A Marinha do Brasil assinou um contrato de US $ 140 milhões com a Embraer, no último dia 14 de abril, para a modernização de uma frota de 12 caça-bombardeiros em um prazo de cinco anos. A assinatura do acordo, que contou com a presença do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do Comandante da Aeronáutica, Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto, aconteceu no primeiro dia da LAAD 2009 (’Latin América Aero & Defense’), feira bienal do setor de defesa, que aconteceu no Rio de Janeiro entre 14 e 17 de abril. É o primeiro contrato da história da Embraer celebrado com a Marinha do Brasil.
Pelos termos do acordo a Embraer realizará a modernização de doze aeronaves conhecidas como A-4 Skyhawk, nove do modelo AF-1, e três do modelo AF-1A, que são operados a partir do navio-aeródromo São Paulo. O acordo firmado vai envolver também a adaptação de três aviões ’Grumman S-2 Tracker’, para uso também a bordo do São Paulo. O navio-aeródromo São Paulo, capitania da frota da Marinha, está hoje em processo de reformas, no qual deverá receber atualização parcial.
Os caças subsônicos A-4 Skyhawk da Marinha do Brasil são da última geração do lote produzido pela empresa norte-americana McDonell Douglas. Eles são um tipo de aeronave fabricada desde a década de 1950. Os aviões brasileiros participaram de missões de combate na Operação Tempestade do Deserto, no início de 1991, durante a primeira guerra EUA-Iraque.
Em 2000 a Marinha comprou vinte e três aviões A-4 Shyhawk veteranos de guerra, por US$ 70 milhões. O modelo AF-1 é monoposto, destinado a um só piloto, e o modelo AF-1A é biposto, para dois pilotos e destina-se a treinamento. A frota adquirida pela Marinha era de vinte aviões monopostos e três bipostos.
Os pilotos do A-4 Skyhawk não decolam diretamente do navio-aeródromo. Com a sua turbina no limite máximo, eles são disparados por catapultas a vapor, que aceleram da imobilidade até além de 260 km/h, em pouco mais de 200 metros. O avião voa a 1.100 km/h e tem alcance de 3.220 km.
Sem poder investir na revitalização dos jatos, devido a problemas orçamentários, a Marinha foi forçada a desativá-los gradativamente. Consta que em março de 2009, apenas uma das aeronaves estava em condição de vôo.
O acordo firmado com a Embraer compreende a recuperação de doze aeronaves e de seus sistemas atuais, além da implantação de novos aviônicos, radar, geração elétrica e sistema autônomo de geração de oxigênio. Os caças poderão também atuar com bombas guiadas.
A Estratégia Nacional de Defesa (Decreto 6.703, de 18 de dezembro de 2008) configura entre as principais vulnerabilidades da atual estrutura de Defesa do país, a "obsolescência da maioria dos equipamentos das Forças Armadas". O contrato firmado entre a Marinha do Brasil e a EMBRAER para modernização de caça-bombardeiros embarcados, juntamente com a recuperação do navio-aeródromo São Paulo por certo devolverão à força aeronaval brasileira a sua capacidade de executar as diversas missões do interesse da nossa defesa.
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