A termosfera na altitude onde a atmosfera dá lugar ao espaço/NASA
A termosfera, camada que bloqueia os raios ultravioletas nocivos, se expande e se contrai regularmente devido à ativade solar. Conforme o nível de dióxido de carbono aumenta, ele acaba agindo como um resfriador natural a grandes altitudes, o que acaba contribuindo com a contração.
Contudo, mesmo a somatária dos dois fatores, não explica completamente a extraordinária contração registrada. Embora seja imporvável que afete o clima, ela poderia afetar o movimento dos satélites artificiais, informaram os pesquisadores.
" É a maior contração da termosfera em 43 anos," disse John Emmert, do Laboratório de Pesquisa Naval. Sua afirmação foi divulgada em um press-release da NASA.
Emmert, é o autor de uma matéria que anuncia a descoberta, na edição de 19 de junho da publicação "Geophysical Research Letters."
"Não podemos explicar estas baixas densidades anormais, que são 30% menores" que as apresentadas em contrações anteriores, informou Emmert à CNN.
A termosfera é uma camada no topo da atmosfera da Terra, localizando-se próxima onde a atmosfera termina e o espaço começa. Sua altitude varia entre 90 km até 370 km, acima do solo - região dos meteoros, auroras, onibus espaciais e da órbita da Estação Espacial Internacional (ISS).
A termosfera interage fortemente com o sol e assim sofre grande influência da atividade solar, que por sua vez é cíclica. Quando a ativdade solar é alta, raios solares ultravioletas aquecem e expandem a termosfera. Quando a atividade é pequena, ocorre o oposto.
O colapso ocorreu durante um período conhecido como "mínima solar", de 2007 à 2009, período no qual o sol adentrou em um período de baixa atividade, sem precedentes. As manchas solares eram raras e não ocorriam explosões solares, segundo a NASA.
Ainda assim, o colapso da termosfera foi muito grande e a baixa atividade solar por si só não causaria o fenômeno nestas proporções.
Emmert sugere que as maiores quantidades de dióxido de carbono, penetrando a alta atmosfera, poderiam ter desempenhado um papel na anomalia.
O dióxido de carbono age como um resfriador na alta atmosfera, diferentemente do que corre na baixa atmosfera, onde ele acaba atuando como um fator de aquecimento via radiação infravermelha. Na medida em que os níveis de dióxido de carbono se acumulam na Terra, ele vai ascendendo para os altos níveis e amplifica a ação de resfriamento da mínima solar, afirma Emmert.
Conforme o dióxido de carbono se acumula," prevemos que em cada mínima solar a termofera sofra uma contração. Contudo a solar mínima que vimos foi uma contração muito acima da esperada. Isto foi surpreendente," declarou Stanley Solomon, um cientista senior do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, que não estava diretamente envolvido com a pesquisa.
Emmert, por sua vez, declarou que levando-se em conta a atividade solar e a acumulação do dióxido de carbono, ainda assim, é improvável que causassem o nível de contração detectado.
Apesar das dioficuldades em entender a anomalia, é improvável que o colapso da termosfera venha a afetar diretamente nossas vidas, diz Soloman.
"Não vai afetar o clima e nao perceberemos nada diferente no céu e o céu não terá uma aparência mais escura," afirma ele. Contudo,a contração da termosfera poderá afetar o curso dos satélites e do lixo espacial que obita nos altos níveis.
"O lixo espacial ,tenderá a ficar mais tempo em orbita. Assim a quantidade de lixo espacial vai se acumular e afetará a navegação espacial." conta Emmert.
A anomalia percebida na termosfera, também poderá afetar outras camadas da atmosfera, e embora não havendo certeza, poderia resultar em interrupção de funcionamento de alguns satélites de comunicações, incluindo o sistema de navegação global, o GPS.
Emmert, destacou que ainda existem outras possibilidades não aventadas que poderiam ter contribuído para a anomalia ocorrer.
"Talvez, tenhamos subestimado os efeitos do dióxido de carbono. Talvez, ainda não conheçamos todas as particularidades físicas daquela região da atmosfera, e suas consequências sobre a termosfera," disse ele.
Os pesquisadores afirmam que vão continuar a monitorar a alta atmosfera, que no momento já passa por um processo de recomposição.
" Vamos monitorar a atividade toda por alguns anos, tentando entender isto tudo," destacou Emmmert.
Fonte: CNN/Derrick Ho
Tradução: BGA/JACK
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