Após incidentes, Rolls-Royce admite falhas em motores de superjumbos A380

 Rolls-Royce admite que componente das turbinas Trent 900 caousou incidente no voo QF32 da Qantas

A fabricante de motores britânica Rolls-Royce admitiu nesta sexta-feira que um "componente específico" nas turbinas Trent 900 foi o responsável pelo incidente num voo da Qantas na semana passada, quando uma das turbinas de um superjumbo A38o sofreu um incêndio em pleno voo, tendo que fazer uma aterrissagem forçada em Cingapura.

Em comunicado após as investigações, a Rolls Royce afirma ter chegado a duas conclusões: "o problema é específico do motor Trent 900. Além disso, afeta um elemento específico no setor da turbina do motor".

A avaria provocou um vazamento de óleo, seguido por um incêndio, destacou a empresa.

A Qantas decidiu deixar em terra seus seis aviões do mesmo modelo depois que uma explosão em um motor do A380 durante um voo à Austrália, no último dia 4, obrigou o piloto a aterrissar em Cingapura.

A Rolls-Royce reconheceu ainda que os problemas com esse motor terão um "ligeiro" impacto negativo em seus lucros, mas tratou de dissipar os temores dos investidores de que o problema pudesse afetar toda a família de motores.

Segundo a companhia, apenas o modelo Trent 900 foi afetado, e além disso o problema esteve "limitado a um componente específico" que levou a um vazamento de óleo e perda de pressão da turbina.

A Rolls-Royce informou ainda, por meio de nota, que as medidas corretivas que serão adotadas após a descoberta da falha permitirão a seus clientes "progressivamente reativar toda sua frota".

O diretor-executivo do grupo, John Rose, admitiu, no entanto, que "esse incidente e as ações subsequentes terão um impacto nos resultados financeiros do grupo neste ano".

ENTENDA

No dia 4 de novembro, alguns minutos depois de decolar, um A380 da Qantas se viu obrigado a retornar para o aeroporto de Cingapura para uma aterrissagem de emergência, devido a uma grave avaria em um de seus quatro motores fabricados pela Rolls-Royce.

Editoria de Arte/Folhapress

Até hoje, não havia registro de nenhum incidente significativo envolvendo o Airbus A380 desde o seu lançamento, em 2005, em meio a grande celebração sobre aquele que é considerado o maior, menos poluente e mais silencioso avião do mundo. O avião que sofreu o incidente foi construído há dois anos.

Airbus A380 da empresa australiana Qantas em Cingapura, após sofrer mais grave acidente em 3 anos de voos/Vivek Prakash/Reuters

Há atualmente 37 aviões do tipo voando no mundo, e mais de 200 encomendados à empresa franco-alemã --que tem enfrentado atrasos nas entregas.

A aeronave custou US$ 17 bilhões para ser desenvolvida, e tem enfrentado vários atrasos na produção.

No começo deste ano, um A380 da Qantas havia estourado dois pneus ao aterrissar em Sydney. E em setembro do ano passado uma aeronave teve de dar meia-volta após decolar de Paris. Mas nenhum dos incidentes teve a gravidade do ocorrido nesta quinta-feira.

A Qantas nunca teve um acidente fatal. Em 2008, uma explosão abriu um buraco em um 747-400 da empresa australiana, mas a aeronave conseguiu pousar.

Fonte: FOLHA DE S PAULO - Agências

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