FAB deve concluir análise sobre compra de caças até o fim de outubro, diz Saito

FAB conclui análise técnica este mês 


Ten.-Brig.-do-Ar Juniti Saito, FAB, Comandante da Força Aérea Brasileira

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, disse neste domingo que a FAB (Força Aérea Brasileira) deve concluir até o fim de outubro o relatório com a análise técnica da melhor proposta de venda de 36 aviões de caça ao Brasil. Concluído, o texto será submetido à análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, provavelmente, do Conselho de Defesa Nacional.

"Pretendemos [concluir o relatório] no final de outubro, se Deus quiser", disse o brigadeiro. Saito confirmou a disposição do presidente em convocar o conselho para decidir sobre a melhor proposta de compra dos aviões, depois que a proposta passar pelo Planalto e Ministério da Defesa.



"Isso é com o presidente, mas ele deve convocar", afirmou Saito após participar neste domingo de cerimônia de troca da bandeira na praça dos Três Poderes, em Brasília. Lula já afirmou publicamente, porém, que a palavra final sobre a escolha dos caças será dele.

Três empresas finalistas formalizaram suas propostas definitivas à FAB na sexta-feira, último dia de prazo previsto para o programa FX-2 de renovação da frota de caças brasileiros. Disputam a venda para o Brasil Suécia, Estados Unidos e França.

Os caça Rafale, da francesa Dassault, é o preferido da área política, enquanto o Gripen NG, da empresa sueca Saab, continua no páreo por ser mais barato e oferecer maior transferência de tecnologia. O terceiro concorrente é o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, tido, inclusive no mercado, como praticamente fora da disputa.

Na tentativa de convencer o governo brasileiro, o presidente mundial da Saab, Ake Svensson, admitiu na sexta-feira a possibilidade de o governo da Suécia comprar aviões brasileiros Super Tucano e KC-390 caso o país seja escolhido na concorrência para a compra de 36 aviões-caça pelo governo brasileiro. Os suecos também prometem oferecer 175% de compensações ao governo brasileiro em cima do valor do contrato, assim como transferência integral de tecnologia ao país.

A França, por sua vez, conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que chegou a sinalizar, ao lado do presidente francês, Nicolas Sakozy, sua intenção de priorizar as aeronaves do país.

Só não há sinais aparentes a favor dos F-18, considerados os mais sofisticados do mundo. O governo brasileiro não crê, nos bastidores, nas promessas dos EUA de transferência real de tecnologia.

Enquanto o F-18 trabalha com sistemas norte-americanos, e o Rafale, com franceses, o Gripen NG é ainda um projeto, com cerca de 50% de componentes de diferentes fornecedores e países. O motor, por exemplo, é dos EUA.

Fonte: FOLHA/GABRIELA GUERREIRO

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