Após Gol, sindicato quer que outras empresas também mudem escala de tripulantes

O Sindicato Nacional dos Aeronautas quer que todas as companhias aéreas brasileiras adotem um novo sistema de escalas de tripulantes para evitar que funcionários fiquem sobrecarregados.

Segundo o presidente do sindicato, Gelson Fochesato, o novo sistema já foi implantado pela Gol no último fim de semana, e deve amenizar o problema de funcionários com horas de voo acima do previsto por lei.

"O sindicato tem denunciado o problema de excesso de horas trabalhadas pelos funcionários. Nós fizemos reuniões com as companhias, mas apenas a Gol aceitou se reorganizar. Agora o sindicato vai pressionar outras empresas também", acrescentou Fochesato.

Segundo a Infraero (estatal que administra os aeroportos), esse novo sistema de escalas "ocasionou a falta de tripulantes" nos voos da companhia, provocando cancelamento e atrasos. Ontem, a Gol foi a responsável por 70% dos atrasos de todos os voos domésticos. Dos 818 voos da companhia, 430 (52,6%) atrasaram mais de meia hora.

Apesar disso, o presidente do sindicato afirmou que não são esperados novos problemas semelhantes ao de ontem na Gol. "Acreditamos que foi um problema pontual", afirmou Fochesato. A Gol disse ainda ontem que o problema foi agravado pelo tráfego aéreo intenso.

GREVE

Fochesato afirmou ainda nesta terça-feira que desconhece qualquer mobilização de greve entre tripulantes. "Ninguém nos procurou para tratar sobre uma possível greve. Não sabemos nada sobre isso".

A possível paralisação foi informada por funcionários da Gol. A greve está sendo discutida via e-mail desde pelo menos a semana passada, quando começou a circular entre os funcionários uma carta aberta ao presidente da empresa, Constantino de Oliveira Júnior. Uma cópia foi enviada à Folha.

Na carta, funcionários reivindicam aumento salarial de 25%, além de "escalas mais humanas", planos de saúde e de previdência privada pagos pela empresa e a implantação de um plano de carreira. Procurados pela Folha, funcionários da Gol no aeroporto de Congonhas, que não quiseram se identificar, confirmaram a possibilidade da paralisação.

Fonte: FOLHA - FERNANDA PEREIRA NEVES

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