Funcionários do Pentágono informaram nesta sexta-feira, sob condição de anonimato, que os satélites do país captaram movimentação em um dos locais usados pela Coreia do Norte para lançar mísseis de longo alcance, o que pode indicar a iminência de um novo lançamento. Mais cedo, o governo do ditador Kim Jong-il já havia lançado um foguete de curto alcance, no sexto lançamento feito só nesta semana.
Informações obtidas pela agência de notícias France Presse indicam que o atual movimento de veículos norte-coreanos é semelhante ao observado nos trabalhos prévios ao lançamento de um foguete de longo alcance, no mês passado.
O governo da Coreia do Norte diz que os lançamentos recentes de mísseis configuram uma "medida de autodefesa" necessária diante das ameaças do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) de estender sanções aplicadas contra o país em repúdio ao teste atômico realizado nesta segunda-feira (25). O discurso de "autodefesa" é o mesmo usado para justificar a suspensão do armistício do fim da Guerra das Coreias (1950-1953).
Para a Coreia do Sul, a vizinha Coreia do Norte está cada vez mais agressiva e pode estar preparando ações militares. Barcos pesqueiros chineses foram vistos saindo de uma área disputada da fronteira marítima na costa oeste da península. Especialistas especulam que Pyongyang poderia iniciar um combate nas águas disputadas com a Coreia do Norte e que são procuradas nesta época do ano por barcos que pescam caranguejos.
Nos últimos dez anos, as duas Coreias travaram duas violentas batalhas navais nas águas que banham a península, em 1999 e 2002.
"Nós ainda não viemos nenhum movimento incomum de tropas que acompanhe seu discurso violento dos últimos dias", disse o porta-voz do Pentágono Geoff Morrell, de Cingapura, onde acompanha o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, em um evento sobre segurança. Gates afirmou que não têm planos de ampliar o número de soldados na Coreia do Sul --hoje, são cerca de 28,5 mil que dão apoio aos 670 mil militares sul-coreanos.
Os militares americanos e sul-coreanos estão em alerta para a ameaça da Coreia do Norte, a despeito do discurso da cúpula. É o nível mais alto de alerta desde o primeiro teste nuclear do regime norte-coreano, realizado em 2006.
Soldados da Coreia do Sul transportam sistema de mísseis em exercício na fronteira com a Coreia do Norte
Conselho de Segurança
É por infringir os termos das sanções impostas em 2006 que a Coreia do Norte será alvo de uma nova resolução, por parte do Conselho de Segurança da ONU. Os membros da entidade discutem atualmente quais sanções adotar contra a Coreia do Norte de modo a não agravar o isolamento daquele país e congelar as negociações pela desnuclearização.
Pyongyang afirma que os cinco representantes permanentes do Conselho de Segurança --Estados Unidos, Rússia, França, China e Reino Unido-- são "hipócritas", pois realizaram "99,99% de todos os testes nucleares". "O teste conduzido por nossa nação desta vez é o número 2.054 da Terra", afirmou o Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte.
Embaixadores dos cinco membros permanentes e dos dois países mais afetados, Japão e Coreia do Sul, reuniram sugestões a serem debatidas em reuniões. Um diplomata afirmou nesta quinta-feira (28) que a lista inclui um embargo ainda maior sobre armas e restrições para as operações financeiras e bancárias do regime comunista.
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