Aeronáutica localiza no Atlântico peças internas do Airbus da Air France


C-105 da Força Aérea brasileira retorna a Fernando de Noronha após buscas por destroços do avião da Air France

O ministro de Defesa do Brasil, Nelson Jobim, anunciou nesta quarta-feira que foram localizadas peças internas do Airbus que fazia o voo 447 da Air France, desaparecido desde a noite de domingo (31) no oceano Atlântico. Segundo o ministro, as peças não deixam dúvidas sobre a queda do avião.

"Não há mais dúvida da situação de queda neste local", disse Jobim. O ministro enfatizou que não foram localizados corpos e nem mesmo sobreviventes.

Equipes da Aeronáutica avistaram manchas de óleo, peças metálicas, objetos azuis triangulares e objetos brancos --que seriam da parte interna da aeronave.

Segundo o ministro, foram localizadas duas trilhas de destroços, espalhados por uma grande área.

Óleo no mar indica que não houve explosão do avião, diz Jobim

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta quarta-feira, 3, que a presença de óleo no oceano indica que não houve explosão do Airbus da Air France, segundo informações da Reuters. Uma mancha com cerca de 20 quilômetros foi localizada nesta quarta por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), além de uma peça de sete metros de diâmetro e pequenos objetos metálicos flutuando. Os novos pontos foram vistos a 90 quilômetros ao sul dos primeiros vestígios, a cerca de 650 quilômetros de Fernando Noronha.

Mais quatro embarcações estão previstas para chegar ao local onde foram vistos os destroços do Airbus entre hoje e domingo. Desde a manhã desta quarta-feira, três navios - o Grajaú, um de bandeira holandesa e outro francesa -,estão na região mas ainda não acharam nada, segundo resultado parcial das buscas divulgado pela Marinha do Brasil esta tarde. As buscas se concentram numa área circular com raio de 120 milhas náuticas.

O Grajaú chegou na manhã desta quarta-feira, 3, ao ponto do Oceano Atlântico onde foram localizadas partes do avião francês - a cerca de 1.100 km na direção nordeste de Natal, no Rio Grande do Norte. Segundo a Marinha, a visibilidade na região é regular e há chuvas esparsas.

A corveta Caboclo partiu de Maceió, em Alagoas, às 10 horas de segunda, 1º, e também já chegou ao local. O navio, além de ajudar na operação para encontrar os destroços, reabastecerá o Grajaú. A fragata Constituição, que transporta uma aeronave Lynx, saiu de Salvador, na Bahia, às 15 horas de segunda, e a previsão é que esteja na área de buscas até as 6 horas da manhã de quinta.

A fragata Bosísio e o navio-tanque Gastão Motta deixaram o Rio na terça, 2. A previsão é que se juntem aos demais navios no sábado, 6, e no domingo, 7, respectivamente. Um terceiro navio mercante, também de bandeira holandesa, recebeu autorização para deixar a área de busca às 11 horas desta quarta por falta de combustível.

Segundo o coronel da Aeronáutica Jorge Amaral, da FAB, cinco aeronaves decolaram na madrugada da Base Aérea de Natal para a área onde os destroços foram encontrados. Ao todo, 11 aeronaves estão mobilizadas tanto em Natal quanto Fernando de Noronha.

Em rápida conversa com a imprensa, Amaral negou rumores de que já teriam sido identificados corpos na região. Ele disse, também que a Aeronáutica não tem como afirmar nada a respeito de alterações no plano de voo do avião da Air France, como foi chegou a ser divulgado hoje por um jornal "Ainda não temos como afirmar nada com relação a alteração do plano de voo do avião", disse o coronel.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o representante do Escritório de Investigações de Acidentes da Aviação Civil da França (BEA), Paul Louis Arslanian, afirmou que a França, que conduzirá as investigações sobre as causas da queda, "não está muito otimista" sobre a possibilidade de encontrar as caixas-pretas. O porta-voz afirmou que no final de junho tentarão publicar um primeiro relatório sobre o acidente.

As caixas pretas são dispositivos que guardam informações sobre o voo e sobre a comunicação entre os pilotos e são usadas para ajudar nas investigações sobre acidentes. O resgate das duas caixas pretas do avião da Air France pode ser dificultado pela profundidade do mar no local da queda, que poderia chegar a 4 mil metros. Mesmo submersas, as caixas pretas emitiriam um sinal que ajudaria em sua localização, mas apenas durante um período de 30 dias.

Local das buscas

De acordo com o ministro Jobim, o primeiro contato visual de destroços foi feito por um avião da Força Aérea Brasileira dotado de sensores (R-99), que detectou restos do avião por volta da 1 hora de terça-feira. Às 5h37, outra aeronave da FAB, um Hércules C-130, visualizou manchas de óleo. Às 6h49, foi identificada uma poltrona de avião. Por último, às 12h30, o C-130 detectou um rastro de vestígios. "Cinco quilômetros de materiais não é de se supor que a maré tenha reunido. A existência da poltrona, do óleo, a identificação do R-99 e agora, complementando, os cinco quilômetros (de destroços), nos permite ter uma posição de que isso é do Airbus da Air France", lamentou.

De acordo com Jobim, não foram visualizados corpos. Jobim ressaltou que as buscas prosseguem numa área de 9.785 km², mas evitou falar em eventuais sobreviventes. "Não trabalho com hipóteses, mas com resultados empíricos", afirmou. Entre os vestígios observados, havia um bote salva-vidas aberto. "Por isso não podemos descartar essa possibilidade (de encontrar sobreviventes). Existiam quatro botes no voo e, se só um foi avistado, outros podem estar perdidos no mar", disse um tenente ao Estado, que pediu para não ser identificado. Há ainda a possibilidade de que os botes tenham se desprendido dos bancos na queda.


Mancha de óleo no mar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails