atraso de mais de dois anos da estreia da aeronave além do plano original.
O último atraso é resultado de problemas na entrega da turbina, disse a Boeing em comunicado. A empresa de Chicago disse em julho que esperava começar a entregar o avião no fim deste ano, mas havia alertado da possibilidade de isso não acontecer.
Naquela ocasião, a fabricante disse que uma série de problemas, incluindo o trabalho de fornecimento relacionados à peça da cauda e questões associadas com instrumentos poderiam adiar a primeira entrega para alguns semanas em 2011.
O primeiro cliente do 787, a japonesa All Nippon Airways (ANA), disse em comunicado que o adiamento é lamentável, especialmente "dado o sucesso do programa de teste de voo". "Confiamos que o tempo será usado para entregar a melhor aeronave possível no mais curto prazo", ressaltou a ANA.
O 787 é feito de vários materiais compostos desenvolvidos para tornar o aparelho mais leve e eficiente no consumo de combustível em relação aos aviões já em uso.
Apesar dos atrasos, o 787 permanece como o avião mais bem vendido da Boeing, com 847 encomendas de 55 clientes. O preço do catálogo varia de US$ 150 milhões a US$ 205,5 milhões, dependendo do modelo. Segundo a Boeing, o adiamento não vai afetar sua perspectiva financeira.
A divisão Training & Flight Services da Boeing iniciou em Seattle, a certificação do treinamento de voo do 787 Dreamliner, depois da aprovação provisória da U.S. Federal Aviation Administration (FAA)
Como parte do treinamento de voo, os pilotos treinam em um dispositivo de tela plana e em um simulador de voo completo da aeronave, ambos produzidos pela Thales.
“As inovações do 787 nos instigaram a desenvolver um currículo de treinamento mais eficiente, com base nas necessidades de formação de nossos clientes combinada com modernas ferramentas de simulação”, afirmou Sherry Carbary, vice-presidente da divisão Flight Services da Boeing Commercial Airplanes. “Estamos embarcando numa emocionante viagem para fornecer tripulações qualificadas e competentes.” A designação “provisória” será removida assim que o avião estiver completamente certificado.
Atualmente, há oito dispositivos de treinamento em cinco unidades da Boeing em Tóquio (Japão), Cingapura (China), Seattle (EUA) e Gatwick, no Reino Unido. O 787 Dreamliner, principal aposta do fabricante norte-americano na linha das grandes aeronaves, terá em breve a entrega da sua primeira unidade.
Fonte: Brasilturis - Fotos: Divulgação (Boeing) / Aubrey Cohen (seattlepi.com) via Notícias Sobre Aviação
Dreamliner deixou hoje o evento para voltar aos voos de teste.
A despedida do Boeing 787 foi emocionante.Após o término das demonstrações aéreas deste segundo dia, o novo avião da Boeing efetou uma passagem, em voo baixo, pela pista de Farnborough, acompanhado por dois spitfires de Duxford para celebrar a utilização dos motores Rolls-Royce no novo avião.
A despedida do Boeing 787 Dreamliner de Farnborough teve até uma passagem baixa com dois caças Spitfires voando em voo de formação. (Foto: apgphoto)
Assista ao vídeo a apresentação do 787 com os dois caças Spitfires.
Jon Ostrower (aka Flightblogger) faz uma tour pelo Boeing 787 Dreamliner, protótipo ZA003, exposto em Farnborough, durante o Farnborough Air Show 2010.
Construído com material mais leve, avião tem menor consumo de combustível. Nova aeronave da Boeing será exposta em terra até terça-feira (20).
O Boeing 787 batizado Dreamliner aterrissou pela primeira vez neste domingo (18) fora dos Estados Unidos, em Farnborough, perto de Londres, para participar no Salão Aeronáutico que se celebra nessa localidade.
O Boeing 787 com o número de série ZA003 pousou no aeroporto britânico ante a imprensa do mundo todo, que pôde apreciar essa aeronave, a única fabricada com 50% de materiais compostos, e que a tornam mais leve que suas antecessoras.
"É um belo avião. Só posso estar feliz por tê-lo pilotado até aqui, para mostrá-lo ao resto do mundo. Funciona melhor que o Boeing B777", declarou o comandante Mike Bryan.
O comandante explicou que fez diferentes testes nos sistemas de navegação e de comunicação e outros testes habitauis, como, por exemplo, desligar os motores para examinar o funcionamento do avião.
O aparelho, cujo desenvolvimento sofreu atrasos sucessivos, será exposto em terra até terça-feira (20), para ser apresentado aos profissionais da área durante o Salão Aeronáutico de Farnborough. No momento, não está programado nenhum voo de demonstração.
A estreia comercial do Dreamliner foi ofuscada pelo recente anúncio de que a entrega do primeiro aparelho poderá sofrer um novo atraso.
O Dreamliner é fundamental para o futuro da Boeing, que não comercializa nenhum modelo novo de avião de longo percurso há 15 anos, quando lançou o B777. No final de maio, a empresa disse ter 860 pedidos do modelo.
O construtor promete que este novo modelo permitirá poupar 20% de combustível em comparação com os atuais aviões de tamanho comparável e 30% dos custos de manutenção. Além disso, será menos ruidoso e mais confortável para o passageiro.