Pioneira da aviação, Amelia Earhart, que desapareceu com seu avião em 1937, na tentativa de tornar-se a primeira mulher a dar a volta ao mundo pilotando um avião.
Continua a ser um dos maiores mistérios da era dourada da aviação: O que teria acontecido com a primeira aviadora americana, Amelia Earhart, quando ela desapareceu sobre o Pacífico 72 anos atrás?
Talvez a pergunta finalmente tenha uma resposta , se depender de uma expedição a um pequeno arquipélago no Oceano Pacífico, onde os pesquisadores acreditam que ela possa ter vivido solitariamente por alguns dias numa ilha deserta, até sucumbir.
Para testar a teoria, a expedição organizada pelo Grupo Internacional de Recuperação de Aviões Históricos ( TIGHAR), obteve amostras de DNA de um membro da família de Earhart e vai compará-los aos itens encontrados em uma ilha isolada de Nikumaroro. Ric Gillespie, diretor do TIGHAR, disse estar otimista em acreditar no sucesso da missão, pois alega confiar que poderá encontrar materiais lá e comparar com as amostras de DNA, pela primeira vez.
Earhart era uma pessoa muito popular nos anos 20 e 30, num momento em que a indústria aeronáutica havia se tornado uma obcessão nacional. Sendo uma mulher num mundo de homens, ela tornou-se famosa pelo seu espírito aventureiro.
Ele ganhou as manchetes como a primeira mulher a voar em um avião sobre o Atlântico, embora seu avião fora pilotado por um homem. Em seguida, ela viajou pela América, fazendo voos de demonstração e organizando corridas aéreas entre mulheres pilotos. Em 1932, ela repetiu a façanha de Charles Lindbergh, ao realizar um voo solo sobre o Atlântico, tornando-se a segunda pessoa a voar sozinha entre a América e a Europa.
A tragédia, contudo, se manifestou em 1937, em um voo épico em volta ao mundo, quando o avião de Earhart, teve problemas sobre o Pacífico. Earhart fez contato via rádio informando que estava ficando sem combustível e comecou a descida em algum lugar próximo à Howland Island, parte da mesma cadeia de ilhas de Nikumaroro Island. O presidente Roosevelt, ordenou uma busca aeronaval, mas as buscas foram infrutíferas.
A equipe de Gillespie tem trabalhado em Nikumaroro por quase uma década, seguindo pistas de relatos datados de 1940 e originados de oficiais britânicos que estavam preprarando a então ilha desabitada, para a introdução de plantações e acabram descobrindo um local onde havia restos de um esqueleto. Aqueles restos se perderam, mas suas medidas indicavam que poderiam ser de uma uma mulher branca. Em 2007, Gillespie encontrou o local e achou apetrechos de maquiagem muito comuns no início do século 20 e até alguns fragmentos de vidro que poderiam ser originários de um pequeno espelho no estilo dos anos 30.
Gillespie disse que as modernas técnicas de análise de DNA, permitem agora que quaisquer artefatos recuperados possam ser analisados e comparados com precisão, às amostras de DNA da família de Earhart. A equipe vai procurar traços do DNA mitocondrial, pois ele quebra menos facilmente que os cromossomos do núcleo da célula.
Gillespie também disse que a missão, programada para o próximo verão tem chance de sucesso, e encara a missão como um desafio intelectual que busca entender o que se passou; a emoção da descoberta. Segundo ele, é dificil na arqueologia ter uma experiência tipo Indiana Jones. Hoje em dia dia quase tudo acontece no interior dos laboratórios.
A missão é controversa e gera desconforto aos entusiastas de Earhart. Em parte baseado na teoria que Earhart teria tido condições de fazer contato via rádio , após a queda do avião, o Lady Lindy. A TIGHAR acredita que aqueles sinais indicariam que ela pousou e teria sobrevivido pois teria chegado a uma ilha desabatida. Já outros, incluindo pesquisadores da época, acreditam que as chamadas via rádio ou nunca ocorreram, ou foram sinais anômalos de rádio.
Mas de uma coisa não há dúvida. A contínua fascinação que o nome Earhart gera no imaginário popular. Ela teve sua história contada no filme ´´ Night at the Museum 2 ´´, no início deste ano e dentro de alguns meses, outra produção hollywoodiana sobre sua vida, estrelada por Hilary Swank, virá à público.
Gillespie diz não fazer parte do fã-clube de Earhart, mas que na qualidade de cientista, procura chegar ao fundo do mistério. ´´ Reconhecemos seus feitos extraordinários, contudo somos investigadores científicos. Temos que reconhecer seus fracassos também. ela terminou onde terminou porque não deu atenção a algum detalhe,´´ afirmou ele.
Fonte: The Guardian
Tradução: BGA
Nenhum comentário:
Postar um comentário