A Polícia britânica reabriu o caso do atentado de Lockerbie

Caso reaberto

A Polícia britânica reabriu o caso do atentado de Lockerbie (Escócia), que em 21 de dezembro de 1988 causou 270 mortes, e examina "várias linhas possíveis de investigação", informou hoje o dominical "The Sunday Telegraph".

O jornal teve acesso a um e-mail enviado pela Procuradoria Geral da Escócia (Crown Office) aos familiares das vítimas britânicas, para informá-los sobre a nova investigação.

Segundo o jornal, as autoridades ordenaram uma revisão das provas do caso, depois que o líbio Abdelbaset Ali al-Megrahi, único condenado pelo atentado contra um avião da companhia americana Pan Am que sobrevoava Lockerbie, anulou um recurso de apelação contra sua condenação.

Megrahi, de 57 anos, tomou essa decisão como parte de um suposto acordo para sua polêmica libertação, decretada em agosto pelo Governo escocês por motivos humanitários, já que ele tem um câncer de próstata em fase terminal.

No citado e-mail, Lindsey Miller, promotora que participou do julgamento contra o líbio realizado em 2001, afirma que, "agora que os procedimentos de apelação acabaram, começou uma revisão do caso e são consideradas várias possíveis linhas de investigação".

Miller acrescenta que "não seria apropriado" entrar em detalhes sobre essas linhas de indagação.

Segundo a rede pública "BBC", a Procuradoria acredita que Megrahi, um ex-agente dos serviços secretos líbios que sempre negou sua responsabilidade no massacre, não agiu sozinho na preparação do atentado.

De acordo com o jornal, quatro detetives de Polícia trabalham em tempo integral no caso.

A notícia foi bem recebida pelos familiares das vítimas britânicas, muitas das quais duvidam da culpa de Megrahi em um ataque que matou 259 pessoas no avião da Pan AM - que voava de Londres a Nova York - e mais 11 na localidade de Lockerbie.

Pamela Dix, que perdeu o irmão Peter no atentado, disse que "esta nova investigação nos dá nova esperança", já que "a situação não foi resolvida, e é um assunto pendente".

Além disso, membros do grupo UK Families Flight 103, que defende os interesses das vítimas britânicas, enviaram uma carta ao primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, para pedir uma investigação independente do ataque e uma reunião com ele.

"Esperamos pacientemente durante quase 21 anos para saber toda a verdade. Agora esperamos a resposta do primeiro-ministro, Gordon Brown, a nossa nova chamada para que haja uma investigação completa sobre as circunstâncias do atentado", afirmam os signatários da carta.

Fonte: G1

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