A iniciativa privada no espaço
Se tudo der certo, a cápsula Dragon, desenvolvida pela californiana SpaceX, levará cerca de 520 kg de material de baixa complexidade --como comida e equipamentos para uso em experiências científicas-- até o laboratório flutuante de US$ 100 bilhões. O veículo também tem capacidade para trazer mais ou menos a mesma quantidade de material de volta à Terra, algo que as naves "estatais" em uso não fazem.
Segundo a Nasa, isso deve ajudar a reciclar e reutilizar material e peças antigos e economizar dinheiro com o reaproveitamento.
NOVA CORRIDA
A viagem da Dragon inaugura uma nova etapa da exploração espacial, em que são as empresas privadas que competem pelo desenvolvimento de novas tecnologias.
A Nasa fez a decisão estratégica --criticada por vários setores, e até pelo ex-astronauta John Glenn-- de terceirizar o transporte na órbita baixa da Terra, passando a priorizar projetos de exploração do espaço profundo, como uma possível viagem tripulada a Marte.
Desde a aposentadoria dos ônibus espaciais, em meados do ano passado, a agência americana depende inteiramente de "caronas" pagas na nave russa Soyuz. Embora a cápsula seja a única opção regular de transporte de pessoas ao espaço, ainda é um projeto essencialmente do fim dos anos 1960.
Para o transporte de suprimento, há outras opções, mas problemas recentes com o cargueiro russo Progress (uma Soyuz de carga) levaram ao temor de um possível desabastecimento na ISS.
Para incentivar novas tecnologias espaciais, a Nasa lançou um programa bilionário de financiamento de projetos em empresas privadas.
A SpaceX tem um contrato de US$ 1,6 bilhão para fazer 12 voos de transporte de material à estação espacial.
A missão de agora não está incluída entre eles e será uma espécie de teste para a capacidade de seus sistemas e equipamentos. E também testa a aptidão do foguete Falcon, que colocará a cápsula Dragon em órbita. Os incentivos da Nasa para a criação de naves espaciais privadas estão atraindo cada vez mais empresas e aquecendo o setor.
A Orbital Science Corp tem um contrato de US$ 1,9 bilhão para começar o envio de suprimentos à ISS no ano que vem. Outros acordos também já foram fechados.
Apesar do dinheiro e da expectativa, até agora as empresas privadas sofreram alguns reveses. Só o lançamento da Dragon já foi adiado duas vezes. Ele estava previsto para fevereiro e depois, abril.
Apesar disso, o administrador da Nasa, Charles Bolden disse que está "confiante" nos resultados.
Fontes: FOLHA DE S PAULO - NASA
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