A presidente eleita, Dilma Rousseff, formaliza hoje o convite para que o ministro Nelson Jobim permaneça na Defesa e conclua dois processos já iniciados: a compra dos novos caças da Aeronáutica e a retirada do setor de aviação civil da pasta.
A primeira sondagem para Jobim continuar na Defesa foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda durante as eleições. Os dois acertaram que ele ficaria pelo menos nos dois primeiros anos do novo governo, caso Dilma fosse eleita.
Depois da vitória, o ministro foi também procurado por Antônio Palocci, que é da equipe de transição de Dilma e será o futuro chefe da Casa Civil.
Eles discutiram a conclusão dos processos de reestruturação das Forças Armadas e de modernização dos equipamentos militares, principalmente com a compra dos novos caças, que se arrasta desde os dois governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003).
Palocci, assim, organizou a pauta do encontro Dilma-Jobim de hoje. Na sexta-feira, 7/11, a própria Dilma telefonou para Jobim, marcando a data para bater o martelo.
A expectativa é a de que saia desse encontro a definição do modelo de caça que irá renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira).
São três os finalistas deste processo, Grippen (Sueco), F18E/F Super Hornet (EUA) e Rafale (Francês). A aeronáutica fez um longo estudo técnico e econômico do assunto e gerou um relatório apontando suas preferências.
Qualquer coisa que eu diga será de qualidade inferior ao material que foi cuidadosamente elaborado na Força Aérea, portanto o trabalho aqui é de analisar as implicações do mesmo.
No relatório, que foi tornado público através da imprensa, o preferido é o Gripen NG que tem como principais desvantagens ser monomotor e não estar ainda pronto e tem como principais vantagens o fato de que seria totalmente montado no Brasil, consequentemente com a maior transferência de tecnologia, é o mais barato dos três e quando entrar em operação em 2014 será o mais moderno de todos os concorrentes.
O segundo colocado é o F18-E/F SuperHornet, a versão mais moderna do F18 (com mais de 1500 unidades fabricadas), tem enorme experiência em combate assim como seu irmão mais velho o F18 Hornet, a primeira missão foi em 2002 durante resposta a fogo anti-aéreo lançado do Iraque antes da invasão, e já participou de inúmeras operações de combate real sem nenhuma perda. O F18 SuperHornet tem 400 unidades produzidas e mais de 500 encomendas pelos EUA e várias unidades operando na Austrália. O governo americano autorizou, caso o F18 vença a concorrência FX-2, transferência total de tecnologia, fato só permitido a aliados muito próximos. Além disso o custo do F18 é cerca de 75% do custo do Rafale.
Já o Rafale ficou em último lugar e deve ser o adquirido pelo governo LulaDilma. Por que? Esta é a pergunta de vários bilhões de dólares. O Rafale, quase não tem esperiência de combate, deve ter voado umas poucas missões em situação muito controlada no Afeganistão com forte suporte americano, não pode operar no porta-aviões São Paulo, custa mais caro que todos os outros concorrentes, o dobro do Grippen NG, e ainda por cima carrega consigo 4 acidentes em 82 unidades entregues (taxa de acidente de 4,8%).
Por que o Rafale? O mais caro, o último colocado no relatório da FAB, o que tem mais acidentes, o que não serve para o porta-aviões que temos…
Alguém se aventura a fornecer alguma explicação?
Fonte: Eliane Castanhêde / FOLHA DE S PAULO
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