Boeing divulga programa de transferência de tecnologia para o Brasil

Saiba quais são os principais pontos da oferta da empresa que será entregue à FAB no próximo dia 2 de outubro.

No próximo dia 2 de outubro, as três empresas concorrentes ao Projeto F-X2 da FAB devem encaminhar suas ofertas finais para o fornecimento de 36 novas aeronaves de combate ao Brasil. Disputando o contrato bilionário com a francesa Dassault (Rafale F3) e a sueca Saab (Gripen NG), a norte-americana Boeing, que oferece o F/A-18 E/F Super Hornet, divulgou nesta quarta-feira os principais pontos de sua proposta de transferência de tecnologia ao Brasil.


Leia a íntegra do documento:

Boeing Integrated Defense Systems
Programa de Transferência de Tecnologia para o Brasil

St. Louis, 30 de setembro de 2009 – O Programa de Transferência de Tecnologia do governo dos Estados Unidos/Boeing para o programa brasileiro F-X2 abre a porta para a cooperação e desenvolvimento entre os dois principais poderes aeroespaciais do mundo – o Brasil e os Estados Unidos.

O Super Hornet proporciona um excepcional pacote de transferência de tecnologia que cobre três áreas distintas:

1) As avançadas tecnologias encontradas no Super Hornet;

2) Tecnologias que apóiam os objetivos brasileiros quanto à autonomia nacional

3) Tecnologias que promoverão, de forma global, o desenvolvimento econômico brasileiro.

A Boeing já se comprometeu com a FAB e a indústria brasileira para o desenvolvimento de parcerias que fortalecerão a todos dentro de um ambiente competitivo. A Boeing estima que, caso fossem criadas de forma independente, essas tecnologias exigiriam investimentos de US$ 1,5 bilhões. O valor dessas tecnologias cresce ao passo que a indústria brasileira os desenvolva em produtos comercializáveis.

1) Avançadas Tecnologias do Super Hornet: As tecnologias empregadas no Super Hornet representam uma categoria à parte. Essas tecnologias dão vantagem ao Super Hornet no ambiente de combate, e serviços de apoio e manutenção superiores em tempos de paz.

- Radar AESA APG-79 – O radar mais capaz do mundo para aeronaves de caça;

- Sistemas Integrados de contramedidas de guerra e defesa eletrônicos;

- Célula de versatilidade comprovada nos mais variados ambientes do mundo;

- Avançada arquitetura de computação;

- Rede de conectividade digital;

- Confiabilidade e capacidade de sobrevivência típicas de aeronave birreator;

- Tecnologias eletro-óticas e infravermelhas de detecção de longo alcance;

- Materiais avançados para estrutura da célula

- Integração multi-origem de sensores e cabine do piloto;

- Avançada suíte de sistemas de mísseis; e

- Assinatura radar reduzida

Ademais, ao manter comunalidade com os Super Hornet dos Estados Unidos, o Brasil se beneficiará diretamente do roteiro de desenvolvimento que visa manter o Super Hornet sempre à frente das ameaças ora em evolução – um programa cujo valor é de bilhões de dólares.

- Modernização da integração de sensores AESA, FLIR e sistemas de designação de alvos;

- Modernização dos sistemas de comunicação e de rede; e

- Integração de novas armas

2) Tecnologias projetadas para dar autonomia: hardware, software, conhecimento técnico e treinamento que irão proporcionar à indústria brasileira a capacidade necessária para apoiar e gerenciar as atividades deste caça nos próximos 30 anos, ou permitir o desenvolvimento de um caça de projeto nacional.

- Apoio e manutenção do Super Hornet será realizado no Brasil, e os trabalhos transferidos à FAB e à indústria brasileira. São enormes as implicações no que tange mercado e receita;

- Acesso ao Programa Operacional de Vôo da aeronave, que faz interface com os softwares dos subsistemas desenvolvidos no Brasil;

- Pesquisa do campo de aerodinâmica supersônica através do fornecimento ao Brasil de um túnel de vento tri-sônico;

- Papel de liderança, no Brasil, na integração multifase dos sistemas de armas brasileiros;

- Montagem final, serviços de pista e ensaios de recebimento dos Super Hornets no Brasil;

- Conjuntos estruturais do Super Hornet;

- Operações de ensaios em voo no Brasil através de aeronave instrumentada;

- Centro de modelagem e simulação;

- Treinamento de missão distribuída;

- Manuais técnicos eletrônicos integrados;

- Montagem do motor, inspeção, ensaios e ferramental;

- Treinamento de minimização da assinatura de radar e tecnologias stealth (furtividade);

- Co-desenvolvimento das modificações destinadas ao Super Hornet; e

- Geração do arquivo de dados de ameaças.

3) Desenvolvimento econômico no Brasil: A infusão de tecnologia que aumenta a capacidade da indústria brasileira em gerar receita, crescimento e empregos.

- Tecnologias de usinagem;

- Centro Boeing de Capacidade Integrada para focalizar a evolução da próxima geração de tecnologias;

- Apoio e co-desenvolvimento do KC-390 no que diz respeito às áreas críticas de projeto;

- Tecnologia de materiais avançados e sua fabricação;

- Análise e reparo de danos em materiais compostos;

- Fabricação de material eletrônico;

- Microssistemas eletro-mecânicos.

- Veículos aéreos não-tripulados;

- Tecnologias de segurança interna para avaliar infraestruturas críticas no Brasil;

- Gerenciamento de estoque através de sistemas automatizados de rastreamento e resposta; e

- Desenvolvimento e treinamento de currículo aeroespacial.

As tecnologias descritas acima fazem parte do contrato direto, governo a governo, aprovado pela Marinha, Departamento de Defesa, Departamento de Estado e Congresso dos Estados Unidos. O governo brasileiro poderá contar com alto grau de confiança de que as tecnologias acima descritas, que derivam da proposta de offsets da Boeing, cumprirão os requisitos e prazos da FAB. Mundialmente, a Boeing já completou mais de US$ 30 bilhões em obrigações industriais, dentro, ou antes, do prazo.

A Boeing e seus principais fornecedores anualmente registram receita que se aproxima da marca de US$ 500 bilhões. Este mercado – que compreende defesa e comercial – dos Estados Unidos é 10 a 100 vezes maior que aqueles em que atuam seus competidores. A escolha da solução Boeing/Estados Unidos para o programa F-X2 torna esse mercado mais accessível – promovendo assim receita, crescimento e empregos em grau que competidores não conseguem igualar.

Os Estados Unidos e a Boeing acreditam que o Brasil é um país-par, e não somente um país-cliente. O pacote de transferência de tecnologia enfatiza nossa visão de um relacionamento bilateral que se prolongará pelo Século 21.

Fonte: Defesa Brasil

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