Zona marítima onde equipamento estaria tem 5 km de perímetro. A330, que faria a rota Rio-Paris, caiu dia 31 de maio, matando 228 pessoas.
O governo da França anunciou às agências internacionais de notícias nesta quinta-feira (6) que o submarino nuclear “Nemrod”, da Marinha Francesa, conseguiu localizar a região marítima onde podem estar as caixas-pretas do Airbus A330 da Air France que caiu no Oceano Atlântico no dia 31 de maio de 2009, matando os 228 ocupantes do voo 447, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris.
Embora prudente nas informações, o porta-voz do Executivo, Luc Chatel, disse, em entrevista à emissora de rádio “France Info”, que se trata do mapeamento de uma “região de cerca de 5 km de raio onde possivelmente o equipamento está”.
Segundo o porta-voz, a localização da área onde é mais provável se encontrar o equipamento “não significa que os aparelhos serão recuperados”. De acordo com Luc Chatel, a profundidade de mais de 3 mil metros naquela zona marítima e o relevo da região podem não permitir o trabalho de resgate das caixas-pretas.
Sinais sonoros
O porta-voz adjunto do Ministério de Defesa, Christian Baptiste, informou que o submarino nuclear captou sinais que, depois de analisados pelo fabricante, correspondem aos emitidos pelas caixas-pretas da aeronave que caiu a cerca de 1.300 km do Recife.
Martine Delbono, porta-voz do BEA, órgão francês que investiga as causas do acidente, disse à BBC Brasil que o BEA foi informado sobre a possível localização das caixas-pretas na noite de quarta-feira pelo ministro dos Transportes, Dominique Bussereau, que havia recebido a notícia do ministério da Defesa.
"Neste momento, estamos verificando as informações. Só depois poderemos validá-las ou não. Equipes atualmente na área de buscas, no Atlântico, e também em Paris vão analisar os novos dados", disse a porta-voz na manhã desta quinta-feira.
Os técnicos da Marinha reanalisaram gravações submarinas que haviam sido feitas durante a primeira fase de buscas das caixas-pretas do avião, em meados de junho do ano passado, cerca de três semanas após a catástrofe.
Essas gravações, realizadas pelos potentes sonares do submarino nuclear francês Émeraude, em junho passado, puderam agora ser melhor exploradas com a ajuda de um programa de computador mais sofisticado, não disponível na época.
O novo software permitiu aos especialistas da Marinha, no início desta semana, identificar que os sons gravados no ano passado seriam os emitidos pelas balizas das caixas pretas do avião, afirmou o ministro da Defesa, Hervé Morin.
As balizas não emitem mais, há vários meses, os sinais sonoros que permitem facilitar sua localização.
Mesmo assim, a Marinha francesa acredita ter delimitado com grande precisão a área onde estariam as caixas-pretas, numa zona de buscas de apenas três a cinco quilômetros quadrados.
Na terceira fase de buscas das caixas-pretas, iniciada em março deste ano, os especialistas vasculharam uma área de 2 mil quilômetros quadrados ao noroeste da última posição conhecida do avião.Um robô equipado com câmeras de vídeo será enviado em breve para percorrer a nova área bem mais reduzida.
Luc Chatel, porta-voz do governo francês, declarou, no entanto, nesta quinta-feira a uma rádio francesa, que é preciso ter extrema "prudência" em relação às informações.
"Por enquanto, trata-se de uma zona de localização. Depois, é preciso saber se será possível recuperar as caixas-pretas e em que profundidade elas estariam. Seria uma excelente notícia para todos, principalmente para as famílias das vítimas, para saber o que realmente aconteceu nesse voo Rio-Paris, mas prefiro me manter muito prudente no momento", afirmou Chatel.
As caixas-pretas do avião são fundamentais, diz o BEA, para descobrir as causas do acidente.
Até o momento, os investigadores do BEA afirmaram que houve falhas nos sensores de velocidade do avião, mas que isso "seria um elemento, não a causa do acidente".
As causas do acidente ainda não foram totalmente esclarecidas, e, por isso, o resgate das caixas-pretas é tão importante mesmo após quase um ano da tragédia.
Fontes: G1 - FOLHA - Agências
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