Mostrando postagens com marcador Exobiologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Exobiologia. Mostrar todas as postagens

'Pode ser a descoberta do século', diz astrônomo brasileiro

Conforme Douglas Galante, descoberta abre portas para a existência de diferentes formas de vida em outros planetas

A bactéria GFAJ-1crescendo no arsênio (Nasa)

A descoberta de uma bactéria que se comporta como um organismo extraterrestre, anunciada nesta quinta-feira pela Nasa, pode ser a conquista mais importante da astrobiologia neste século, de acordo com o astrônomo Douglas Galante, coordenador do laboratório de astrobiologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

“Isso abre portas para a existência de formas de vida em outros planetas que não utilizem os seis elementos básicos da vida na Terra”, afirma. Todas as formas de vida em nosso planeta são baseadas em seis elementos químicos: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Mas a bactéria descoberta por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Astrobiologia da Nasa é capaz de dispensar o fósforo e substituí-lo por arsênio.

Segundo Galante, a própria Terra ainda pode abrigar formas de vida que utilizem outros elementos. “Existem ambientes extremos que são desconhecidos ou não foram estudados o bastante, como as fossas tectônicas, que podem abrigar organismos do gênero.”

Felisa Wolfe-Simon,  pesquisadora chefe do ramo de Astrobiologia da NASA e líder da pesquisa, comentando a descoberta durante conferência de imprensa, hoje em Washington.

A equipe de pesquisadores: Felisa Wolfe-Simon, Mary Voytek, Steven Benner e Pamela Conrad, durante a conferência de imprensa.

Pré-Sal 

O Brasil também deverá ser palco da busca por organismos que se comportem como extraterrestres. De acordo com Galante, um dos ambientes onde esse tipo de microorganismo tem mais chances de existir é a camada de Pré-Sal, a cerca de 7.000 metros de profundidade. “É um ambiente incrível para ser estudado.” Locais com profundidades e pressão muito grandes podem abrigar organismos com estratégias de vida incomuns, como a bactéria tolerante a arsênio - mortal para organismos vivos - achada pela Nasa no Lago Mono, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Fonte: VEJA

Bactéria que come arsênio abre nova perspectiva para vida fora da Terra

Estudo realizado em parceria com a Nasa causou boatos que seria anunciada a descoberta de vida ET

Imagem mostra bactérias da família 'Halomonadaceae', que são compostas, entre outros elementos, por arsênio, elemento químico considerado tóxico a humanos. (Foto: Science / AAAS)

Sinais de que uma bactéria é capaz de substituir o nutriente essencial fósforo por arsênio - um elemento tóxico para a maioria das formas de vida conhecidas - expande o horizonte para a busca de vida fora da Terra, anunciam os cientistas que assinam pesquisa descrita no serviço online da revista Science, o Science Express.

Todas as formas de vida conhecidas até hoje - plantas, animais e micro-organismos - dependem de seis elementos químicos para construir as moléculas que compõem seus corpos: oxigênio, hidrogênio, carbono, fósforo, enxofre e nitrogênio. A bactéria descoberta pela equipe de cientistas liderada por Felisa Wolfe-Simon, da Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, seria a primeira exceção conhecida à regra.

Não se trata de uma exceção trivial: o fósforo faz parte da estrutura do DNA e é um componente do ATP, a molécula usada para transportar energia no metabolismo celular.

Batizado de GFAJ-1, o novo organismo foi encontrado em sedimentos do Lago Mono, da Califórnia. O lago é extremamente salgado e conta com níveis elevados de arsênio, um elemento que fica logo abaixo do fósforo na Tabela Periódica.

"A vida como a conhecemos requer alguns elementos químicos em particular e exclui outros", disse, em nota divulgada pela Universidade Estadual do Arizona, um dos coautores do estudo, Ariel Anbar. "Mas seriam essas as únicas opções? Como a vida poderia ser diferente?"

Um dos princípios da busca por vida em outros planetas, acrescenta Anbar, é que os cientistas devem "seguir os elementos". "O estudo mostra que temos de pensar melhor em que elementos seguir", acredita.

A ideia de que arsênio poderia substituir fósforo já havia sido apresentada por Felisa, Anbar e por Paul Davies - que também assina o artigo na Science Express - em trabalho publicado em 2009 no International Journal of Astrobiology.


"Nós não apenas sugerimos que sistemas bioquímicos análogos aos conhecidos hoje poderiam usar arseniato (composto de arsênio e oxigênio) no papel equivalente do fosfato", diz Felisa. "Mas também que esses organismos poderiam ter evoluído na Terra antiga e persistir em ambientes incomuns até hoje".

A pesquisa foi feita em parceria com a Nasa. O anúncio de que a Science desta semana traria um artigo patrocinado pela agência espacial sobre astrobiologia - a ciência que explora as possibilidades de vida fora da Terra - causou uma onda de boatos na internet, sobre a possível descoberta de alienígenas.

A descoberta

Mono Lake./Henry Bortman.
O Lago Mono fica no leste da Califórnia, limitado a oeste pelas montanhas da Sierra Nevada. O lago alcalino é conhecido por formações incomuns de tufo, um tipo de rocha calcária, assim como por sua hipersalinidade e altas concentrações de arsênio. (Foto: Henry Bortman / Science - setembro de 2010)


Depois de recolher lama do fundo do Lago Mono - que é três vezes mais salgado do que o oceano - os pesquisadores passaram a cultivar, em laboratório, os micróbios extraídos dali, usando uma dieta onde entravam doses crescentes de arsênio.

A taxa de arsênio em relação a fósforo no meio de cultura foi sendo ampliada paulatinamente, com a transferência de populações de bactérias para meios cada vez mais pobres no elemento tradicional da vida e cada vez mais ricas no material tóxico, até um ponto onde qualquer bactéria que ainda estivesse produzindo DNA, ATP e outras moléculas que dependem de fósforo fosse forçada a usar arsênico no lugar - ou morrer.

Quando o microscópio revelou que havia micróbios vivos mesmo no meio de cultura mais concentrado, uma série de análises delicadas foi realizada para determinar se o arsênio estava mesmo sendo utilizado como "material de construção" pelas bactérias.

Os testes revelaram que o arsênio estava realmente dentro das células. Depois, com o uso de material radiativo baseado em arsênio, os cientistas conseguiram encontrar sinais do elemento em fragmentos de moléculas de proteína, gordura e material genético.

Aprofundando a análise, a equipe determinou a presença de arsênio no DNA purificado das bactérias. Testes com raios X de alta intensidade indicaram que o arsênco presente ali estaria cumprindo uma função química, dentro da molécula de DNA, análoga à do fósforo.

Davies, um físico que vem se especializando na questão da busca por vida extraterrestre, acredita que o micróbio GFAJ-1 é apenas "a ponta do iceberg". "Isso tem o potencial de abrir um novo domínio na microbiologia", disse ele, também por meio de nota. Felisa acrescenta: "Se uma coisa na Terra pode fazer algo tão inesperado, o que mais a vida pode fazer que não vimos ainda?"

Outros cientistas, no entanto, preferem manter cautela e esperar por mais provas de que a bactéria faz tudo o que seus descobridores alegam. Ouvido pela revista Science, o microbiólogo Robert Gunsalus, da Universidade da Califórnia, afirma que "ainda há muito a fazer antes de pôr esse micróbio no mapa da biologia".

O anúncio


Os cientistas participam de um grupo de pesquisa financiado pela agência espacial norte-americana (Nasa), que promoveu uma apresentação da descoberta na tarde desta quinta-feira (2). O pronunciamento foi feito após informações sobre a pesquisa terem chegado ao conhecimento público, gerando especulações sobre algum anúncio relacionado a vida extraterrestre.

O fósforo é um dos elementos básicos à vida, encontrado geralmente na forma inorgânica na natureza, como fosfato. Mas uma equipe integrada pelos astrobiólogos Ariel Anbar e Paul Davies publicou um artigo na revista "Science" no qual mostra a existência de uma bactéria inédita, com outra base de composição. A aposta da autora principal do artigo, a cientista Felisa Wolfe-Simon, que já fez parte de grupo de pesquisa liderado por Anbar é de este novo organismo abre margem para novas interpretações sobre os seres vivos, inclusive fora do ambiente terrestre.

O arsênio é conhecido como um elemento químico tóxico ao corpo. Todos os seres vivos são compostos com base em uma combinação de seis elementos químicos: carbono (C), hidrogênio (H), nitrogênio (N), oxigênio (O), fósforo (P) e enxofre (S). São basicamente encontradas em três componentes básicos: DNA (ácido desoxirribonucleico, que contém as informações básicas dos indivíduos vivos), proteínas e gorduras.

Embargo

A divulgação da pesquisa pela Sociedade Americana Para Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês) foi antecipada em duas horas. Inicialmente prevista para 17h desta quinta-feira, mesmo horário da coletiva da Nasa, o trabalho ganhou acesso público por meio da internet às 15h.

Jornalistas e empresas de mídia podem ter acesso antecipado a muitas notícias sobre ciência por meio de um serviço oferecido pela própria instituição, que também é responsável pela edição da Science.


Fontes: O ESTADO DE S PAULO - Agências - WIRED

TV NASA anuncia hoje, ao vivo, descoberta no ramo da Astrobiologia

De olho em novas formas de vida além do Planeta Terra, a NASA convidou a imprensa para anunciar pesquisa nesta quinta-feira, em Washington, às 17h no horário brasieiro.

No comunicado, em inglês, a agência informa que vai discutir na TV NASA uma descoberta em astrobiologia "com consequências para a pesquisa de provas da existência de vida extraterrestre". (Fique ligado no site)

Ainda não há mais detalhes sobre a novidade. Estarão na coletiva Mary Voytek, que dirige o programa de astrobiologia da Nasa, Felisa Wolfe-Simon, pesquisadora em astrobiologia no USGS (Instituto de Geofísica Americano), e Pamela Conrad, astrobióloga do Centro Espacial Goddard da Nasa.

O comunicado original: MEDIA ADVISORY : M10-167


Fontes: ADNEWS - NASA

Busca por extraterrestres deve começar por inteligência artificial, diz astrônomo

Para pesquisador de centro renomado, cientistas deveriam buscar sinais tecnológicos, e não biológicos.


O radiotelescópio de Arecibo, usado na busca por vida extraterrestre/Divulgação

Um astrônomo que trabalha em um centro de pesquisa voltado para achar vida fora da Terra disse que a comunidade que busca por extraterrestres deveria voltar suas atenções para "máquinas pensantes".

Para o astrônomo Seth Shostak, que trabalha no instituto Search for Extraterrestrial Intelligence (Seti, em inglês), na Califórnia, em vez de procurar por sinais biológicos de vida alienígena, os cientistas deveriam buscar indícios de inteligência artificial.

Alguns cientistas do Seti argumentam que em outros planetas, a vida pode ter se desenvolvido seguindo padrões químicos e biológicos completamente distintos dos encontrados na Terra.

No entanto, para outros pesquisadores, algumas leis de bioquímica seriam universais, e os extraterrestres teriam um ciclo de vida semelhante ao humano, com nascimento, procriação e morte. Para esta corrente, também haveria evolução de espécies entre os extraterrestres, exatamente como acontece com a vida na Terra.

Máquinas pensantes

No entanto, para o astrônomo Seth Shostak, em vez de procurar rastros biológicos de vida extraterrestre, os cientistas deveriam concentrar seus esforços na busca por tecnologias alienígenas. Shostak defendeu a ideia em um artigo publicado na revista Acta Astronautica.

"Se você examinar as escalas de tempo no desenvolvimento de tecnologias, em um determinado ponto se inventa o rádio e logo em seguida já se está transmitindo. A partir disso, há uma chance de você ser encontrado por alguém", disse Shostak à BBC.

"Mas cerca de cem anos depois de inventar o rádio - pelo menos se nós formos nos usar como exemplo - você inventa máquinas pensantes. Nós provavelmente faremos isso neste século."

Para John Elliott, pesquisador da universidade britânica Leeds Metropolitan University, o artigo de Shostak segue uma linha de pensamento que é cada vez mais comum entre os pesquisadores do Seti.

"Depois de procurar por sinais por 50 anos, o Seti está percebendo que a forma como a nossa tecnologia evoluiu é provavelmente um bom indicador de como outras civilizações - se elas existem lá fora - estariam progredindo", disse Elliott.

Tanto Shostak como Elliott concordam que encontrar sinais de "máquinas pensantes" pode ser mais difícil do que rastros biológicos extraterrestres, mas eles indicam que há novos caminhos a serem buscados.

Shostak afirma que a inteligência artificial teria uma tendência a se voltar para lugares com muita matéria e energia, as únicas coisas de potencial interesse aos extraterrestres no universo.

Com isso, o Seti deveria voltar seus esforços para estudar o centro das galáxias ou as proximidades de estrelas novas e muito quentes.

"Eu acho que nós poderíamos gastar pelo menos uma porcentagem do nosso tempo buscando em novas direções, que talvez não sejam as mais atraentes em termos biológicos, mas onde talvez algumas máquinas pensantes estejam presentes", escreve Shostak.


Fontes: O ESTADO DE S PAULO - BBC

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails