Apesar da crise diplomática, Israel e Estados Unidos assinaram um importante acordo de armas durante a visita do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, a Washington nesta semana, segundo o jornal israelense "Haaretz".
Israel deve comprar três aeronaves Hercules C-130J, fabricadas pela gigante aerospacial Lockheed Martin, num acordo que gira em torno de US$ 250 milhões (R$ 450 milhões) --cada aeronave custa US$ 70 milhões (R$ 126 milhões), informa o jornal.
As aeronaves foram fabricadas para atender especialmente as necessidades de Israel, e incluem vários sistemas produzidos pela indústria de defesa israelense. O acordo será coberto por fundos de assistência internacional dos EUA e o Pentágono deve anunciar oficialmente o acordo na noite desta quinta-feira, diz o jornal.
Há ainda outro acordo entre os dois países envolvendo a compra de caças F-35, do mesmo fabricante, num valor de mais de US$ 3 bilhões (R$ 5,4 bilhões), que, se assinado, deve garantir a Israel a aeronave para 2014, segundo o "Haaretz".
Pressão sobre Israel
O presidente americano, Barack Obama, pressionou o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, para que Israel retome as conversações de paz com os palestinos, informou a Casa Branca nesta quarta-feira (24), um dia depois de os dois chefes de Estado se reunirem, a portas fechadas, em Washington.
"Obama pediu ao premiê israelense que tome medidas com o objetivo de construir confiança com os palestinos, para que haja mais progresso em direção da paz", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.
Segundo o porta-voz, Obama quer que Netanyahu tome ações para convencer os palestinos a retomar as negociações indiretas --suspensas após o anúncio de mais construções na Jerusalém Oriental ocupada.
Gibbs afirmou, contudo, que ainda permanecem as diferenças entre Israel e Estados Unidos e que a Casa Branca busca 'esclarecimentos' do plano de Israel de avançar com as construções em Jerusalém Oriental, cuja ocupação, em 1967, não foi reconhecida internacionalmente e que os palestinos pleiteiam como capital do futuro Estado.
Os palestinos exigem um congelamento total dos territórios ocupados na faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Em resposta, Netanyahu já advertiu que aceitar estes termos para reativar as negociações no formato mediado pelos EUA, de conversas indiretas, poderia prolongar os esforços de paz por mais um ano.
Crise diplomática
Os oficiais americanos e israelenses buscam retomar as relações entre os dois países, que estão em crise após o anúncio de que o plano de construção de 1.600 casas dando prosseguimento à expansão dos territórios ocupados não seria suspenso.
Além disso, na última terça-feira (23), Elisha Peleg, integrante do conselho municipal de Jerusalém e da comissão de planejamento da cidade, disse que mais 20 unidades foram aprovadas para o bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, território cuja ocupação não foi reconhecida internacionalmente e que os palestinos pleiteiam como capital de um futuro Estado.
Peleg disse que a medida era somente um 'passo técnico' e que até cem casas devem ser construídas no total.
A edificação foi aprovada pela Prefeitura de Jerusalém horas antes da reunião em Washington entre Netanyahu e Obama.
Na última terça-feira (23), em discurso perante o Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense (Aipac, na sigla em inglês), o principal lobby judeu nos EUA, Netanyahu ressaltou que seu país seguirá construindo no leste da cidade porque 'Jerusalém não é um assentamento'.
Israel considera Jerusalém sua capital 'única e indivisível', enquanto a comunidade internacional considera ilegais todos os assentamentos judaicos na parte oriental da cidade.
Fontes: FOLHA - Agências
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