SÃO PAULO - Nesta terça-feira, 23, Dia Nacional de Luta dos Aeroviários e Aeronautas, os profissionais de diversos estados decidiram protestar nos aeroportos para exigir reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
No Aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo, cerca de 200 pessoas realizam uma manifestação que vai durar até o meio-dia. Eles colocaram uma caixa som dentro do saguão do aeroporto na área do check in. Os profissionais exibem cartazes e fazem discurso pela campanha salarial.
No Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, pelo menos 20 pessoas protestaram hoje cedo. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o ato não prejudicou as operações.
Além da questão salarial, o SNA afirma que os profissionais querem aumento no número do quadro de funcionários. "Enquanto a média de passageiros transportados dobrou, o número de funcionários nas companhias sofreu uma drástica redução. A relação passou de 1.096 passageiros por aeroviário em 1995, para 1.552 passageiros por aeroviário em 2009". Uma reunião será feita amanhã no Rio com representantes das empresas para discutir o dissídio da categoria.
Caso as negociações não avancem, a categoria ameaça paralisar as atividades entre o Natal e o Ano Novo.
Francisco Alves, diretor do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), disse que manifestações foram feitas também no Galeão, no Rio, e nos aeroportos de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e Salvador, na Bahia. O ato também deve ser realizado entre hoje e amanhã no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Segundo o sindicato da categoria, a manifestação é realizada por funcionários de uma empresa que presta serviços para as companhias aéreas. O presidente da entidade, Reginaldo Alves de Souza, disse cerca de 300 pessoas participam da manifestação, que acontece em frente ao check-in. A Infraero, porém, falou em aproximadamente 40 trabalhadores.
O sindicato e a Infraero disseram que o protesto não atrapalha os passageiros.
Aumento de 15% a 30%
De acordo com Reginaldo, os trabalhadores atuam em áreas como a carga e descarga das aeronaves e o auxílio na decolagem dos aviões. "Eles estão recebendo abaixo da média", disse Reginaldo. Segundo ele, o piso desses funcionários gira em torno de R$ 700 a R$ 800. Além dos 30% de aumento sobre o piso, os trabalhadores também pedem aumento de 15% sobre os salários acima do piso.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo, Uébio José da Silva, disse que as companhias aéreas estão deslocando funcionários do check-in para repor os trabalhadores que estão paralisados.
Outros aeroportos
Ainda segundo Uébio, a manifestação acontece também nos principais aeroportos do país, sendo a que a maior delas é a de Congonhas, onde ele também disse que reivindicam cerca de 300 trabalhadores.
A assessoria de imprensa da Infraero disse que, até as 11h30, não havia sido comunicada sobre as manifestações nos demais aeroportos, já que a operação dos voos ocorre normalmente na manhã desta terça.
Em Congonhas, até as 11h, cinco voos estavam atrasados e um havia sido cancelado, o que é considerado dentro do normal, disse a Infraero.
Fontes: Priscila Trindade e Solange Spigliatt/O ESTADO DE S PAULO - Gabriela Gasparin/G1
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