Chuva e pouca visibilidade prejudicam buscas ao Airbus da Air France


As condições climáticas na região do Atlântico onde caiu o avião da Air France que fazia o voo 447 prejudicam as buscas nesta sexta-feira. Em Recife (PE), o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Decea (diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo), afirmou que há chuva na região e que a visibilidade é baixa.

Aeronaves militares mantêm os trabalhos de reconhecimento na região, em busca de destroços do Airbus.



Um grupo de familiares de ocupantes do voo 447 seguiu na manhã de hoje do Rio para Recife para conhecer os trabalhos de busca. No Cindacta-3 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), os parentes dos ocupantes da aeronave assistirá a uma exposição sobre a operação por destroços do Airbus e suas dificuldades.

Os parentes não irão a Fernando de Noronha, acompanhar de perto as buscas. Após a reunião no Cindacta, o grupo retornará ao Rio.

Segundo Cardoso, as condições meteorológicas ruins afetaram até o trabalho do avião-radar R-99. É este aparelho que faz o primeiro reconhecimento por radar e indica as coordenadas geográficas. Elas são repassadas às embarcações da Marinha, que, por sua vez, se aproximam dos locais detectados.

Afora o R-99 a Aeronáutica se vale de outros aviões. O piloto de um deles que esteve hoje na região onde foram encontrados os destroços voltou a Recife e falará com parentes dos ocupantes da aeronave. "Vão mostrar pra eles a dificuldade de fazer a visualização pois trata-se de uma missão complexa, dura várias horas para fazer as buscas e precisa ser tripulação e aeronave especializadas", disse Cardoso.

Devido ao contexto de má condição climática no oceano e dificuldade de visualização e chuva, a possibilidade de encontro de sobreviventes e corpos se tornam cada vez mais distantes.

O trabalho de resgate não será abandonado, segundo o brigadeiro. Entretanto, as equipes vão intensificar os trabalhos para encontro de peças que possam elucidar o sumiço do jato.

O diretor do Decea afirmou que outros materiais encontrados podem vir a ser descartados. A confirmação de origem das peças localizadas só será possível no momento em que elas estiverem nas embarcações.

Busca inconclusiva

Nesta quinta-feira, a FAB informou que os destroços já retirados do Atlântico pelas equipes de buscas não são do Airbus. "Nenhum material do avião foi recolhido. O que nós vimos foram materiais pertencentes a uma aeronave que foram deixados por causa da prioridade de buscas de corpos", afirmou Cardoso. "Até o momento nenhum pedaço da aeronave foi recuperado."

Uma mancha de óleo avistada no local também não foi relacionada com o acidente.

A Aeronáutica informou que não haverá mudanças nos trabalhos de buscas pelo avião, que devem ser reforçados no fim de semana, com a chegada de aeronaves e embarcações da França.

Os motivos do acidente ainda permanecem obscuros, inclusive para o órgão francês responsável pela investigação do acidente. O BEA (escritório de pesquisas e análises, na sigla em francês) afirmou nesta quinta-feira que as mensagens automáticas enviadas pela aeronave só ajudam a esclarecer duas coisas: que o avião passou por uma turbulência e uma tempestade.

Há certeza também de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo.

Segundo eles, não é possível precisar a exata velocidade em que o avião voava. Ontem, fontes da investigação ouvidas pelo jornal "Le Monde" disseram que a velocidade "incorreta" de uma aeronave em meio a uma tempestade pode derrubá-la.

O órgão francês alertou ainda para o risco de "interpretações erradas ou especulação" sobre a queda do Airbus. O BEA deve divulgar novos detalhes em entrevista no sábado.

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