Durante os protestos no Egito, quando o presidente Mubarak mandou derrubar as telecomunicações no país, os americanos poderiam ter utilizado sua tecnologia secreta para reverter a situação.
"Mas isso poderia ser considerado um ato de guerra", diz o renomado futurista da área militar, John Arquilla, ao site da "Wired".
Arquilla, professor na Naval Postgraduate School, passou muitos anos sugerindo aos militares para fazerem um "bombardeio lógico" em sites de países adversários, desconectar presenças online e até interromper as comunicações de modo a separar facções em guerra antes que adotem uma opção nuclear.
Posto Comando de um Hércules EC-130J
Porém, os que os militares conseguem desligar, também podem, a princípio, reconectar. Uma das ferramentas para isso pode ser a aeronave central de transmissões dos EUA, denominada Commando Solo. Ela é capaz de fazer transmissões de guerra psicológica em rádio AM e FM, UHF e TV UHF e VHF. Sobrevoando uma área sem conexão internet, o Commando Solo pode transmitir uma grande bolha de acesso Wi-Fi desprotegido.
"Temos como realizar essas operações usando equipamentos via satélite, sem satélite e por meio de embarcações", explica Arquilla.
No caso da cobertura de telefonia celular, é usada uma tecnologia desenvolvida pela empresa americana Textron , chamada FASTCOM (Forward Airborne Secure Transmissions and COMmunications).
Instalada em drones (aeronaves não tripuladas), balões aerostáticos ou viaturas terrestres, a tecnologia equipa esses veículos com antenas de celular e dados 3G com possibilidade de expansão para 4G. Isso cria uma bolha de telefonia móvel segura e privada. Usuários militares dentro dessa bolha podem receber dados de inteligência e reconhecimento, ter acesso direto a fontes de dados estratégicos, e usar voz e dados por meio de satélites ViaSat .
Mas existe uma dificuldade nesse esquema: para usar a rede FASTCOM, é preciso que celulares e laptops sejam compatíveis com o sistema, o que poderia ser resolvido contrabandeando esses dispositivos para dentro de uma área sem conexões.
Mesmo assim, essa tecnologia é uma opção atraente para países militarmente poderosos que precisem de uma saída alternativa para o caso de futuros "Egitos" que estejam sofrendo um apagão de internet. Essa saída seria algo entre simplesmente não fazer nada e enviar forças militares para a região.
A tecnologia também servirá de munição para os esforços da administração Obama no sentido de convencer outros governos a considerar acesso à internet como um direito humano inviolável.
Fontes: Wired - O Globo
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