Justiça aumenta indenizações. França prestes a iniciar resgate dos corpos
Em decisão inédita, a Justiça aumentou de R$ 1,22 milhão para R$ 1,4 milhão o valor da indenização por danos morais devida pela Air France à família de uma vítima do acidente no voo 447, em 2009. Na ocasião, 228 pessoas morreram.
A decisão desta quarta-feira, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), foi a primeira tomada por um colegiado --as outras ações ainda não chegaram à segunda instância.
A psicóloga Luciana Clarkson Seba, 31, viajava com o marido e os sogros. Iria passear e visitar uma cunhada na França. Todos morreram e nenhum corpo foi localizado.
Em decisão anterior, de primeira instância, a Justiça havia ordenado, como indenização por dano moral, o pagamento de R$ 510 mil a cada um dos pais e R$ 100 mil a cada uma das duas avós.
Houve dois recursos --a Air France pediu a redução da quantia e a família de Luciana, o aumento do valor.
A 11ª Câmara Cível do TJ-RJ negou o recurso da empresa de aviação e atendeu parcialmente a família da vítima, aumentando para R$ 600 mil a indenização a cada pai e R$ 200 mil a cada avó.
Outra discussão envolvia uma pensão cobrada pela família da vítima à mãe dela. Segundo o advogado da família, João Tancredo, Luciana dava à mãe parte de seu rendimento mensal, de R$ 18 mil. A Justiça já havia determinado o pagamento de R$ 5.000 mensais pela empresa de aviação à mãe da vítima, até a morte da mãe ou até a data em que a filha completaria 70 anos. Essa pensão não foi alterada pela decisão de ontem.
Ainda cabe recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). A Air France não se manifestou, mas o advogado da família já informou que vai recorrer.
RESGATE
A operação para resgatar os corpos dos passageiros do voo 447 da Air France começou nesta quarta-feira.
Ontem (3), a agência francesa noticiou que a equipe mantém prudência sobre os resultados da operação, principalmente devido ao fato de que os corpos das vítimas da tragédia passaram muito tempo submersos.
As causas do acidente com o Airbus A330 podem ser esclarecidas após a análise das duas caixas-pretas recuperadas domingo (1º) e segunda-feira.
De acordo com Jean-Paul Troadec, diretor do BEA, a caixa-preta com as conversas na cabine do avião "está inteira". "O chassi, o módulo e o cilindro estão lá. Globalmente, o aspecto externo está correto, em bom estado", afirmou.
Começa operação para recuperar corpos das vítimas do voo 447
A operação para resgatar os corpos dos passageiros do voo 447 da Air France, que caiu no oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo, começou nesta quarta-feira, informou a agência de notícias France Presse. O acidente aconteceu em 2009, no trajeto entre Rio-Paris.
De acordo com a agência, uma pessoa ligada à operação do BEA (Birô de Investigações e Análises), órgão do governo francês responsável pela investigação do acidente, afirmou que, por enquanto, nenhum corpo foi resgatado.
Ontem (3), a agência francesa noticiou que a equipe mantém prudência sobre os resultados da operação, principalmente devido ao fato de que os corpos das vítimas da tragédia passaram muito tempo submersos.
As causas do acidente com o Airbus A330 podem ser esclarecidas após a análise das duas caixas-pretas recuperadas domingo (1º) e segunda-feira.
CORPOS
Em seus últimos comunicados, o BEA não citou se os corpos das vítimas da tragédia seriam resgatados.
Em abril, a Aeronáutica afirmou que o governo francês iria buscar os corpos, mas que ainda não havia informações sobre a possibilidade do resgate.
A Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 da Air France, porém, disse que durante reunião com o BEA ficou decidido que os corpos não seriam resgatados, o que provocou protestos por parte dos parentes.
MERGULHO
O primeiro mergulho do robô em busca dos destroços do voo, localizados no começo de abril, foi realizado na manhã do dia 26 e durou mais de 12 horas. O navio francês Ile de Sein está na área do acidente, a mais de mil km da costa brasileira.
De acordo com o BEA, 68 pessoas estão a bordo do navio, incluindo a tripulação. Entre eles estão nove operadores do robô submarino, técnicos da empresa americana Phoenix International, proprietária dos equipamentos, e membros do BEA.
O coronel Luís Cláudio Lupoli, da Força Aérea Brasileira, também está a bordo do navio. Ele é o representante brasileiro na comissão de investigação do acidente.
Até o momento, os motivos da tragédia não foram explicados. Os investigadores franceses determinaram que houve falha nas sondas de velocidade da aeronave, chamadas pitot, mas consideraram que essa avaria não bastaria para explicar o acidente.
Fonte: FÁBIO GRELLET/FOLHA DE S PAULO - AFP
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