O IL-76 era propriedade de uma companhia de aviação privada do Cazaquistão chamada Aerostan, e que depois foi sub-alugado pelo governo afegão para transporte de munições na rota Tirana-Sharjah-Kabul.
A carga encontrava-se sob todas as normas da ICAO e o carregamento foi então autorizado. Não era o primeiro vôo desta aeronave para a capital do Afeganistão Kabul, nem no rádio surgiu nenhum alerta de proibições especiais ou limitações de qualquer tipo para o vôo.
Enquanto sobrevoavam os céus do Afeganistão, a uma altura de 8000 metros, foi capturado por um caça MIG-21 pertencente ao movimento Talibã, tendo nos momentos imediatos sido forçado a aterrar no aeroporto de Kandahar.
Os talibãs iniciaram então um processo reivindicativo junto do governo de Moscou e até mesmo da própria tripulação do avião já que acusavam o Kremlin de se intrometer nos assuntos internos do Afeganistão, ainda com a memória da guerra do Afeganistão bem fresca.
A tripulação foi imediatamente feita refém sob segurança máxima, até que as condições impostas pelos terroristas fossem satisfeitas na plenitude. O governo russo, as Nações Unidas, a OIC (Organização para a Conferência Islâmica) e os Estados Unidos iniciaram uma corrida diplomática tendo como missão a libertação da tripulação feita refém, sem sucesso.
Assim sendo, o interesse no caso foi esmorecendo com o passar do tempo, tendo surgido por parte dos rebeldes uma nova ameaça de que poderiam matar toda a tripulação do avião. Foi então encetado novo plano negocial com as autoridades talibãs para entrega de um resgate, que nunca chegou a ser divulgado.
A tripulação, quase um ano depois ( passados 378 dias em cativeiro) conseguiu escapar. O plano foi o de iniciar a reparação do avião, e enquanto efetuavam estas tarefas, e num perfeito jogo de sintonia, conseguiram arrancar com o avião sem atrair a atenção dos rebeldes que os vigiavam.
O descolar foi díficil, já que a pista disponível para o enorme avião de carga, equipado com 4 motores, era demasiado pequena, e a perseguição com alguns veículos militares dos talibãs não facilitava em nada as operações.
Com pouco combustível nos depósitos, a tripulação decidiu então ter o vizinho Irã como rota, e felizmente para eles conseguiram posteriormente todas as autorizações para o sucedido que poderia ter causado um grave incidente diplomático entre o governo russo e o governo iraniano. Voando a uma altitude na entre os 50 e 100m e sem efetuar comunicações via rádio para prevenir nova intercepção por parte dos talibãs que deveriam estar à sua procura em território Russo.
Já em céus iranianos o piloto colocou a aeronave na sua altitude normal de operação e aterrisou no aeroporto de Sharjah, já nos Emirados Árabes Unidos.
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Fonte: Pousada da Cmra. Daniele Carreiro
Texto adaptado para o Português-BR
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