Grupo Mexicana suspende voos nacionais e internacionais e gera crise aérea no México

Caos aéreo no México

O México mergulhou em uma grande crise aérea pontualmente as 12h deste sábado, quando foi realizado o cancelamento de todos os voos nacionais e internacionais da companhia aérea Mexicana de Aviación (e das suas filiais, Link e Click).

Só nas primeiras duas horas após o "apagão", a Folha viu centenas de pessoas lotarem os saguões destinados a remarcação de viagens do principal aeroporto do pais, o da capital Cidade do México.

O país possui a terceira maior malha aérea nacional do mundo, perdendo apenas para EUA e Brasil, nesta ordem.

Era uma tragédia anunciada. Desde ontem, TVs e rádios alertavam os mexicanos sobre o cancelamento. Hoje, os maiores jornais mexicanos estampam em suas capas a "aterrissagem" da Mexicana, que já começara a reduzir suas operações as 24h de ontem, com a suspensão de 69 voos marcados para decolar também da capital.

A própria companhia já havia anunciado ontem que iria suspender seus vôos a partir de hoje --por tempo indefinido-- com o objetivo de "facilitar o processo de reestruturação", conforme comunicado oficial. A empresa enfrenta uma severa crise financeira, agravada por custos trabalhistas acima da média internacional, conforme alegam seus executivos.

Mesmo assim, muitos foram pegos de surpresa. Foi o caso do brasileiro Fábio Romcy Fiuza, 29, que faria uma conexão na Cidade do México com destino a Guadalajara, cidade onde estudará pelos próximos quatro meses. O voo estava marcado para as 12h30 e, portanto, foi um dos primeiros a serem cancelados. Ele teve de recorrer a Aeroméxico para comprar uma nova passagem que saísse ainda hoje, as 18h30. Para isso, pagou US$ 200. "Era um prejuízo com o qual eu não contava", reclamou.

Por volta das 14h, Francisco Camacho, 28, diretor de conciliação do Profeco (equivalente ao Procon), tentava informar os passageiros sobre os problemas e os ajudava a encontrar os menores preços.

Na tentativa de amenizar o impacto sobre a malha aérea mexicana, o Profeco negociou descontos junto as companhias Aeromexico, Aeromar, Volaris e Aerobus, de modo a estimular os passageiros prejudicados a comprarem novo bilhetes. Com ele, um voo de Cidade do México a São Paulo saía US$ 600.

Mas Camacho confirma que, apesar do esforço, e grande a expectativa de que o problema cresça nos próximos dias, com o aumento do fluxo e o acumulo de passageiros dos dias anteriores. Não ha previsão para a retomada das operações da Mexicana. "No momento, a Mexicana não existe", explicava aos passageiros. "Peçam o reembolso, mas saibam que ele só virá quando a Mexicana se recuperar." 


Fontes: FOLHA - Agências

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