Em nova revista íntima nos aeroportos dos EUA, passageira diz que "dá para ver tudinho"

Mesmo os não convocados a fazer a revista íntima podem se sentir desconcertados.


 Os brasileiros também começaram a ter experiências embaraçosas com o reforço nas revistas dos aeroportos americanos em vigor desde novembro, em uma questão de segurança pública que beirou a perda de privacidade.

A agência americana de Administração de Segurança dos Transportes (AST), após sucessivas ameaças terroristas, decidiu neste mês implantar nos aeroportos do país um scanner que visualiza as pessoas sem roupas.

Quem não quiser se sujeitar ao procedimento, pode fazer uma vistoria manual por um agente com luvas que busca volumes estranhos em qualquer parte do corpo.

A advogada, Ravina Gusmão, 37, não sabe por quê, foi chamada para as duas opções, enquanto estava em Orlando, em uma viagem de sete dias. "Pedem para levantar a mão para cima como se fosse "mãos ao alto". Foi desagradável", disse ela, apalpada em torno do busto em um verificação que durou ao todo dois minutos.

"Já irrita na hora de tirar o tênis, fica quase pelada. Agora mais isso, a televisão americana diz até que [o scanner] dá câncer ", reclama a advogada, ao chegar no Brasil em Guarulhos, São Paulo.

A maioria dos viajantes brasileiros continua passando apenas pelo raio-x e não precisou utilizar as medidas mais invasivas, aplicadas por amostragem ou sob alguma suspeita.

Porém, passageiros desinformados ou com dificuldade de falar inglês acabam não respondendo aos comandos do serviço de segurança e são selecionados.

A aposentada Ivone Sartor, 55, esteve 20 dias em três cidades americanas e ao desembarcar no país, em Houston, Texas, foi solicitada a entrar na cabine do scanner por "desobediência". Ela avançou antes da hora na fila do raio-x e recebeu o tratamento diferenciado.

"Aí apalpou tudo, no bolso, la embaixo, na sola do pé, na cabeça. Tinha tanta gente olhando". Os seguranças também aplicaram uma substância nas palmas das mãos e pontas dos dedos de Ivone, no local onde estavam sua filha, genro e neto. "Acho que checavam se eu tinha drogas", disse a aposentada.

Mesmo os não convocados a fazer a revista íntima podem se sentir desconcertados. As filas de alguns aeroportos estão posicionadas de tal forma que alguns passageiros podem ver corpos nus em uma tela do tamanho de uma TV.


"Na hora que eu estava andando vi um senhor lá, na caixinha. Apareceu tudinho", disse a enfermeira, Vanessa Carvalho, 27, que esteva em Houston com a aposentada Ivone, a passeio.

Mulher usa biquíni para driblar revista em aeroporto de Los Angeles


Na quarta-feira (24), véspera do feriado de Ação de Graças nos EUA, para evitar os alarmes indesejados e o constrangimento de ser barrada na revista, uma passageira tirou o casaco e ficou só de biquíni para passar pelo raio-x do Aeroporto Internacional de Los Angeles.

A mulher, chamada Corinne, disse em entrevista ao "Indiana's News Center" que decidiu ir só de biquíni porque não queria passar pelo scanner, pois temia os efeitos da radiação.

No aeroporto de La Guardia, uma situação parecida aconteceu quando um homem chegou a ficar só de cuecas para poder passar pela revista.

Além da dúvida sobre os efeitos da radiação, outra reclamação dos passageiros sobre o scanner é a exposição. Em alguns aeroportos, as filas estão posicionadas de tal forma que mesmo os passageiros não selecionados para a revista no scanner podem ver corpos nus dos outros em uma tela.

Um protesto organizado na internet contra as medidas invasivas de segurança estava marcado para ontem, mas, em entrevista à Fox News, uma fonte do governo americano afirmou que poucos aderiram à manifestação e o tempo de espera nas filas nos aeroportos, apesar da nova revista, foi de menos de 10 minutos.


Fonte: Luciano Bottini Filho/FOLHA - Foto: Reprodução

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