Dezessete mil voos foram cancelados em toda a Europa, uma situação muito pior do que o caos provocado pelos atentados de 11 de setembro de 2001.
Dezessete mil voos foram cancelados em toda a Europa, uma situação muito pior do que o caos provocado pelos atentados de 11 de setembro de 2001. Muitos aeroportos só devem reabrir na segunda-feira. O correspondente Marcos Losekann conta como foi o sábado em mais de 20 países europeus.
Filas e mais filas pra tentar viajar de trem, de ônibus ou de navio. Em toda a Europa, é como se os meios de transporte tivessem voltado no tempo, ao começo do século passado, quando ainda não existiam aviões de passageiros.
O ator de Hollywood, John Gleese, que estava na Noruega, pagou o equivalente a R$ 9 mil por uma corrida de táxi de dois mil quilômetros até a Bélgica. De lá, veio de trem até Londres, onde tinha um compromisso.
O maior caos aéreo da história da aviação já deixou cerca de 30 milhões de passageiros sem poder voar em todo o planeta, consequência do fechamento de aeroportos em 27 países. Nas torres de controle de voo, uma circunstância inimaginável. Os operadores que controlam em média 28 mil aviões diariamente em toda a Europa, agora estão sem nada para fazer.
A pior situação é na Grã-Bretanha, onde todos os aeroportos fecharam. A encarregada do serviço postal diz que três milhões de pacotes, principalmente com documentos e remédios essenciais, deixaram de ser entregues aos destinatários. Em três dias de paralisação, o prejuízo das companhias aéreas britânicas é equivalente a quase R$ 2 bilhões.
É impressionante a cena que se vê no Aeroporto Internacional de Heathrow, em Londres - um dos maiores e mais importantes do mundo. Geralmente, em dias normais, 180 mil passageiros circulam por lá. Neste sábado (17), pelo menos 1500 aviões estão no chão, impedidos de voar por questões de segurança.
As companhias aéreas chegaram a cobrir as turbinas com plástico para evitar o perigo que está no ar. Uma ameaça que vem das profundezas da Terra, na Islândia, a mais de 1,7 mil quilômetros da superfície. São as cinzas do vulcão Eyjafjallajokull, que entrou em erupção depois de passar 200 anos adormecido.
O vulcão fica embaixo de uma geleira e é por isso que a nuvem de fumaça que cobriu a Europa é tão escura e gigante. Quando a lava entra em contato com o gelo, ela esfria rapidamente. Há um choque térmico e esse material explode, espalhando vapor e cinzas do vulcão. Essas partículas sobem para atmosfera e são carregadas pelas correntes de vento em direção à Europa.
E por que as explosões são mais intensas do que o normal? Os cientistas explicam: provavelmente existe uma quantidade maior de gás misturado ao magma do que em outras erupções.
Enquanto o vulcão não acalma sua fúria, o céu na maior parte da Europa permanece exclusivo das aves.
Fonte: TV Globo
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