Air France é acusada pelo acidente no voo Rio-Paris

Assim como a Airbus, fabricante do avião, a companhia aérea foi acusada de "homicídio involuntário" pelo juiz que investiga a tragédia que deixou 228 mortos


A companhia aérea Air France foi acusada nesta sexta-feira (18) por "homicídio involuntário" pelo juiz que investiga o acidente do Airbus A330 que caiu no Oceano Atlântico quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris. O processo da Air France ocorre um dia depois de o fabricante aeronáutico europeu Airbus ter sido acusado pelo juiz que investiga o acidente no que em junho de 2009 causou a morte de 228 pessoas.

O advogado da Air France, Fernand Garnault, em declarações à emissora France Info, considerou que a acusação da companhia aérea "não é justificada", levando em conta que a investigação técnica constatou deficiências das sondas de velocidade Pitot do avião, mas não considera que isso pudesse levar à queda. "Parece curioso que o juiz queira acusar a companhia quando não há nenhum vínculo de causalidade estabelecido entre as (sondas) Pitot e o acidente", disse Garnault. De acordo com o advogado, "alguns especialistas dizem que pode ser um elemento que contribuiu para o acidente, mas não há nada demonstrado".

A Air France, que foi representada perante o juiz instrutor por seu diretor geral, Pierre-Henri Gourgeon, acompanhado de Garnault, destacou que não lhe corresponde determinar as causas do acidente, mas que colabora ativamente tanto com a investigação administrativa como com a judicial.

Um porta-voz também afirmou que a companhia apoia financeiramente a quarta campanha de busca das caixas-pretas e dos restos da fuselagem que vai ser iniciada na próxima semana pelo Organismo de Pesquisas e Análise (BEA). A Air France acredita que a busca "permitirá encontrar o aparelho" e que a situação atual de incerteza sobre os motivos do acidente é "insuportável" para a empresa e seus funcionários. Nas três operações anteriores, o BEA não conseguiu achar as caixas-pretas do avião, imprescindíveis para estabelecer as circunstâncias da catástrofe.

Jean-Claude Guiudicelli, um dos advogados dos familiares das vítimas, afirmou após saber da acusação do fabricante dos aparelhos que "não há nenhuma dúvida da responsabilidade coletiva da Air France e da Airbus, já que a verdade neste assunto salta à vista. Há provas arrasadoras". Entre essas provas, Guiudicelli destacou que o sistema que comunica ao computador de bordo do avião os erros técnicos indicou quando ele estava caindo que as sondas Pitot não funcionavam e que portanto os pilotos não podiam controlar a velocidade de voo.

Fontes: Época - Agências

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails