O Ministério Público e Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investigam policiais civis e federais suspeitos de fazer boletins de ocorrência relacionados a postos de gasolina de forma irregular na delegacia do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
A informação foi confirmada nesta quinta-feira (4) pelas assessorias de imprensa da Promotoria e da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo após reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, que informa que “boletins falsos eram usados para extorquir dinheiro de donos de postos de gasolina”. As assessorias dos órgãos, no entanto, não entraram em detalhes sobre as investigações.
Ainda segundo a Folha, “um delegado, dez policiais civis e cinco policiais federais são investigados sob a suspeita de forjar boletins de ocorrência para extorquir dinheiro de donos de postos de combustível. As ocorrências falsas eram registradas na delegacia da Polícia Civil no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos”.
De acordo com a reportagem do jornal, “funcionários do aeroporto recebiam de R$ 100 a R$ 300 para registrar boletins de ocorrência previamente combinados com os policiais. Nos BOs, eles contam que, ao abastecer seus carros em um posto, viram caminhões-tanque sem identificação descarregar combustível”. Com esses boletins, os policiais civis e federais são suspeitos de extorquir dinheiro dos donos dos postos para retirar as queixas.
Em nota encaminhada ao G1, o Ministério Público informa que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Guarulhos apura o caso desde a última sexta-feira (26). Ainda segundo a assessoria de imprensa, os promotores do grupo não irão se pronunciar sobre o assunto porque o caso está em andamento.
Leia abaixo a íntegra da nota da Promotoria:
"O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Guarulhos instaurou, na última sexta-feira (26), procedimento investigatório para apurar um suposto esquema de direcionamento para Guarulhos de Boletins de Ocorrência relacionados a postos de combustíveis. O esquema sob investigação pode envolver policiais civis de São Paulo e agentes da Polícia Federal. Como a apuração encontra-se em fase inicial, não é possível afirmar, por enquanto, o número de pessoas envolvidas nem a abrangência e o objetivo do suposto esquema. Os promotores de Justiça do Gaeco – Núcleo Guarulhos não se manifestarão sobre o caso até que haja a elucidação dos fatos investigados."
Procurada pelo G1, a Secretaria da Segurança Pública informou que o delegado da Corregedoria não irá falar sobre o caso. Por e-mail, a assessoria de imprensa da secretaria afirma que o órgão acompanha as denúncias desde 31 de agosto, mas que elas ainda não foram concluídas.
Leia abaixo a íntegra da nota da Corregedoria da Polícia Civil encaminhada pela secretaria:
“A Corregedoria Geral da Polícia Civil informa que instaurou a Apuração Preliminar 773/2010, no dia 31 de agosto deste ano, para apurar possíveis irregularidades funcionais cometidas por policiais da Delegacia de Polícia do Aeroporto de Cumbica. A apuração segue em andamento.”
O G1 ainda procurou a Polícia Federal em São Paulo para tratar do tema, mas a assessoria de imprensa informou que “a PF tem por norma não divulgar eventuais investigações em andamento”
Fonte: G1
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