Passageiros passam bem após fim de sequestro de avião no México

Passageiros estão bem

Os mais de cem passageiros do voo 576 da empresa aérea Aeroméxico que foi sequestrado no ar no trajeto entre o balneário de Cancún e a capital, Cidade do México, nesta quarta-feira "estão sãos e salvos", informou o ministro de Transportes, Juan Molinar Horcasitas, à agência de notícias France Presse.

O avião saiu da Bolívia --a cidade ainda não foi confirmada-- com destino à Cidade do México e realizou uma escala em Cancún. Já neste segundo trecho da viagem, de acordo com dados preliminares dos jornais mexicanos "El Universal" e "Reforma", os criminosos se identificaram e afirmaram que detonariam bombas dentro da aeronave a menos que tivessem um encontro com o presidente Felipe Calderón.

Imagem de TV mostra passageiros deixando avião sequestrado no México; policiais invadiram aeronave e prenderam alguns suspeitos

Conforme informações das rádios mexicanas, os sequestradores ordenaram que os pilotos dessem sete voltas sobre o aeroporto da capital antes de pousar, mas isso não foi possível devido às limitações do combustível.

Em terra, o avião --um Boeing 737-- taxiou para um setor do terminal destinado a ameaças de bomba, segundo o jornal mexicano "El Universal". Policiais cercaram a aeronave e, logo depois, os passageiros começaram a desembarcar, levando bagagens de mão. Eles foram tirados da pista em ônibus do aeroporto. Na sequência, às 14h55 desta quarta-feira (16h55 pelo horário de Brasília), os policiais invadiram o avião por uma porta traseira e renderam os suspeitos. Alguns saíram algemados.

Não há consenso sobre o número de suspeitos presos, porém as informações das agências de notícias e dos meios de comunicação mexicanos variam de sete a nove.

Uma autoridade do governo americano ouvida pela agência de notícias Reuters disse que foram oito os presos; que os passageiros somavam 112; e que entre eles havia cidadãos mexicanos, americanos e franceses.

O Ministério de Transportes informou que os sequestradores nunca chegaram a entrar na cabine de controle nem a comprometer, seriamente, a segurança do voo. Imagens da TV Azteca, filiada à rede americana CNN, já tinham mostrado que o piloto observou a retirada dos passageiros e a prisão dos suspeitos pela janela.

"Interviemos na situação de crise e conseguimos retirar os passageiros a salvo. Os órgãos de segurança estão realizando as investigações pertinentes", completou o ministro.

Uma passageira, Adriana Romero, disse a uma TV mexicana que não percebeu o sequestro até o pouso. "Nós só percebemos que era um sequestro quando vimos os carros de polícia." Outro, identificado como Daniel Fernández, informou em entrevista concedida por telefone a outra TV mexicana que um dos criminosos levava uma Bíblia.


Pastor diz que "inspiração" o motivou a sequestrar avião no México


Boliviano que se identificou como pastor e sequestrou um avião na Cidade do México

Um boliviano identificado como José Marc Flores Pereira é o único acusado pela polícia do México de sequestrar o voo 576 da empresa Aeroméxico, naquele país, nesta quarta-feira. Isso porque, segundo o secretário da Segurança Pública, Genaro García Luna, o boliviano disse ter agido devido a uma "inspiração divina", sozinho e sem bomba alguma.

Conforme o secretário, às autoridades, Pereira, de 44 anos, afirmou ter tido "uma revelação de que o México estava diante de um perigo, de um terremoto". Essa "revelação", segundo o testemunho de Pereira à polícia, teria ocorrido hoje por ser 9 de setembro de 2009 (9/9/9), já que, "se esses números são colocados de ponta-cabeça, fica 666", que é o número da besta.

O avião voava de Cancún com destino à Cidade do México quando, ainda conforme García Luna, o pastor disse a uma aeromoça que estava acompanhado de outras duas pessoas e que detonaria uma bomba a bordo, a menos que conseguisse falar com o presidente Felipe Calderón. Em seu depoimento, ainda segundo a versão da polícia, ele teria dito que os seus comparsas eram "Deus e o Espírito Santo" e que não havia bomba alguma.

Na chegada ao aeroporto, Pereira chegou a reivindicar que o piloto sobrevoasse o aeroporto de Cidade do México sete vezes antes de pousar, mas teve o pedido negado por limitação de combustível. Mais cedo, o Ministério de Transportes do país já havia anunciado que, durante o sequestro, ninguém havia entrado na cabine de controle nem representado real ameaça à segurança de voo. Entre os passageiros havia um deputado mexicano e estrangeiros.

Diante dos jornalistas mexicanos, Pereira afirmou que queria chamar atenção "para que nos unamos sem diferenciação, sem religião, para clamar pelo México". Usando jeans e botas de vaqueiro, ele confirmou que queria dizer a Calderón "que Deus nos fala nestes tempos e que ele fale no Zócalo [praça central] que, quando o homem disser 'bendito seja Jeová', o povo de Deus responderá 'bendito seja Jeová'."

García Luna afirmou aos meios de comunicação mexicanos que o boliviano já esteve detido, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), vive no México há 17 anos e é "viciado em álcool e em drogas". O secretário não soube informar por quais crimes Pereira poderá ser processado.

De acordo com a agência de notícias Efe, Pereira tem um site na internet pelo qual vende CDs e diz ser um "evangelista internacional, com testemunho impactante de como Deus o salvou da cocaína e do álcool".

Durante entrevista aos meios de comunicação mexicanos, o secretário explicou que as outras cinco pessoas presas ao lado do pastor não têm ligação com o caso e que foram detidas, logo que a polícia invadiu a aeronave, para assegurar que suspeitos não escapariam entre reféns.

Fontes: FOLHA - Agências -

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