Investigadores franceses afirmam que Airbus da Air France caiu intacto no Atlântico


O avião da Air France que fazia o voo 447 e caiu no oceano Atlântico no dia 31 de maio não se partiu em voo, e sim caiu de forma vertical na água, segundo relatório preliminar do BEA (Escritório francês de Investigação e Análise) divulgado nesta quinta-feira. A aeronave fazia a rota Rio-Paris e transportava 228 pessoas de 32 nacionalidades.



De acordo com as investigações, o avião tocou a água inteiro, com muita velocidade. "O avião não foi destruído em voo", afirmou Alain Bouillard, do BEA.

O Airbus parece ter sido impactado contra a água "em linha de voo", o que significa que o avião se chocou contra o oceano em forte aceleração vertical, explicou Alain Bouillard, do Escritório de Investigações e Análises sobre a Aviação Civil (BEA).

É o primeiro relatório --preliminar-- divulgado pelo escritório. Enquanto o resgate de corpos de destroços ficou sob responsabilidade do Brasil, a investigação é feita pela França.

O relatório apresentado pela empresa aponta que a manutenção do avião corresponde à regulamentação em vigor e não havia problema técnico na aeronave. O voo 447 decolou do Rio sem nenhum problema técnico, um dos três painéis de gerenciamento de radio apresentou problema, mas o equipamento foi invertido com outro painel de gerenciamento, o que não teria causado problemas à aeronave.

Bouillard, que lidera as investigações sobre o acidente, afirmou que coletes salva-vidas encontrados entre os destroços do avião não estavam acionados.

As últimas mensagens transmitidas pela aeronave antes da queda determinaram o local de início das buscas que conseguiram resgatar 51 corpos de vitimas, além de destroços da aeronave. Já as caixas-pretas não foram localizadas. O equipamento foi construído para emitir sinal por cerca de 30 dias após a queda, prazo vencido há dois dias. Ainda assim, investigadores acreditam que possa funcionar por mais tempo.

Bouillard afirmou que as buscas por esses equipamentos foram estendidas e vão continuar até 10 de julho.

Com a ausência dos dados da caixa-preta, as investigações do BEA estão baseadas nas mensagens automáticas enviadas pelo avião minutos antes de perder contato e em análises feitas em destroços e nos 51 corpos de passageiros resgatados.

Uma das mensagens automáticas transmitidas pelo voo 447 indica que um equipamento externo emitia informações incorretas sobre a velocidade da aeronave, o que pode ter desestabilizado os sistemas de controle do avião. Inicialmente, peritos sugeriram os instrumentos externos, chamados tubos Pitot, pudessem ter congelado.

Após o acidente, a Air France substituiu o equipamento em todos os Airbus A-330 e A-340 da companhia.

Vítimas

Até agora, 35 dos 51 corpos resgatados foram identificados por uma equipe de peritos sediada no IML (Instituto de Medicina Legal) de Recife. A FAB (Força Aérea Brasileira) e a Marinha encerraram as operações de buscas por corpos de vítimas no último dia 26.

O TJ (Tribunal de Justiça) do Rio concedeu às famílias do procurador federal Carlos Eduardo Lopes de Mello e da médica Bianca Machado Cotta a antecipação da indenização pela morte do casal no voo 447. O casal partia em lua de mel para Paris, destino do Airbus. As informações são do escritório de advocacia das famílias.

De acordo com o escritório do advogado João Tancredo, que também obteve a tutela antecipada de indenização para a família do engenheiro Walter Nascimento Carrilho Junior, 42, o critério utilizado para obter antecipadamente a reparação financeira foi a mesma. Os pais das vítimas recém-casadas receberão o equivalente à pensão e para o tratamento médico psicológico, de acordo com o escritório.

Avião da Air France estava incapacitado para voar por piloto automático

O Airbus A330 da Air France, que caiu no oceano Atlântico no dia 31 de maio, estava impossibilitado de voar por meio do sistema de piloto automático no momento da queda. A informação é de Alain Bouillard, do BEA (Escritório francês de Investigação e Análise), que lidera as investigações sobre o acidente. A aeronave fazia a rota Rio-Paris e transportava 228 pessoas de 32 nacionalidades.

Ele afirmou que isso ocorreu em razão de o sistema de piloto automático não estar recebendo informações sobre velocidade, vento ou direção. "Isso indica que, nesse caso, o avião tem de ser guiado pelo piloto." Ele não informou se os pilotos estavam, ou não, no comando do voo Air France 447.

Quando a causa da incoerência entre as informações relativas a velocidade da aeronave, os investigadores franceses afirmaram que não está descartada a hipótese de que tenha sido causado pelo congelamento dos tubos Pitot.

"Atualmente, a responsabilidade dos tubos Pitot não foi afastada, eles ainda podem ser considerados a causa do acidente. Neste estágio das investigações estamos buscando relação entre a incoerência de velocidade e os tubos Pitot", afirmou Bouillard.

Hoje, os investigadores informaram que o avião não se partiu em voo, e sim caiu de forma vertical na água.

"A análise visual dos destroços do avião mostra que a aeronave não foi destruída em voo. Parece ter atingido a superfície da água em linha de voo, com forte aceleração vertical", dizem os investigadores do BEA, em nota. É o primeiro relatório --preliminar-- divulgado pelo escritório. Enquanto o resgate de corpos de destroços ficou sob responsabilidade do Brasil, a investigação é feita pela França.

Alain Bouillard, do BEA, afirmou que coletes salva-vidas encontrados entre os destroços do avião não estavam acionados. Desde 6 de junho, foram encontrados 640 elementos do avião. "Os elementos identificados proveem de várias partes do avião", afirma o órgão.

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Fontes: Folha - Estadão - BEA - France Presse - AP

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