Greve no natal causaria um verdadeiro caos
Após o fracasso nas negociações com o sindicato que representa as companhias aéreas, aeronautas realizam nesta quinta-feira (16) assembleias para tratar da greve nacional convocada para o dia 23 de dezembro, antevéspera do Natal.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), haverá assembleias no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Recife, Belém e em outras representações do sindicato.
A paralisação foi convocada conjuntamente entre aeronautas (que trabalham em voo) e aeroviários (funcionários que atuam em solo). As categorias reivindicam, respectivamente, aumento salarial de 15% e 13%, enquanto as empresas oferecem 6,08%. “A participação nas assembleias de hoje é que vai definir se a greve vai acontecer de fato. A categoria está muito descontente”, afirma Carlos Camacho, diretor do SNA.
O indicativo de entrar em greve já havia sido decidido em assembleias anteriores das categorias. Se realmente ocorrer, será a primeira vez que aeronautas e aeroviários paralisam conjuntamente, em nível nacional. De acordo com Camacho, as categorias respeitarão a legislação que prevê pelo menos 30% do pessoal trabalhando.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores reivindicam um aumento de 30% sobre o piso. O percentual oferecido pelas empresas tem como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), a proposta não será aumentada. As empresas querem ainda alterar a data-base das categorias de 1º de dezembro para 1º de abril, o que os trabalhadores rejeitam.
Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, afirmou que a categoria não planeja fazer manifestações públicas como a do dia 8 de dezembro, que chegou a fechar totalmente a avenida Vinte de Janeiro, via de acesso ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, o que causou enorme congestionamento na região.
"Quando se define uma greve, não há razão para organizar manifestações. Vamos cumprir o que manda a lei. Organizar tudo e comunicar as empresas aéreas com 72 horas de antecedência", disse. Os aeroviários também realizarão assembleias nos Estados para tratar da greve convocada.
De acordo com o Snea, as companhias aéreas não trabalham com a hipótese de haver uma greve de fato. A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que as empresas precisam informar em tempo hábil os passageiros sobre eventuais cancelamentos decorrentes da greve e reembolsar o valor integral da passagem.
Caso não consiga entrar em contato com o usuário, as companhias aéreas são obrigadas a garantir alimentação, meios de comunicação, transporte e hospedagem aos clientes prejudicados.
Fonte: Guilherme Balza /UOL
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