Boeing e Bigelow querem ter estação espacial em órbita em 2015

Joint-venture para a construção de estação espacial privada.

Uma joint-venture entre a Boeing e a Bigelow Aerospace , promete a construção de uma estação espacial comercial, tendo como alvo o ano de 2015 para que ela esteja operacional e em órbita baixa (LEO), conforme anúncio conjunto, feito durante o evento em Farnborough.

O prazo ousado - prevendo montagem em 2014 e realização de uma missão não tripulada-, vai de encontro ao plano do Congresso americano de financiar o programa CCDev - Commercial Crew Development (Desenvolvimento de Tripulações Comerciais), previsto na lei do Space Act Agreement, a qual será aprovada no próximo outono no hemisfério norte.

"Precisamos do financiamento. A verba proposta pela NASA, garante a viabilidade comercial da empreitada. Sem ela, teríamos dificuldades," afirma Brewster Shaw, ex astronauta e vice-presidente e gerente geral da divisão de exploração espacial da Boeing.

Estação espacial privada/Reprodução: Bigelow

O plano, quase todo engendrado por Robert Bigelow, o magnata da hotelaria e que fundou a Bigelow Aeropsace, prevê a construção de uma estação espacial modular, com 690m3, para que fique em uma órbita baixa e após isto, a construção de uma segunda estação, bem maior, ao longo dos anos. A primeira estação seria formada por quatro módulos, quatro habitats e uma unidade de propulsão e acoplamento.

Bigelow informou que já está expandindo sua fábrica, nas proximidades de Las Vegas, aumentando a área construida em 185 mil metros quadrados, objetivando produção em massa dos módulos.

O programa também incluiria sistemas de controle de missão, apoio terrestre e sistemas de recuperação das naves espaciais; assim como veículos lançadores e uma cápsula baseada no sistema comercial de transporte tripulado, já em desenvolvimento pela Bigelow e pela Boeing, como parte do programa CCDev. A cápsula será compatível com os sistemas de lançamento Atlas V, Delta IV e Falcon 9, informou Shaw.

O período de locação da primeira estação, custaria aos clientes soberanos ou comerciais, cerca de $ 95 milhões de dólares/ano, mais um custo adicional por astronauta, da ordem de $ 24.9 milhões de dólares, afirma Bigelow - uma bagatela, comparada aos $ 56 milhões de dólares que a NASA gasta, para enviar cada astronauta à Estação Espacial Internacional (ISS).

Bigelow informou ainda que já conseguiu permissão do Depto de Estado americano, para tocar o projeto, sem preocupações com quaisquer normas internacionais vigentes sobre o tráfico de armas. "Não se trata de transferência de tecnologia," diz ele, fazendo uma ligação entre as viagens espaciais comerciais e as viagens espaciais comerciais.


" Acreditamos que o comércio espacial será uma realidade," disse Shaw.

A Administração Obama, rompendo com a política espacial vigente, propôs maior ênfase nas iniciativas espaciais comerciais, num cenário onde as companhias privadas fariam a maior parte das pesquisas e desenvolvimento para a criação de novas capacidades de lançamentos espaciais. Este cenário permitiria que a NASA focasse a exploração planetária.

O financiamento, contudo, ainda precisa se materializar, com muitos políticos no Congresso, preocupados com a possibilidade que a comercialização do espaço seja perigosa demais para que se apoie agora.

Fonte: Flight Daily News/Gayle Putrich
Tradução: AIRKRANE BGA

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