Teriam sido resgatados um pallet , suporte para acomodação de bagagens em aviões, e duas boias no mar
RECIFE - Frustração. Foi esse o sentimento expressado pelo comando militar a Aeronáutica ao afirmar, durante entrevista coletiva realizada no Cindacta III, em Recife, que os fragmentos encontrados e resgatados no mar não pertenciam ao AF 447. De acordo com o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, o pallet (espécie de porta bagagem) içado, no início da tarde, pela Marinha é feito de madeira. As duas bóias que a Aeronáutica chegou a afirmar que haviam sido resgatadas, na realidade, sequer chegaram a ser levadas a bordo.
"Podemos afirmar com 100% de certeza que o material localizado não faz parte da aeronave da Air France. Existem pallets de madeira, mas não é o caso deste avião. Este fato é importante para mostrar o grau de dificuldades que estamos enfrentando. Infelizmente, estamos sujeitos a encontrar, dentro de uma área tão grande, objetos que não passam de lixo. Mas não vamos desistir. O trabalho continua", afirmou o brigadeiro. O pallet será levado até a ilha de Fernando de Noronha e posteriormente descartado.
De acordo com o comandante do Decea, as manchas de óleo localizadas ao norte da ilha de Fernando de Noronha, a uma distância de aproximadamente 700 quilômetros do arquipélago, também não pertencem a aeronave francesa. "Descartamos esta possibilidade em função da quantidade de óleo encontrada. Num avião, esta quantidade não passa de 50 litros em cada motor. Mas as manchas que encontramos são bem maiores do que esta quantidade poderia provocar", destacou.
A Aeronáutica e a Marinha continuam investigando se pequenas manchas, aparentemente de querosene de avião pertencem ao AF 447. "Estamos tentando comprovar este fato, as amostras recolhidas estão sendo testadas, mas temos praticamente certeza disto", comentou.
De acordo com a Aeronáutica, a área de buscas poderá ser ampliada a partir de sexta, dependendo do resultado do rastreamento feito pelo avião R-99, equipado com radar. "A aeronave fará sobrevôos durante toda a madrugada. Se houver novas informações a partir da leitura eletrônica vamos enviar os helicópteros para estes pontos. Se não, iniciaremos uma varredura a partir dos cálculos que estamos fazendo levando em conta as correntes marítimas", explicou.
O brigadeiro negou que as buscas tenham voltado à estaca zero. "Não. Nós temos todos os calculos feitos das áreas. Porque levando em conta a velocidade da corrente, nós sabemos exatamente onde estes destroços devem estar. E isso tem se confirmado. Porque todos os aviões que nós lançamos baseados nesses calculos, em todos esses locais, nós avistamos destroços", disse.
Segundo ele, apesar de as peças recolhidas hoje não serem do Airbus, a Aeronáutica defende ainda os destroços avistados na região são do avião que fazia o voo 447.
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