Helicóptero cai em galpão e deixa 2 mortos na zona oeste de SP

 Helicóptero cai e mata 2 em São Paulo


 Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar socorro (Foto: Reprodução/TV Globo)

 Um helicóptero caiu na manhã desta quarta-feira na região da Água Branca, na zona oeste de São Paulo. Segundo os bombeiros, duas pessoas estavam na aeronave e morreram em decorrência do acidente.

Segundo informações iniciais, os ocupantes haviam decolado do aeroporto Campo de Marte, na zona norte, e faziam um voo de instrução. As vítimas são o aluno Denis Thomazi, 32, e o instrutor Maílson Rocha Lopes, 23.

Segundo a assessoria da PM, o helicóptero caiu por volta das 10h20 em um galpão localizado na rua Guaicurus, perto da rua Carijós. Catorze carros dos bombeiros foram deslocados para o local, além de carros do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e um helicóptero Águia, da PM. A Defesa Civil também está no local.

Segundo o comandante do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros, coronel José Luiz Borges, a aeronave modelo Robinson 22 se partiu na queda --a cauda ficou no telhado e a cabine caiu dentro do galpão. As vítimas foram encontradas com parada cardiorrespiratória, foi iniciado procedimento de reanimação, mas eles morreram ainda no local.

O galpão pertence a uma empresa de logística, que armazenava bobinas de aço. No momento do acidente havia cerca de 20 funcionários trabalhando do lado de fora do galpão.

O coordenador da Defesa Civil municipal, Jair Paca de Lima, esteve no local e afirmou que a queda afetou apenas o teto do galpão e que não houve danos na estrutura. Ele afirmou ainda que, aparentemente, o piloto tentou fazer um pouso de emergência.

Informações preliminares apontam que os dois tripulantes eram habilitados como pilotos e o voo de instrução acontecia porque um deles pretendia mudar de categoria.

O local do acidente fica próximo da estação Água Branca da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), mas não houve interrupção na circulação dos trens.

O helicóptero pertence à escola Go Air, que ainda não se manifestou sobre o acidente. Ele será investigado pela Aeronáutica. Equipes da perícia da Polícia Civil e da Aeronáutica já estavam no local por volta das 12h20.




Peritos analisando a cena do acidente/Robson Ventura/Folhapres
Barulho

O polidor Rodrigo Fernando de Brito, que trabalha em frente ao galpão, disse que escutou um barulho forte no momento do acidente. "Achei que fosse um caminhão batendo num poste", disse.

Ele contou que, ao perceber a queda, saiu correndo e entrou no galpão. Encontrou a cabine do helicóptero muito amassada, com as duas vítimas ainda sentadas, presas a ferragens. Em seguida, chegou o resgate.

Edjany Santos, vizinha do galpão, também ficou assustada. "Eu estava na cozinha quando escutei um barulho forte. Parecia um carro em alta velocidade. Depois veio um estrondo que estremeceu toda a casa. Quando soube que era um helicóptero, comecei a tremer. Podia ter caído aqui."



Testemunhas que viram a queda do helicóptero disseram que a aeronave fazia barulho forte e que o piloto “parecia buscar algum lugar para amortecer a queda”. O vendedor Sérgio Antônio de Souza, de 47 anos, que trabalhava em uma loja de motos aquáticas ao lado do local do acidente, viu o momento em que a aeronave começou a cair. “A hélice de cima estava perdendo velocidade e ele estava caindo com muita velocidade. Parecia que ele estava procurando algum lugar para amortecer a queda”, disse. O impacto, no entanto, foi muito forte.

Já o motorista João Gaspar aguardava no galpão para carregar seu caminhão. No momento em que deixava o veículo para ir até a portaria, ele escutou o barulho da aeronave perdendo força. “Eu olhei para cima e ele já estava caindo. Nós viemos para portaria e ele acabou de cair”, declarou. Segundo ele, o motor do helicóptero já tinha parado uma vez antes da queda, mas o piloto conseguiu retomar o controle. A aeronave só caiu quando o motor falhou pela segunda vez. Logo depois da queda, ele entrou no galpão e conseguiu ver um dos ocupantes ainda respirando.

Mais Informações

Irmão de Mailson,  o capitão da Polícia Militar Mauro Rocha Lopes esteve no Instituto Médico-Legal (IML)  para acompanhar a perícia no corpo do irmão.

Mailson, que deixa um filho de 5 anos, havia iniciado cursos de pilotagem há cerca de um ano e há dois meses era instrutor da Go Air. De acordo com o irmão, ele dava aulas no momento do acidente.

“É muito triste. Ele era tão jovem, estava começando tudo agora. Tinha um filho de 5 anos que acabou de fazer aniversário. Mas acredito que tenha sido uma fatalidade. Ele comentava que as aeronaves passavam por manutenção dentro dos prazos determinados. Só que o helicóptero é uma máquina, pode falhar”, afirmou Mauro.

Ainda muito abalado com a perda do irmão, o capitão da PM aguarda definições da família para determinar o local e o horário do velório do irmão. Os corpos de Mailson e de Denis deram entrada no IML no início da tarde.

Traumatismo

Segundo o comandante do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros, José Luiz Borges, os ocupantes da aeronave sofreram politraumatismo. Com a queda, um buraco foi aberto no telhado. A cauda da aeronave se partiu e ficou do lado de fora do galpão.

A aeronave pertence à Master Escola de Aviação Civil, que também é conhecida como Go Air. Ao G1, a empresa confirmou apenas que se tratava de um voo de instrução. Ainda não há informações sobre as causas do acidente nem se o piloto alertou à torre de comando sobre algum problema antes da colisão.

O coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Paca de Lima, e vizinhos afirmam que no galpão onde aconteceu a queda funciona uma empresa de bobinas de metal. No momento do acidente, ninguém estava no local e não houve feridos. Lima diz que a estrutura do galpão não foi comprometida e deve ser liberado logo após a remoção dos corpos e o trabalho da perícia.
  
'Abalada'

A Go Air disse estar "profundamente abalada" e que lamenta o acidente que vitimou Mailson e o aluno Denis. A empresa explica que a aeronave decolou do Campo de Marte para realizar trajeto de 15 minutos até a área de instrução. Após o treinamento, no regresso, a aeronave perdeu o contato via rádio com a Torre de Controle por volta das 10h20. O voo foi planejado para uma duração de uma hora e havia combustível suficiente para duas horas de operação. A manutenção da aeronave estava em dia e de acordo com os registros oficias. O helicóptero havia partido do Campo de Marte às 9h19, segundo a Infraero.

A Go Air disse que está prestando todo o apoio e suporte necessários aos familiares das vítimas e irá acompanhar a investigação. As operações da empresa foram suspensas em luto de três dias.

A Asssociação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe) divulgou nota dizendo lamentar o acidente. As vítimas era associados da entidade. Segundo o órgão, o acidente ocorreu durante o trajeto de volta da aula de instrução realizada fora da área urbana de São Paulo. Para a Abraphe, o acidente foi "uma fatalidade" diante dos índices que remetem à queda no número de acidentes com helicóptero no país. Segundo dados coletados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), até junho deste ano foram quatro acidentes envolvendo helicópteros no Brasil, sendo um fatal. Em todo o ano de 2011 foram 27

A Abraphe diz atuar na prevenção de acidentes promovendo campanhas e disseminando informações aos pilotos.





 Galpão onde caiu o helicóptero Robinson 22 na manhã desta quarta-feira/Lilo Barros/Folhapress


 Rombo feito pela queda do helicóptero/ Reprodução/Record


 Peça do helicóptero/Daia Oliver/R7


 Parte principal do helicóptero/R7 



Fontes: FOLHA DE S PAULO - O ESTADO DE SPAULO - G1 - R7

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