Avião militar Mirage, da Força Aérea da Líbia, no Aeoporto Internacional de Malta, nesta segunda-feira (21/02) (Foto: Darrin Zammit Lupi / Reuters)
Pilotos de dois aviões da Força Aérea líbia aterrissaram nesta segunda-feira (21) no Aeroporto Internacional de Malta, na capital Valletta, e disseram que desertaram das forças aéreas do país para não atender à ordem de bombardear os manifestantes antigoverno no país, informou o governo maltês.
Os dois pilotos disseram que decidiram voar para Malta após receberem ordens para atacar manifestantes em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, epicentro dos protestos contra o regime de Muammar Gaddafi.
Ambos coroneis das forças armadas, os dois partiram de uma base militar próxima à capital Líbia, Trípoli. Um deles já solicitou asilo político em Malta, disse o governo.
Segundo a emissora Al Jazeera, aeronaves militares atacaram uma multidão de manifestantes antigoverno em Trípoli, deixando ao menos 250 mortos.
De acordo com a agência de notícias France Presse, outros dois helicópteros civis também aterrissaram em Malta nesta segunda com sete pessoas a bordo.
Os helicópteros não contavam com a autorização de sair da Líbia, por isso suspeita-se de que tenham fugido desse país em função dos protestos que sacodem a região.
Autoridades do governo disseram que os helicópteros deixaram a Líbia sem autorização das autoridades locais, e que só um dos sete passageiros - que afirmam ser cidadãos franceses - tinha passaporte.
A chancelaria francesa disse que estava analisando o caso.
BOMBARDEIOS
O governo de Gaddafi voltou a reprimir duramente os manifestantes que pedem sua renúncia e atacou, com aviões militares que dispararam munição real, multidões que se reuniram na capital da Líbia, Trípoli, para protestar, informou nesta segunda-feira a emissora de TV árabe Al Jazeera. Segundo especialistas, a ação poderia significar que o regime do ditador está perto do fim.
A informação foi passada por um cidadão líbio, Soula al Balaazi --que se diz um ativista da oposição--, que afirmou à TV por telefone que aviões de guerra da força aérea do país bombardeou "alguns locais de Trípoli".
No entanto, não foi possível confirmar a informação de forma independente.
Um analista da consultoria Control Risks, com sede em Londres, disse que o uso de aviões militares contra seu próprio povo indica que o fim pode estar próximo para Gaddafi.
"Isso realmente parecem ser atos derradeiros, desesperados. Se você está bombeando sua própria capital, é realmente difícil ver como você pode sobreviver", afirmou Julien Barnes-Dacey, analista da consultoria para o Oriente Médio.
"Na Líbia, mais do que em qualquer outro país da região, há um prospecto de violência grave e conflito aberto."
Piloto da força aérea líbia caminha perto de jato Mirage que pousou no aeroporto internacional de Malta/Darrin Zammit Lupi/Reuters
Fontes: G1- FOLHA - Agências
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