EUA endurecem regras para companhias aéreas após suspeito de ataque em NY quase fugir

Novas regras endurecem controle de passageiros


O paquistanês naturalizado americano Faisal Shahzad, 30, pode pegar até prisão perpétua por atentado frustrado em Nova York/Reuters

O governo dos Estados Unidos endureceu nesta quarta-feira as exigências às companhias aéreas para que evitem o embarque de pessoas na lista dos proibidos de voar, depois que o paquistanês americano Faisal Shahzad, acusado de tentar detonar um carro-bomba em Nova York, quase fugir de avião do país.

Shahzad, 30, chegou a embarcar em um voo rumo a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, na madrugada desta segunda-feira, horas depois de ser incluído na lista de suspeitos de terrorismo vetados em aviões nos ou para os Estados Unidos.

Até agora, as companhias aéreas tinham 24 horas para verificar a lista de nomes proibidos de embarcar, após serem notificados de que um nome foi adicionado ao sistema através de um processo especial, que indica um elevado nível de risco potencial. A partir desta quarta-feira, o prazo cai para duas horas.

Shahzad foi colocado na lista na manhã de segunda-feira, mas conseguiu comprar um bilhete só de ida pouco antes do horário programado para o voo decolar. Depois que ele embarcou no avião da Emirates, no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, agentes federais foram alertados sobre sua presença e entraram no avião para escoltá-lo.

"Como vimos com Faisal Shahzad, a companhia responsável por verificar manualmente o nome dos passageiros com a lista de restrições ao voo, num prazo de 24 horas, não o fez e permitiu que ele comprasse a passagem", disse um funcionário da administração, que não quis se identificar.

O paquistanês foi preso e indiciado por ter dirigido o carro-bomba até a Times Square, na noite de sábado (1º), e tentar detoná-lo.

A Emirates Airline disse ter checado a lista horas antes do voo, mas, como até este momento Shahzad não havia comprado a passagem, seu nome não apareceu no sistema e não gerou alerta.

Passageiros que estavam no voo junto com Shahzad disseram que o piloto anunciou que uma pessoa seria retirada da aeronave, mas só souberam depois sobre a ligação do homem com os ataques frustrados.

Os demais passageiros, que chegaram em Dubai na quarta-feira (noite de terça-feira em Brasília), disseram que o avião circulou por cerca de cinco minutos antes do anúncio. Foi pedido que eles identificassem suas bagagens de mão.

Cooperação

Investigações iniciais do FBI (Polícia Federal americana) revelam que Shahzad passou dez anos trabalhando e vivendo normalmente nos EUA antes de receber treinamento no Paquistão.

Após ter sido indiciado por cinco crimes diferentes que incluem terrorismo e tentativa de usar armas de destruição em massa com intenção de matar, o paquistanês-americano --que é filho de um oficial aposentado da Força Aérea do Paquistão e vem de uma família rica-- vem cooperando com as investigações e continua revelando detalhes importantes, dizem os oficiais.

Horas depois, vários de seus supostos familiares e amigos foram detidos em Karachi, no Paquistão, em conexão com o caso.

De acordo com o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, o suspeito tem fornecido "informações importantes" para os investigadores que buscam determinar se a tentativa de ataque envolve uma rede maior de terrorismo ou se foi um fato isolado.


"Com base no que sabemos até agora, está claro que isto foi um plano terrorista dirigido ao assassinato de americanos em um dos lugares mais movimentados do país", disse Holder.

Uma audiência foi cancelada na terça-feira em parte porque Shahzad continua cooperando, mas até este momento os interrogatórios não conseguiram elucidar os motivos que podem tê-lo levado a planejar o atentado.

Impecável

Até pouco tempo sua vida nos EUA parecia "impecável", dizem os investigadores. Shazad tinha um diploma de mestrado da Universidade de Bridgeport, em Connecticut, um emprego como analista de orçamentos para em uma empresa de marketing em Norwalk, Connecticut, dois filhos e uma mulher também educada nas melhores escolas, que o tratava com amor e mantinha com ele um relacionamento estável.

Pouco tempo depois de tornar-se um cidadão americano há cerca de um ano, no entanto, ele desistiu do emprego, parou de fazer os pagamentos do financiamento de sua casa e permitiu que o banco lhe tomasse o imóvel porque estava voltando ao Paquistão.

Chegando ao país de origem, de acordo com os investigadores ele viajou para a região do Waziristão e começou seu treinamento em campos terroristas.

No Paquistão, autoridades disseram ter detido vários pessoas em conexão com o atentado frustrado em Nova York, mas nesta quarta-feira o FBI ainda não tinha confirmado se essas prisões teriam mesmo ligação com o caso.

Fontes: FOLHA - Agências

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