Voo Air France 447: No meio do Atlântico, Airbus relatou problemas técnicos

Avião enviou mensagem de "falha no circuito elétrico" enquanto enfrentava turbulência no oceano Atlântico

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Familiares chegam ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Foto: Reuters

SÃO PAULO - Os motivos para o desaparecimento do Airbus A330 da Air France, que saiu do Rio de Janeiro com destino a Paris, seguem desconhecidos. De acordo com a Aeronáutica, o voo 447, que deveria ter chegado a Paris às 6h10 (horário de Brasília, pode ter tido problemas técnicos. Durante o voo, a 1.228 quilômetros de Natal, a aeronave informou perda de pressurização e falha no sistema elétrico. O diretor de comunicação da companhia, François Brousse, declarou que também é possível que o avião tenha sido atingido por um raio.

O voo 447 levava 126 homens, 82 mulheres, 7 crianças e um bebê, além dos 12 tripulantes - 3 tripulantes técnicos e 9 comissários. O nome dos passageiros ainda não foram divulgados pela companhia. Segundo a companhia, a aeronave entrou em funcionamento em 2005 e recebeu manutenção pela última vez em 16 de abril deste ano.


Desaparecimento


A fabricante de aeronaves Airbus informou que ofereceu assistência técnica na investigação sobre o desaparecimento do avião. A companhia apontou, porém, que a investigação segue a cargo das autoridades responsáveis e seria "inapropriado" que a empresa levantasse qualquer hipótese sobre as causas do acidente neste momento.

O desaparecimento de aviões de telas de radar durante o voo é "raríssimo", segundo disse à BBC Brasil o presidente da Federação Internacional das Associações de controladores de Tráfego Aéreo, IFACTA, na sigla em inglês. De acordo com Mark Baumgartner, ainda é muito cedo para tentar dizer o que pode ter ocorrido com o voo da 447 da Air France.

Segundo Baumgartner, já houve desaparecimentos do tipo no passado - como no caso do voo 881 da TWA, que explodiu perto da costa de Long Island segundos depois de desaparecer dos radares - mas são situações raras. Em alguns casos, o avião teve que realizar pouso de emergência no meio do caminho. Para Baumgartner, no caso de uma falha técnica, o avião provavelmente teria tentado pousar em algum lugar no meio do caminho.

A última localização do avião é desconhecida. O último contato com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta 3) foi feito a 565 quilômetros de Natal. Às 22h48, quando a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta 3, as informações indicavam que o avião voava normalmente a 35.000 pés (11 quilômetros) de altitude e a uma velocidade de 840 km/h, segundo a FAB. "Já tinha passado por (Fernando de) Noronha às 22h33. Uma hora depois o avião teria que fazer contato por rádio novamente e nesse momento não fez esse contato", disse a assessoria da Força Aérea Brasileira (FAB). "Em função disso entramos em contato com a Ilha do Sal (Cabo Verde). A aeronave também não fez nenhum tipo de contato com eles e nem apareceu no radar", acrescentou. O conjunto dos controles aéreos civis brasileiro, africano, espanhol e francês tentaram em vão estabelecer contato com o voo AF 447. O controle aéreo militar francês tentou detectar o avião, sem sucesso.

A Air France disse que os pilotos tinham grande experiência. O comandante tem 11 mil horas de voo e já tinha efetuado 1.700 horas no Airbus A330/A340. Os dois copilotos possuem: um 3 mil horas de voo, sendo 800 horas em Airbus A330/A340 e o outro 6600, sendo 2 600 em Airbus A330/A340. O avião tem um total de 18.870 horas de voo e começou a operar em 18 de abril de 2005, sendo que a última visita de manutenção em hangar foi feita em 16 de abril de 2009.

Um avião militar francês deixou uma base no Senegal para participar das buscas da aeronave da Air France. A aeronave será usada nas buscas, um Breguet Atlantique, partiu da principal base militar francesa em Dacar. O Atlantique é um avião de reconhecimento de longo alcance. A Força Aérea Brasileira também foi mobilizada para iniciar as buscas do avião e enviou dois aviões - P95 e C130 - com equipes especializadas em busca e resgate para a região do arquipélago de Fernando de Noronha.

Veja os contatos feitos pela aeronave:

- 19h30 (horário de Brasília) - a aeronave decolou do Aeroporto do Galeão

- 22h33 (horário de Brasília) - a aeronave realizou o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III), na posição INTOL que está localizada a 565 quilômetros de Natal (RN). Neste ponto, a aeronave informou que ingressaria no espaço aéreo de Dakar, a 1.228 quilômetros de Natal, às 23h20 (horário de Brasília).

- 22h48 (horário de Brasília) - a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta III, de Fernando de Noronha. As informações indicavam que a aeronave voava normalmente a 35.000 pés (11 quilômetros) de altitude e a uma velocidade de 453 KT (840 quilômetros por hora).

- 23h20 (horário de Brasília) - este era o horário estimado para o novo contado da aeronave, o que não aconteceu. O Cindacta III informou a falta de contato ao Controle Dakar.

- 02h30 (horário de Brasília) - , desta segunda-feira (dia 1º), o Salvero Recife acionou os meios de busca da Força Aérea Brasileira (FAB), com uma aeronave C-130 Hércules e uma P-95 Bandeirante de patrulha marítima, além do Esquadrão aeroterrestre de Salvamento (PARASAR).

- 8h30 (horário de Brasília) - , desta segunda-feira (dia 1º) - a Air France informou ao Cindacta III que a aproximadamente 100 quilômetros da posição Tasil, a 1.228 quilômetros de Natal, o voo 447 enviou uma mensagem para a companhia informando problemas técnicos na aeronave (perda de pressurização e falha no sistema elétrico).

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