Eric Moody passou pelo problema em 1982, com 247 passageiros a bordo. As quatro turbinas do jumbo perderam força por 15 minutos.
Eric Modody, comandante do Jumbo da British Airways na época do incidente/ Reprodução TV Globo
O maior caos da história da aviação já deixou pelo menos 7 milhões de passageiros no mundo sem viajar. Os transtornos são para evitar tragédias - ou pelo menos um susto.
A erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia, lançou no ar uma nuvem composta por partículas de vidro, areia e rocha. O fechamento do espaço aéreo europeu, resultado da erupção de um vulcão islandês na última quarta-feira, pode ter provocado o cancelamento de mais de 63 mil voos até este domingo (18).
Na noite de 24 de junho de 1982, havia um vulcão na rota de um jumbo da British Airways. O avião ia de Londres à Nova Zelândia com 247 passageiros a bordo, em uma viagem de mais de 20 horas.
Durante a noite, o piloto não viu a nuvem de fumaça vulcânica. Quando o avião entrou nela, as quatro turbinas pararam de funcionar. Felizmente, a pane durou só 15 minutos. Para o comandante daquele avião, porém, foi uma eternidade.
Eric Moody jamais vai se esquecer do momento em que as turbinas silenciaram na imensidão do céu. O avião voava a 11 mil metros de altitude quando mergulhou na fumaça carregada de cinzas vulcânicas, que entupiram os motores.
"Tentamos tudo o que aprendemos nos simuladores de vôo", diz Moody. "Nada funcionou. Então decidi embicar o avião pra baixo, pra ganhar velocidade e continuar planando. Enquanto isso, o co-piloto e os mecânicos tentavam religar as turbinas."
"Quando o avião chegou a 7 mil metros, quase a metade da altitude de cruzeiro, estávamos sobre a ilha de Java, na Indonésia. A idéia era tentar pousar no mar", conta o piloto. "Lá pelos 4.000 metros de altitude, tentei avisar os comissários pra que eles tomem as devidas providências'', diz ele. "Ninguém atendeu o intefone. Então usei o alto-falante, que foi ouvido por todos. Fui transparente e sincero, sem perder o otimismo: 'Senhores passageiros, tivemos um problema e perdemos a força das quatro turbinas. Estamos buscando uma solução. Peço que o chefe dos comissários entre em contato com a cabine de comando'."
Segundo Moody, muitos passageiros começaram a escrever bilhetes de despedida, mas, surpreendentemente, a maioria parecia confiante. Depois de 15 minutos, com o avião já abaixo da nuvem vulcânica, as turbinas voltaram a funcionar.
Por causa do que aconteceu com o comandante britânico, as companhias aéreas não se arriscam mais.
Fontes: G1 - Rede Globo
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