Aeronáutica localiza mais destroços do Airbus da Air France no Atlântico
A Aeronáutica informou na manhã desta quinta-feira que o avião-radar R-99 identificou no oceano Atlântico novos pontos de destroços do Airbus da Air France que fazia o voo 447 e caiu no último domingo (31), quando seguia do Rio para Paris.
Nesta quinta, os destroços foram encontrados a sudoeste do arquipélago de São Pedro e São Paulo. Em nota, o Comando da Aeronáutica afirma que, durante a madrugada, outras cinco aeronaves militares decolaram de Natal (RN) com destino à área de buscas --três C-130 Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira), um P-3 Orion da Força Aérea dos Estados Unidos e um Falcon 50 francês.
"Pela primeira vez durante a operação, o helicóptero H-60 Black Hawk, baseado em Fernando de Noronha (PE), participa das missões de busca a 110 km a nordeste desse arquipélago", informa a nota.
As três embarcações mercantes que auxiliavam as buscas aos destroços deixaram a região, e os trabalhos para resgate das peças agora se concentram nos três navios da Marinha brasileira. Os objetos identificados pela Aeronáutica ainda não foram resgatados.
Segundo a Marinha, as três embarcações da marinha mercante (dois de bandeira holandesa e um de bandeira francesa) tiveram problemas logísticos --um dos navios de bandeira holandesa iria ficar sem combustível se permanecesse nas águas próximas aos destroços.
O brigadeiro Ramon Borges Carlos, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, disse que essa aeronave foi vasculhar um ponto localizado pelo R-99. "Os helicópteros ainda não estão sendo usados para fazer o resgate do material dos navios", afirmou ele, que participou de uma entrevista, no Recife. "O que estamos fazendo é utilizar os barcos para fazer o resgate e, a partir do momento que tiver uma quantidade considerável, vamos utilizar helicópteros para fazer o transporte até Noronha."
Ele disse que, entre os destroços encontrados, estão partes interna e externa do Airbus. "Foram encontrados alguns pedaços marrons, brancos e dois amarelos e isso não corresponde à parte externa da aeronave e sim à interna, à parte que nós temos depósito de bagagens, cadeiras e materiais de cobertura. É esse equipamento que está sendo avistado."
Cardoso diz que as equipes já estão trabalhando no recolhimento do material indicado pelas aeronaves. "Até ontem [quarta], a nossa preocupação maior era encontrar os corpos, antes de recolher as peças. Mesmo passando pelos locais onde vimos os destroços, nós não parávamos o navio. Hoje, então, podemos colocar os dois trabalhos no mesmo nível de interesse."
Diretor do Dep. de Controle do Espaço Aéreo fala sobre buscas por destroços do voo 447
Área de buscas
O brigadeiro afirmou que a área de busca foi reduzida para 6 mil quilômetros quadrados, por causa da concentração de destroços. Antes, as equipes chegaram a vasculhar 9,7 mil quilômetros quadrados.
A Marinha informou que três navios brasileiros estão na região onde foram encontrados destroços na terça-feira (2). Cardoso diz que a visibilidade está "um pouco" restrita nesta manhã, com chuvas esparsas e teto baixo, mas o trabalho de busca continua sendo feito, normalmente, inclusive pelas aeronaves.
Segundo a Marinha, as buscas por possíveis sobreviventes, corpos e destroços do Airbus serão feitas por um total de cinco navios brasileiros. Os últimos têm previsão de chagada ao local no sábado (6). "Há uma demora na chegada, porque as distâncias são relativamente grandes, aproximadamente 80 a 100 quilômetros que os barcos têm que se dirigir para chegar até lá [locais onde os destroços foram avistados]", disse o brigadeiro Cardoso, na entrevista.
Equipes e prioridade
O brigadeiro afirma que cerca de 150 pessoas participam das atividades de resgate, incluindo equipes que estão em Natal, no Recife e em Fernando de Noronha. "Estávamos dando uma prioridade para corpos mas, como não estamos encontrando, não podemos aguardar mais tempo para recolher destroços. Vamos começar a fazer as duas coisas ao mesmo tempo", afirmou.
Ele reiterou que não há previsão de término dos trabalhos. "Hoje, em Fernando de Noronha, já colocamos uma quantidade grande de equipamentos e material para atender a todas as equipes que participam da busca", disse Cardoso. "Também estamos trabalhando com a parte de alimentação e alojamento, para que eles possam ficar no arquipélago."
Passageiros
As peças retiradas da água devem ser encaminhadas aos técnicos franceses, responsáveis pelas investigações sobre as causas do acidente. No avião, estavam 228 pessoas, incluindo passageiros e tripulantes.
Veja novas imagens da busca pelo Airbus
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