Nova nuvem de cinzas chega à Grã-Bretanha, dizem autoridades

Erupção de vulcão na Islândia teria se intensificado. Europa enfrentou quinto dia de caos aéreo nesta segunda-feira (19).

Cinzas e vapor erguem-se do vulcão na geleira Eyjafjallajokull nesta segunda-feira (19) na Islândia. (Foto: Reuters)

A erupção do vulcão da Islândia intensificou-se nesta segunda-feira (19), com uma nova nuvem de cinzas deslocando-se para a Grã-Bretanha, anunciaram à noite as autoridades aéreas britânicas.

A Europa enfrentou nesta segunda-feira o quinto dia de caos aéreo por conta das cinzas. As autoridades informaram que, na terça, as restrições a voos seriam parcialmente levantadas.

"A erupção vulcânica na Islândia se intensificou e uma nova nuvem de cinzas está se deslocando para o sul e o leste em direção a Grã-Bretanha", afirmou o serviço de controle do tráfego aéreo britânico (Nats).

"A última informação do Met Office (o serviço de meteorologia) mostra que a situação está piorando em algumas áreas", afirmou o Nats em um comunicado.

Os aeroportos escoceses devem seguir em funcionamento a partir das 6h GMT (3h de Brasília), assim como foi anunciado anteriormente, mas o Nats não tinha informações sobre a situação dos aeroportos da Irlanda do Norte.

Outros aeroportos ingleses podem começar a funcionar a partir das 12h GMT (9h de Brasília), ainda que não seja esperado que os principais aeroportos de Londres reabram, segundo o Nats, que acrescentou que "a situação provavelmente mudará durante a noite".

O serviço de controle de tráfego afirmou mais cedo que a Grã-Bretanha iniciaria na terça-feira a retirada das restrições aéreas, impostas desde a última semana.

A Grã-Bretanha foi um dos primeiros países a fechar seu espaço aéreo devido à nuvem de cinzas provocada pela erupção do vulcão Eyjafjoll na última quinta-feira.



Países devem reabrir espaço aéreo

O Serviço Nacional de Tráfego Aéreo do Reino Unido alertou nesta segunda-feira que a fumaça do vulcão islandês que causa caos aéreo na Europa há cinco dias se intensificou e lança mais cinzas em direção ao país. O alerta ocorre enquanto vários países da Europa --Reino Unido, França, Alemanha e Bélgica-- se preparam para reabrir seu espaço aéreo nesta terça-feira.

O comunicado indica que o espaço aéreo da Escócia será reaberto nesta terça-feira, mas que a situação na Irlanda do Norte é incerta. Segundo a nota, os voos devem ser retomados em algumas áreas da Inglaterra, mas que não se sabe se a área de Londres estará incluída.

Passageiros fazem fila para trem Eurostar em Londres; fumaça de vulcão se intensifica sobre o Reino Unido/ Matt Dunham/AP

Anteriormente, autoridades britânicas da aviação civil, citadas pela rede de TV Sky News, anunciaram que o espaço aéreo do Reino Unido será reaberto progressivamente amanhã.

Segundo a TV, o espaço aéreo será reaberto na Escócia às 5h de amanhã (3h no horário de Brasília); no norte da Inglaterra às 11h (8h de Brasília), e no sul da Inglaterra às 17h (14h de Brasília). A Bélgica também anunciou que permitirá alguns pousos em seu território a partir das 8h da terça-feira (3h em Brasília) e decolagens a partir das 14h (9h em Brasília).

O governo da França anunciou a reabertura parcial dos aeroportos do norte do país a partir desta terça-feira, às 8h local (3h de Brasília). Segundo o governo, a medida permitirá uma "recuperação progressiva do tráfego aéreo", informou um comunicado oficial.

O anúncio foi feito no final de uma reunião entre o primeiro-ministro francês, François Fillon, e ministros e secretários de Estado para discutir as consequências no setor do transporte aéreo com o fechamento de aeroportos pela nuvem de cinzas procedente da Islândia.

Zonas

Após o cancelamento de ao menos 63 mil voos entre a última quinta-feira e o domingo, o tráfego aéreo no continente europeu pode ser normalizado na quinta-feira (22) caso a emissão de cinzas sigam diminuindo, anunciou a Eurocontrol, a agência europeia para segurança aérea, de acordo com informações da France Presse.

A UE vai definir, "nas próximas horas", as três zonas em que dividirão o espaço aéreo europeu segundo o nível de poluição causado pela nuvem de cinzas do vulcão islandês.

Haverá uma "zona sem voo", imediatamente acima da nuvem e por onde nenhum avião poderá passar; uma "zona com alguma contaminação", por onde os aviões poderão passar, mas desde que ampliem as medidas de segurança; e uma terceira zona de livre circulação.


"A partir de amanhã, nós devemos ver progressivamente mais aviões começarem a voar", disse o comissário de Transporte da UE, Siim Kallas.

Críticas

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) pressiona nesta segunda-feira por medidas urgentes pela retomada dos voos na Europa, cuja interrupção causa um prejuízo diário de US$ 250 milhões para as empresas do setor.

A Iata afirmou que as autoridades aéreas "perderam oportunidades de voar com segurança". "Este vulcão paralisou o setor aéreo, primeiro na Europa, e agora está tendo implicações mundiais. A escala do impacto econômico já é maior do que no 11 de Setembro (de 2001), quando o espaço aéreo dos EUA foi fechado por três dias", disse o diretor da associação, Giovanni Bisignani.

Em entrevista coletiva em Paris, ele criticou a proibição generalizada de voos e defendeu "formas de flexibilizar o espaço aéreo, passo a passo".

A companhia aérea britânica British Airways apontou hoje que as atuais restrições impostas no espaço aéreo europeu são "desnecessárias", com base nos voos de teste realizados por esta e outras empresas.

Os resultados obtidos até o momento pelo voo de teste de um avião da British Airways, assim como os efetuados por outras companhias aéreas europeias, "fornecem novas provas de que as atuais restrições no espaço aéreo são desnecessárias", segundo a empresa britânica.

Brasil

Até o momento a Infraero, estatal responsável pelos aeroportos brasileiros, confirma o cancelamento de 15 voos que deveriam chegar da Europa para o Brasil nesta segunda-feira.

São 11 voos que deveriam partir ou chegar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e outros quatro que passariam pelo Aeroporto Internacional galeão, no Rio de Janeiro.



Fontes: G1- FOLHA - TV Globo - Agências ( Compilação )

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