Atlantis decola para a última missão
(foto: NASA/Bill Ingalls)
O Atlantis decolou nesta sexta-feira para cumprir sua 135ª missão e a última viagem do programa de ônibus espaciais, que será encerrado pelos Estados Unidos depois de 30 anos de atividade. O retorno da nave está previsto para o próximo dia 20.
Sob um céu nublado, cerca de 1 milhão de espectadores viram a partida do Atlantis do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
O lançamento, previsto inicialmente para as 11h26 local (12h26 no horário de Brasília), ocorreu com pequeno atraso, às 12h29, após um reparo rápido ocasionado por um problema técnico que surgiu de último minuto.
Antes da decolagem, o diretor de lançamento da Nasa, Mike Leinbach, desejou boa sorte à tripulação.
Para a missão de 12 dias com destino à ISS (Estação Espacial Internacional), a nave levará apenas quatro astronautas: o comandante Christopher Ferguson, o piloto Dough Hurley e os especialistas de missão Sandra Magnus e Rex Walheim.
É a menor tripulação desde 1983, porque não há ônibus espaciais de reserva para resgatá-los caso haja um problema após a viagem.
A partir de agora, astronautas em viagem para a ISS serão transportados pela nave russa Soyuz.
O Atlantis entregará 3,7 toneladas de alimentos e equipamentos à ISS, para permitir que a estação orbital e a tripulação permanente, formada por seis pessoas, contem com abastecimento durante um ano.
O Atlantis realizou 32 voos espaciais e percorreu 194.168.330 quilômetros. Ao todo, passou 293 dias, 18 horas, 29 minutos e 37 segundos no espaço.
Americanos acampam para ver lançamento do último ônibus espacial
Turistas americanos acampam no Space View Park, em Titusville/Gerry Broome/Associated Press
A pequena cidade de Titusville, na Flórida, foi tomada por turistas que pretendem assistir ao lançamento do Atlantis amanhã (8). Estima-se que 1 milhão de pessoas vão ver a partida da nave.
O município, vizinho do Centro Espacial Kennedy, proporciona uma visão privilegiada da base da Nasa em Cabo Canaveral.
Muitos turistas acamparam no Space View Park, que fica a 24 quilômetros da base de lançamento do Atlantis, que será a última nave a executar uma missão do programa de ônibus espaciais da agência americana.
Lançamento do último voo dos onibus espaciais - O voo do Atlantis
Voo do Atlantis põe fim à era dos ônibus espaciais
A despedida dos ônibus espaciais da Nasa pode finalmente começar hoje, com a decolagem do Atlantis para seu último voo.
Após a viagem, os EUA, país que levou o primeiro homem à Lua, ficarão por tempo indeterminado sem meios próprios de chegar ao espaço.
Para a missão de 12 dias com destino à ISS (Estação Espacial Internacional), a nave levará apenas quatro astronautas. É a menor tripulação desde 1983, porque não há ônibus espaciais de reserva para resgatá-los caso haja um problema após a viagem.
Numa emergência, o comandante Chris Ferguson, o piloto Doug Hurley e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim, veteranos em ônibus espaciais, terão de aguardar o resgate das naves russas Soyuz, que só poderão carregar um dos americanos por vez.
Primeiras naves espaciais reutilizáveis, eles estão em operação desde abril de 1981, quando substituíram oficialmente o programa Apollo.
ADEUS
O movimento para aposentar as naves ganhou força após o acidente com o Columbia, em 2003. Ele explodiu minutos após a reentrada na atmosfera terrestre, matando seus sete astronautas.
Esse foi o segundo desastre com um "shuttle". Em 1986, a nave Challenger, a primeira da frota, explodiu 73 segundos depois da decolagem, também vitimando os sete tripulantes.
O primeiro passo antes do anúncio do fim do programa foi a redução drástica do número de viagens.
Lançados como a conquista definitiva do espaço, os "shuttles", segundo a Nasa, seriam uma opção muito mais barata e segura.
No entanto, o custo de todo o projeto, até 2010, foi de US$ 209 bilhões, pouco menos que o PIB do Chile. Cada uma das missões, portanto, custou US$ 1,6 bilhão, valor bem distante do inicialmente divulgado pelo governo americano: US$ 20 milhões.
Críticos do programa afirmam que, com os ônibus espaciais, a Nasa ficou "confinada" à baixa órbita da Terra, em vez de se dedicar à exploração do espaço.
Mesmo com falhas, porém, o programa dos ônibus espaciais foi fundamental para o desenvolvimento da ciência em órbita. Eles transportaram a maior parte das peças e equipamentos para a montagem da ISS, além do telescópio Hubble, ambos revolucionários em suas áreas.
FUTURO INCERTO
Com a aposentadoria dos "shuttles", a Nasa fica sem naves para transportar seus astronautas à estação internacional, dependendo de "caronas" milionárias na nave russa Soyuz.
Países parceiros na construção da ISS, como os da Europa, manifestaram-se contra a Nasa por essa situação.
Enquanto isso, a nave substituta dos ônibus espaciais, o MPCV (Veículo Multifuncional Tripulado) não deve começar suas missões tripuladas antes de 2019.
Ela, no entanto, será usada para missões de longa duração, inclusive em uma eventual visita a Marte. As visitas à ISS ficariam a cargo da iniciativa privada.
A agência espacial tem financiado alguns desses programas particulares, mas eles também não têm data certa para começar a voar.
Por conta dessa indefinição, ex-astronautas resolveram criticar abertamente a política espacial dos EUA.
Neil Armstrong, o primeiro homem na lua, e outros astronautas escreveram uma carta aberta dizendo que a Nasa está "consideravelmente fora de rumo".
O administrador da Nasa, Charles Bolden, minimizou as críticas. Para ele, a Nasa irá "consolidar a liderança americana no espaço".
Apesar da expectativa, é possível que o lançamento seja adiado devido às condições climáticas (risco de fortes chuvas com raios) em Cabo Canaveral, na Flórida, onde fica o centro de lançamento.
Caso as tempestades se confirmem, a Nasa tem até este domingo para a decolagem do Atlantis. Depois, será preciso esperar uma semana por conta do tráfego espacial. A Força Aérea dos EUA já tem um lançamento marcado para esse período.
Nasa dá adeus a relíquias do programa de ônibus espaciais
Quando os Estados Unidos iniciaram seu programa de ônibus espaciais, 30 anos atrás, o país decidiu construir um veículo que faria das viagens espaciais uma rotina e superaria os soviéticos no esforço para dominar o espaço durante a Guerra Fria.
A aeronave resultante tinha 2,5 milhões de componentes e era nove vezes mais rápida que uma bala ao zarpar em direção ao céu. Foi a primeira aeronave reutilizável, capaz de deslizar de volta para a Terra e pousar como um avião.
"Naquele momento, era uma coisa de ponta", disse o historiador chefe da Nasa, Bill Barry. "Era vista como um importante passo à frente."
Outras naves espaciais tripuladas não voltaram para casa. Elas eram mísseis balísticos que caíam no mar ou usavam hélices e paraquedas para retornar à Terra.
O programa dedicado a ônibus espaciais será encerrado após três décadas e 135 viagens quando a Atlantis retornar de sua missão --lançamento previsto para esta sexta-feira (8).
A Nasa está entregando seus ônibus espaciais a museus pois eles são muito antigos e caros para continuar voando. A agência espacial pretende desenhar e construir algo novo com um alcance maior.
Para entender as relíquias que são os ônibus espaciais, considere: quando o primeiro deles, o Colúmbia, fez seu primeiro voo em abril de 1981, a música ainda era vendida em fitas cassete, não havia endereços "pontocom" e os EUA não tinham um serviço comercial para celulares.
O design das aeronaves é um produto dos anos de 1970. O presidente Richard Nixon assinou a autorização para o programa de ônibus espaciais em 1972, meros 15 anos após a União Soviética lançar o primeiro satélite feito pelo homem, o Sputnik, com o tamanho de uma bola de praia, que marcou a aurora da era espacial.
"Ficarei muito triste em julho quando o último voo acabar", disse Barry. "Eu amo o programa e lamento vê-lo acabar, mas acho que é tempo de deixá-lo ir."
Cinco ônibus espaciais foram construídos, terminando com a Endeavour em 1992.
Celebrando Os Onibus Espaciais
Fonres: FOLHA DE S PAULO - NASA - Agências
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