Qantas diz que voar o A380 nas atuais limitações dá prejuízo.

Qantas diz que voar o A380 na rota Sydney -Los Angeles, dentro das limitações recomendas pela Rolls-Royce, inviabiliza economicamente, a operação.

Airbus A380 da Qantas, no Aeroporto Kingford Smith, em Sydney.

A Qantas Airways, não conseguirá operar com lucro ,seus Airbus A380 dotados de turbinas Rolls-Royce Trent 900, na rota Sydney-Los Angeles, informou a cia aérea em um comunicado à Rolls-Royce.

A cia aérea australiana, deu entrada em ação reclamatória, contra a fabricante das turbinas, em uma côrte australiana, em 2 de dezembro. Na ação, a cia aérea declara que na rota Sydiney-Los Angeles, somente poderia transportar 80 passageiros, contra os 450 que a aeronave pode transportar, devido às limitações de potência das turbinas, sugeridas pela Rolls-Royce.

A Qantasdeu entrada na ação, um mês após um de seus Airbus A380 ter sofrido uma falha quase catastrófica de uma das turbinas,em 4 de novembro, o que resultou em um pouso de emergência em Singapura. A côrte concedeu à Qantas, uma injunção, que dá à cia aérea o direito de processar a Rolls-Royce, caso ambas as empresas não cheguem a um acordo comercial.

Nos documentos entregues à justiça, a Qantas alega que foi aconselhada pela Rolls-Royce, a não utilizar as turbinas Trent 900,  modelos B e C,caso já tenham operando mais de 75 vezes em potência máxima de 72 mil libras.

A Rolls-Royce recomendou medidas visando ´´minimizar a severidade da operação da turbina´´, e teria ainda, aconselhado a Qantas, que as turbinas modelo A não devem ser utilizadas de forma alguma.

Ocorre que para operar dentros da limitações sugeridas pela Rolls-Royce, a Qantas não poderia transportar mais que 30 toneladas de carga, caso por exemplo, decolasse do Aeroporto Internacional de Los Angeles, pela pista 25L, ou 20 toneladas, se decolasse pela pista 24L que é mais curta.

Tais limitações ,não permitem que a operação seja lucrativa, pois poderia apenas transportar 80 passageiros por voo, nesta rota. Na verdade, a cia aérea estaria pagando para voar.

Antes do incidente de 4 de novembro, um voo típico entre Los Angeles e Sydney,  utilizando-se o Airbus A380,transportava 450 passageiros e carga, informa a cia aérea.

A Qantas alega na reclamação entregue à corte, que a Rolls-Royce, quando da apresentação das capacidades técnicas das turbinas, ´´poderia ter propositamente, levando à Qantas à uma avaliação errada sobre as mesmas, ou que talvez tenha tido a intenção de enganar.´´

A cia aérea declara também que a Rolls-Royce ,teria ´´garantido que as turbinas Trent 900 poderiam operar regularmente e de forma confiável em todas as rotas da Qantas, incluindo a rota à Los Angeles e com lucro operacional. A Rolls Royce, teria garantido ainda que as turbinas jamais teriam que ser substituidas durante sua vida operacional.´´

De acordo com a Qantas, os manuais fornecidos pela Rolls-Royce, indicam que no caso das turbinas Trent 900, as modelo ´´A´´ teriam um cíclo de vida de 2000 cíclos de voo e as do modelo ´´B´´ 14.800 cíclos. As do modelo ´´C´´teriam um ciclo de vida ilimitado.

Alegando negligência por parte da Rolls-Royce em suas responsabilidades, a cia áerea, afirma que a fabricante das turbinas ´´deveria´´ saber que o aspecto mais importante levado em conta no caso da aquisição do Airbus A380, tem a ver com a capacidade de carga que ele pode transportar na rota Sydney-Los Angeles.´´

A Rolls-Royce foi procurada para comentar as acusações da Qantas e por meio de uma porta-voz, declarou: ´´ Continuamos a trabalhar com a Qantas, na solução dos aspectos operacionais e econômicos, mas comentários adicionais não são recomendáveis no momento.´´

O porta-voz da Qantas, por sua vez, declara que ´´ não há prazo sobre quando a Rolls-Royce poderia fornecer assessoria adicional´´, em relação aos voos para Los Angeles. ´´ Estamos desejosos de reiniciar os voos na rota, mas somente assim faremos quando estivermos confiantes que a operação seja segura. Obviamente, quaisquer informações adicionais fornecidas pela Rolls-Royce, terão um impacto crítico neste processo.´´

Fonte: Ghim-Lay Yeo / Air Transport Intelligence News
Tradução e edição: AIRKRANE/Jack

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