Embraer aposta que estará em franca recuperação em 2012

Embraer prevê volta ao crescimento em 2012

Linha de montagem do Embraer 195, modelo que ganhou destaque depois das encomendas feitas pela Azul/Embraer

Fabricante de aviões espera voltar ao nível de produção pré-crise até 2012. 

Mesmo que a economia global já mostre sinais de recuperação e que a América Latina apresente a segunda maior expansão do mercado aéreo em todo o mundo, a retomada da produção da Embraer deve se estender pelo menos até o segundo semestre de 2011.

A expectativa é do diretor de aviação comercial para a América Latina da empresa, Luiz Hamilton Lima. Segundo o executivo, o faturamento da companhia pode retomar os níveis pré-crise em 2012 – quase quatro anos depois de deflagrada a pior turbulência global desde a quebra de 1929.

– A maioria dos nossos clientes foi muito afetada pela crise global. Tivemos um período bastante difícil em 2008 e 2009. Agora estamos começando a ver uma luz no fim do túnel, mas só esperamos solidez no perfil dos negócios a partir do segundo semestre de 2011 – avalia Lima.

O baque foi tão grande que derrubou o volume de pedidos firmes em carteira (backlog) da fabricante de aviões para os níveis de 2007: no primeiro trimestre de 2010, foram contabilizados US$ 16 bilhões em backlog, ante aos US$ 15 bilhões de três anos atrás. Poucos meses antes da crise, esse valor ultrapassava a casa dos US$ 21 bilhões.

E a crise só não foi maior em razão das compras de duas empresas latino-americanas. A Aerolíneas Argentinas, novamente estatizada pelo governo Kirchner, confirmou a aquisição de 20 E-Jets do modelo Embraer 190 no primeiro semestre do ano passado, com a entrega das primeiras unidades marcada para este ano. O negócio foi facilitado por um financiamento de US$ 700 milhões à empresa argentina por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com prazo de 12 anos para pagamento.

No Brasil, a Azul também aqueceu a carteira comercial da Embraer ao encomendar 36 E-Jets do modelo Embraer 195 – top de linha da fabricante. A entrega do primeiro avião, com 118 lugares, foi em dezembro de 2008. Em plena crise financeira mundial.


– É claro que essa venda teve um papel fundamental no enfrentamento da crise. A operação da Azul se transformou numa vitrina para nosso produto no mercado global – explica o executivo da fabricante de aviões.

A Azul Linhas Aéreas já tem uma frota de 15 E-Jets: 10 do modelo Embraer 190 e cinco 195. A Trip e a Passaredo também voam no Brasil com aviões fabricados pela Embraer.

A resposta da empresa às dificuldades impostas pela crise tem um nome: E-Jet. A família com quatro modelos de aviões é considerada uma das mais modernas do mundo e é tratada na companhia com sede em São José dos Campos (SP) como a joia da coroa.

Embraer 195 da Azul Linhas Aéreas/ Mario Roberto Duran Ortiz

O conceito, que começou a ser desenvolvido há 11 anos por meio de uma parceria de 16 indústrias e a um custo de US$ 850 milhões, agrega tecnologia e funcionalidade num mercado cada vez mais fracionado.

Segundo o diretor da Embraer, os E-Jets se adaptam bem tanto a trajetos de longo percurso – a autonomia é de 4,4 mil quilômetros – quanto a roteiros regionais. O primeiro modelo da família, o Embraer 170, começou a voar com passageiros em março de 2004 com a polonesa Lot. As entregas do Embraer 195 começaram em setembro de 2006.

A Embraer já estuda a possibilidade de fabricação de novas versões do E-Jet. O anúncio, entretanto, se aprovado pela direção da empresa, só deve ocorrer num prazo mínimo de um ano.

A empresa em números

Faturamento

2007 US$ 5,2 bilhões
2008 US$ 6,3 bilhões
2009 US$ 5,5 bilhões
2010 US$ 5 bilhões (Projeção)

Entrega de jatos

2007 169
2008 204
2009 244
2010 227 (Projeção)


Fonte: Zero Hora/Flávio Ilha 

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