Em entrevista para a colunista Eliane Cantanhêde, da Folha , o ministro da Defesa, Nelson Jobim, admitiu a hipótese de o Brasil sofrer retaliação política dos perdedores do programa F-X2, de renovação de 36 caças da FAB (Força Aérea Brasileira). Participam da disputa a americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Saab --com os modelos F/A-18 Super Hornet, Rafale e NG Gripen, respectivamente.
Na entrevista, ele avisa que o Brasil tem de estar preparado para as possíveis retaliações políticas. "Pode haver questões políticas que você tem de saber administrar. Quando você faz opções, sempre pode ter problemas. Isso é risco de país grande, e só vamos ficar sabendo depois", disse ele à Folha.
Jobim disse ainda que chamou a Aeronáutica para mudar as regras da indicação técnica porque "a transferência de tecnologia passou a ser prioridade".
Ele afirma que a escolha do vencedor será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve anunciar a decisão em janeiro. "O presidente decide em janeiro e depois vem a negociação do contrato, que pode levar uns dois meses, como na Marinha."
Jobim pede à FAB que não indique melhor caça
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que pediu à FAB (Força Aérea Brasileira) que não indicasse um vencedor em sua avaliação técnica dos concorrentes ao fornecimento de 36 novos caças ao Brasil
Segundo a reportagem, ele afirmou ainda, por meio de sua assessoria, que "a expectativa é que o relatório venha conforme solicitado", "mas, independentemente da forma [do texto]", "o que vale é a avaliação final feita pelo presidente da República".
Para Jobim, que diz ter pedido só os prós e contras de cada concorrente em itens como preço e transferência tecnológica, "tudo o mais são insumos para essa decisão" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em setembro, o presidente da comissão que avalia o negócio de estimados R$ 10 bilhões, brigadeiro Dirceu Noro, afirmara que iria haver um vencedor do processo seletivo.
A declaração foi dada após a gafe de Lula, que havia anunciado a escolha do francês Dassault Rafale durante visita do seu colega Nicolas Sarkozy, esquecendo de esperar a conclusão da avaliação técnica da FAB.
Comentário do BGA
Tudo indica que estamos em meio a uma verdadeira guerra nos bastdores do Programa F-X2. Uma guerra envolvendo o Ministério da Defesa, de um lado e a Aeronáutica de outro. Afora as pressões externas que devem estar pesando muito e causando a falta de definição do processo todo.
Tudo indica que teremos muitos CB`s e turbulência nesta rota, até a derradeira decisão
Fonte: FOLHA

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