Corpos das vítimas do voo 447 terão que ir para França

O BEA lançou no dia 22 de março a quarta fase de buscas para encontrar os destroços do voo 447,

Os corpos das vítimas do acidente com o Airbus A-330 que ia do Rio para Paris e caiu no Oceano Atlântico, na noite de 31 de maio de 2009, serão levados para a França para coleta de material genético. Todas as 228 pessoas a bordo da aeronave morreram no acidente.

A informação foi dada pelo presidente da Associação das Famílias de Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho, depois de encontro com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Os corpos foram localizados há uma semana.

O ministro informou a Marinho que, conforme regras internacionais, os corpos precisarão ir para França para identificação assim que forem resgatados e, somente depois, serão encaminhados aos países de origem das vítimas. Ainda não sabe o número de corpos encontrados, nem a nacionalidade deles.

Segundo Marinho, o ministro garantiu que o Estado terá um observador, assim como foi pedido pela associação, no resgate dos corpos e dos destroços do avião.

"O ministro também pedirá ao Cenipa [Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos] para traduzir a documentação que trouxemos da França", disse Marinho.

Ele explicou que as informações contidas no relatório trazido da França apresentam termos técnicos de difícil interpretação pela Procuradoria da República, em Pernambuco, responsável pelo inquérito criminal e que recebeu o documento de mais de 700 páginas. O relatório contém dados fornecidos por sindicatos, pilotos e especialistas.

Na próxima segunda-feira (11), Marinho participará de uma reunião em Paris, na qual será discutida a próxima etapa do processo de busca, quando serão tirados do fundo do oceano os corpos localizados na última semana.

BUSCAS

As buscas pelos destroços do voo Rio-Paris da Air France estavam previstas para terminar nesta sexta.

O BEA (Birô de Investigações e Análises) divulgou na segunda-feira (4) as primeiras imagens dos destroços, encontrados no dia anterior. De acordo com o órgão, foram localizados partes do motor, fuselagem, asas e do trem de pouso do Airbus A330-2

Parte do motor do Airbus A330 que fazia o voo 447 da Air France que caiu em 2009 com 228 pessoas/Divulgação/BEA

A ministra francesa dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, confirmou a presença de corpos dentro de uma grande parte da fuselagem. Os trabalhos para o resgate das peças e corpos devem ser iniciados dentro de um mês.

Kosciusko-Morizet afirmou que com o novo achado se espera "localizar rapidamente as caixas-pretas" do Airbus, um dos principais objetivos da missão e fundamentais para esclarecer as causas da tragédia.

"Se não foram destruídas no choque, existem a possibilidade de que funcionem", disse Jean Paul Troadec, diretor do BEA. Ele afirmou que a localização dos destroços também permitirá precisar a trajetória final da aeronave.

O BEA lançou no dia 22 de março a quarta fase de buscas para encontrar os destroços do voo 447, e iniciou os trabalhos de campo alguns dias depois. A terceira fase das buscas terminou em maio de 2010, sem sucesso.

Submarino robô Remus, que é usado na quarta operação de buscas pelos destroços do voo AF 447/Divulgação/WHOI

Desta vez, foram usados três submarinos robôs do modelo Remus --dois da fundação americana Waitt e um do instituto alemão Geomar. Com quatro metros de comprimento e pesando 800 kg, ele são capazes de chegar a 4.000 metros. Os destroços foram localizados a uma profundidade de cerca de 3.900 metros ao norte da última posição conhecida do avião.

A equipe de buscas é integrada por profissionais do BEA e por pesquisadores americanos do Woods Hole Oceanographic Institution --a maior instituição oceanográfica privada do mundo. A bordo do navio Alucia, que partiu do porto de Suape (PE), eles monitoraram os submarinos e analisaram os dados.

As buscas deveriam cobrir uma área de 10 mil km2. De acordo com o birô francês, a operação foi calculada em 12,5 milhões de dólares (R$ 20,2 milhões), pagos pela Airbus e Air France. O resgate das peças será financiado pelo governo francês.

Fonres: BEA - FOLHA DE S PAYLO - Agências

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