Sequestro em hotel no Rio de Janeiro terminou sem incidentes para mais de 50 portugueses

Dos mais de 50 portugueses, cerca de 45 eram tripulantes da TAP. Muitos estavam nos quartos e não se aperceberam da situação.

A maioria dos portugueses hospedados no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro, nem se apercebeu que esta unidade hoteleira esteve hoje cercada pela polícia durante três horas, depois das instalações terem sido invadidas por um grupo de criminosos que manteve perto de 30 reféns na cozinha.

O grupo ter-se-á refugiado no hotel na sequência de uma perseguição policial. A troca de tiros provocou um morto (uma cidadã brasileira) e quatro feridos, dois dos quais polícias. O sequestro terminou após negociações com a polícia.

À porta do hotel houve troca de tiros entre polícia e sequestradores e morreu uma cidadã brasileira (Foto: Bruno Domingos/Reuters)

Apesar de o hotel ter mais de 50 portugueses hospedados, cerca de 45 dos quais eram tripulantes da transportadora aérea portuguesa TAP, entre os reféns “estava apenas um cidadão nacional que está bem”, confirmou ao PÚBLICO fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades.

O hotel brasileiro, que tinha 400 pessoas nas suas instalações, entre elas atletas que participam amanhã na meia maratona do Rio de Janeiro e um grupo de médicos que assistia a um congresso, foi invadido ao início da manhã por um grupo de criminosos que fez vários reféns na cozinha.

Os restantes hóspedes que se aperceberam do incidente foram aconselhados a ficarem nos quartos até a situação ser resolvida, contou ao PÚBLICO um dos funcionários da unidade, que garantiu que “a situação ficou rapidamente controlada” e que “a parte administrativa do hotel apenas ficou interrompida umas horas para prestar declarações à polícia”.

Trocas de tiros

Fora do hotel houve várias trocas de tiros entre a polícia e o grupo de sequestradores, contabilizando-se um morto e quatro feridos. A vítima mortal, de acordo com a imprensa brasileira, é uma mulher. Contudo, há duas versões sobre a sua identidade: uma aponta para que fosse uma transeunte e outra para que fosse membro do grupo e que até já estaria a ser procurada pelas autoridades.

A maioria dos portugueses era tripulante da TAP. “No hotel estavam hospedadas quatro tripulações, num total de 45 a 50 pessoas. Estão todas bem e vão realizar os dois voos previstos para hoje [ontem] que não vão sofrer alterações”, confirmou ao PÚBLICO fonte da TAP, referindo que há vários anos que ficam neste hotel. O responsável adiantou também que muitos nem se aperceberam da situação, visto que estavam no quarto a descansar e ultimar os preparativos para se encaminharem para o aeroporto.

O gabinete do secretário de Estado das Comunidades assegurou que, ainda assim, a situação continua a ser acompanhada pelo consulado português no Rio de Janeiro.

Várias testemunhas que estavam no local, citadas pelo jornal brasileiro Globo, contaram que viram um grupo de cerca de 70 pessoas vestidas de preto a disparar para o ar e a entrarem no hotel, perto das 8h30 locais (12h30 de Lisboa). As testemunhas disseram, ainda, que os homens saíram de carros, motas e de um caminhão de lixo e que seguiram a pé pela Avenida Aquarela do Brasil até chegarem à orla de São Conrado, onde fica o Hotel Intercontinental.

As autoridades brasileiras explicaram que o incidente começou quando patrulhas policiais se cruzaram com o grupo que, aparentemente, se dirigia em veículos para a Rocinha, uma das grandes favelas do Rio de Janeiro. A polícia e o grupo envolveram-se numa troca de tiros, sendo que a maior parte do grupo conseguiu fugir, mas alguns elementos do mesmo acabaram por refugiar-se no hotel e por fazer reféns.

No local estiveram vários elementos do conhecido Batalhão de Operações Policiais Especiais, o BOPE, que trataram das negociações com os sequestradores. Ao todo terão sido detidos mais de dez elementos do grupo.

Mais detalhes

Tripulantes da TAP apanhados de surpresa

No hotel estavam hospedados mais de 50 portugueses, entre eles 45 tripulantes da TAP. A companhia aérea já fez saber que a sua equipa se encontra bem e que o incidente não vai provocar atrasos nos voos para Portugal.

Ao todo estavam hospedadas no edifício cerca de 400 pessoas, incluindo atletas que participam domingo na meia maratona do Rio e dezenas de participantes num congresso de oftalmologia.

A televisão brasileira mostrou imagens do hotel cercado pelas forças policiais e sobrevoado por helicópteros.

Segundo fontes oficiais, os reféns foram retidos durante várias horas na cozinha do hotel e foram libertados depois de negociações com as autoridades, que capturaram nove dos assaltantes.

"Havia tripulantes (da TAP) no pequeno-almoço que ficaram presos numa sala horas e horas. Uma das colegas que lá está foi mesmo agarrada pelos bandidos mas não sofreu qualquer dano".

A informação foi difundida pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil na rede social Facebook, numa mensagem sobre o sequestro no Hotel Intercontinental, no Rio de Janeiro. "Está tudo bem. Foram todos almoçar e descomprimir", conclui o mesmo texto.






Local do Hotel



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Fonte: Público-Pt -  TV Globo

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