Iata alerta para os efeitos da crise na aviação mundial; Tam e United projetam cenário positivo

Situação da economia afeta fortemente a aviação

O mundo está doente economicamente. O cenário pouco otimista é explicado pelo diretor geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) no Brasil, Filipe Reis. O executivo participou na manhã desta segunda-feira (21/09), em São Paulo, de um painel sobre o panorama aéro Brasil X Estados Unidos organizado pelo Comitê de Viagens e Negócios da Amcham. "As companhias aéreas não conseguirão recuperar as perdas antes de 2012. No Brasil, especificamente, o segmento de cargas registrou quedas de 11,3% em receita e em transporte de passageiros o índice foi menor. A demanda teve uma diminuição de 4%", afirma Reis.



Ele menciona que os prejuízos das companhias aéreas no mercado internacional com a crise somente serão recuperadas nos próximos cinco anos. Para esse ano, a estimativa de perda de receitas deve alcançar os US$ 11 bilhões, um valor positivo se comparado com 2008 quando a taxa chegou a US$ 16,8 bilhões. "Em 2010, a situação vai se normalizando e as perdas do setor de aviação estão projetadas em US$ 3,8 bilhões", diz Reis. O diretor ressalta que apesar do prejuízo das empresas na América do Norte registrarem um índice de US$ 2,6 bilhões, as linhas aéreas da região foram rápidas na reação. Cerca de 18% da capacidade de oferta foi retirada do mercado entre maio de 2008 e o mesmo período de 2009.

O mercado latino-americano não sofreu tanto os efeitos da crise. No entanto, Filipe Reis alerta para uma mudança estrutural no setor de aviação no Brasil. Segundo ele, o maior desafio no país são os aeroportos e com eles melhores formas de gestão. A concessão seria uma opção. "A aviação comercial deve ser incentivada, mas sem depender de pressões políticas. O Ataero, adicional de 50% que as companhias aéreas brasileiras pagam para suas operações nos aeroportos deve ser eliminado. Afinal, o valor arrecado - em 2008 foram R$ 800 milhões - não é revertido em benefício de melhoria em infraestrutura e serviços para os passageiros", comenta o diretor geral.

Sobre as tendências de tráfego aéreo entre o Brasil e os Estados Unidos, o executivo salienta que as oportunidades como a entrada de novas companhias aéreas no Brasil e o aumento de destinos servidos devem ser aproveitadas. Hoje, as empresas aéreas norte-americanas utilizam as 126 frequencias acordadas pelo acordo bilateral. Em contrapartida, no Brasil são operados 53 voos, todos pela Tam. "Iniciativas como uma nova sistemática para concessão de vistos de forma eletrônica e modernização dos processos imigratórios são algumas das soluções apontadas por Reis para desenvolver ainda mais o tráfego de passageiros entre os dois países.

A Tam, por sua vez, aposta alto no mercado americano e projeta um ano de 2010 melhor. "Estão previstos no país a realização de iniciativas privados no valor de até R$ 160 milhões. A confiança está crescendo e o desemprego caindo. O quadro é positivo", diz Klaus Kühnast, diretor de Vendas da Tam. Para os Estados Unidos, a Tam oferece 28 voos para Miami, 18 frequencias para Nova York e sete voos para Orlando. Cerca de 25% das vendas da Tam no Brasil são provenientes do mercado internacional. Desse total, 27% são bilhetes para destinos norte-americanos.

No segmento corporativo, foco de atuação da empresa, a comercialização de passagens internacionais representam 13% do total. Desse número, 30% são direcionados para os Estados Unidos. "Embora o mercado internacional de passageiros tenha caído 6,4% neste primeiro semestre, conseguimos crescer 14%. Fizemos uma readequação em nossas tarifas, especialmente no segmento corporativo", enfatiza Künhast.

A United também procurou alternativas para combater a crise. A companhia passou a atuar no segmento mais econômico, sem, contudo, desprezar os passageiros de classe executiva e premium. "A América Latina foi, com certeza, a região menos afetada e conseguimos equilibrar os números globais. Mantivemos uma ocupação em torno de 84% em agosto deste ano e a queda em passageiros não chegou a 2%", comemora Luiz Camillo, gerente de Vendas da United Airlines para o Brasil. Além disso, a United não parou os investimentos. Até o final de 2010, a companhia completa o processo de reconfiguração das 55 aeronaves boeing 777. Já passaram pela modernização as frotas de 747 e 767. Os recursos são de US$ 160 milhões.

Fonte: Mercado e Eventos

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